A CHORUS LINE (1983)

Um espetáculo de sonhos, incertezas, medos, paixão pela dança e pelo trabalho. A luta diária do artista. Ouvir mais nãos do que sins. Mas,…

A Chorus Line” é um musical onde o Coro é o Protagonista.

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“O show é dedicado a todos aqueles que já dançaram em um coro ou executaram um passo… em qualquer lugar.” Michael Bennett

A História

“A Chorus Line” conta a história de dançarinos que participarão da audição para um novo musical. Nenhum será protagonista – personagem principal com nome e de quem se conta a história. Eles farão a parte do coro – personagens que dão apoio/suporte a história que está sendo contada.

A ação se passa numa sala de ensaios. Um palco limpo, com apenas uma linha no chão e uma parede de espelhos.

O espetáculo já começa com rotinas de dança. O diretor e seu assistente chamam os candidatos e pedem que eles dancem, enquanto observam e fazem anotações.

Primeiro corte.

Na linha, perfilados, com suas fotos/currículos em mãos, sobram dezessete candidatos.

O diretor realiza um processo não ortodoxo  para definir quem ocupará uma das oito posições do espetáculo (quatro homens e quatro mulheres) – os candidatos devem contar quem são e como se tornaram dançarinos.

No palco, somente os candidatos. O público ouve a voz do diretor (que presumidamente estaria sentado na plateia, analisando-os).

Uma a uma, dezessete histórias de vidas, medos, incertezas, felicidades vão sendo contadas, entremeadas por canções e números de dança.

Segundo e último corte.

Os escolhidos para trabalhar no espetáculo são Mike, Cassie, Bobby, Judy, Richie, Val, Mark e Diana.

Ao final, a individualidade desaparece quando todos tornam-se “Um” (“One” – canção que encerra o espetáculo, quando todos entram no palco, um a um, vestidos iguais, com traje de gala dourado. Refletidos no espelho, aqueles oitos multiplicam-se, dançando sincronizadamente, como se fossem um).

Personagens

Zach – o arrogante e bem sucedido coreógrafo/diretor do musical

Larry – seu assistente

Candidatos:

Don Kerr – homem casado, trabalhou em boates de strip-tease masculino

Maggie Winslow – dançarina que cresceu em um lar com um pai ausente

Mike Costa – dançarino de estilo agressivo que aprendeu sapateado ainda na infância

Connie Wong – dançarina sino-americana, de baixa estatura, que não aparenta a idade que tem

Greg Gardner – gay judeu, que comenta sua primeira experiência com uma mulher

Cassie Ferguson – ex-dançarina solo, que já teve sucesso, mas está em baixa na carreira. Teve uma relação mal sucedida com Zach

Sheila Bryant – dançarina sexy, idade mais avançada, que conta sobre sua infância infeliz

Bobby Mills – melhor amigo gay de Sheila, que faz piadas com sua educação conservadora

Bebe Benzenheimer – uma jovem dançarina que só se sente bonita enquanto está no palco dançando

Judy Turner – dançarina alta, desajeitada, mas engraçada

Richie Walters – dançarino negro apaixonado pelo que faz, que pensou em ser professor do jardim de infância

Al DeLuca – um ítalo-americano que toma conta da mulher, também bailarina

Kristine Urich (DeLuca) – esposa distraída/sem atenção de Al, que não consegue cantar no tom

Val Clark – excelente dançarina, desbocada, que por causa da aparência não conseguia emprego. Isto muda após passar por cirurgia plástica

Mark Anthony –mais jovem dos dançarinos, que relembrou quando contou ao padre de sua paróquia, que pensava ter gonorreia

Paul San Marco – gay porto-riquenho introvertido e inseguro, que abandonou os estudos

Diana Morales –porto-riquenha e amiga de Paul, foi sempre subestimada por seus professores

Dançarinos cortados na primeira parte da audição:

Tricia – tem um breve solo vocal.

Vicki – nunca estudou balé.

Lois – dança como bailarina.

Roy –não consegue manter os braços na posição correta.

Butch – tem uma desavença durante os ensaios.

Tom – esportista

Frank – fica olhando para os pés enquanto dança

Números musicais

“I Hope I Get It” – Zach, Tricia, Paul e o grupo

“I Can Do That” – Mike

“And…” – Bobby, Richie, Val e Judy

“At the Ballet” – Sheila, Bebe e Maggie

“Sing!” – Kristine, Al e o grupo

“Montagem Parte 1: Hello Twelve, Hello Thirteen, Hello Love” – Mark, Connie e o grupo

“Montagem Parte 2: Nothing” – Diana

“Montagem Parte 3: Mother” – Don, Judy, Maggie e o grupo

“Montagem Parte 4: Gimme the Ball” – Greg, Richie e o grupo

“Dance: Ten; Looks: Three” – Val

“The Music and the Mirror” – Cassie

“One” – o grupo

“The Tap Combination” – o grupo

“What I Did for Love” – Diana e o grupo

“One” (Final) – o grupo

“Tudo começou à meia-noite do dia 18 de janeiro de 1974, num estúdio de balé.” Michael Bennett

A Produção

A ideia original para o musical surgiu quando Michon Peacock e Tony Stevens reuniram outros vinte dançarinos para formarem uma companhia profissional de dança. Eles gravaram fitas, onde os participantes contavam suas histórias pessoais.

Os dançarinos eram conhecidos como ‘ciganos’ (‘gypsies’), pois excursionavam pelos Estados Unidos em montagens de musicais, sempre como coadjuvantes (‘coro’) das grandes estrelas.

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Michael Bennett

Michael Bennett foi convidado a se juntar ao grupo como observador, mas com o passar do tempo e dos ensaios, começou a comandar as reuniões futuras.

Era o embrião de “A Chorus Line”.

Bennett levou as fitas para o produtor Joseph Papp (Public Theatre), convencendo-o patrocinar um workshop de cinco semanas, de onde sairia um musical inovador e original: sem cenário, sem figurino, sem estrelas conhecidas.

Nas primeiras apresentações, ao invés do ‘diretor’, o público era quem decidia quem seria selecionado nas ‘audições’ do musical – mas isto não durou muito pois grande parte do público não queria participar da escolha.

Com isso, os personagens selecionados passaram a ser sempre os mesmos.

Equipe Criativa

A direção e coreografia do espetáculo é de Michael Bennett (“Follies”, “Company”, “Dreamgirls”). Bob Avian foi o co-responsável pela coreografia. A música é de Marvin Hamlisch. As letras são de Edward Kleban. O texto é de James Kirkwood Jr e Nicholas Dante.

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Marvin Hamlisch e Michael Bennett nos ensaios.

No elenco original, Scott Allen, Renee Baughman, Kelly Bishop, Pamela Blair, Wayne Cilento, Chuck Cissel, Clive Clerk, Kay Cole, Ronald Dennis, Donna Drake, Brandt Edwards, Patricia Garland, Carolyn Kirsch, Ron Kuhlman, Nancy Lane, Baayork Lee, Priscilla Lopez, Robert LuPone, Cameron Mason, Donna McKechnie, Don Percassi, Michael Serrecchia, Michel Stuart, Thomas J. Walsh, Sammy Williams, Crissy Wilzak. Carole Schweid, John Mineo e Tim Cassidy eram os swings.

Estreia nos Estados Unidos

O musical estreou no Public Theater em 15 de abril de 1975. Para realizar a montagem, teve que pedir um empréstimo de USD$ 1.6 milhões. (Ao terminar a temporada, o musical gerou um total de mais de UDS$ 400 milhões em solo americano.)

A reação do público foi tão positiva que a temporada esgotou imediatamente.

O produtor Joseph Papp transferiu a produção para a Broadway. As cortinas do Shubert Theatre se abriram em 25 de julho de 1975. Foram 6.137 sessões até 28 abril de 1990.

“A Chorus Line” quebrou todos os recordes de bilheteria e apresentações. No dia 29 de setembro de 1983, mais de 300 atores subiram ao palco para mais uma vez participar da audição que mudou sua vida. A brasileira Maíza Tempesta foi uma delas. Assista a apresentação neste link.

Premiação

O espetáculo também teve um ótimo desempenho da crítica.

Recebeu 13 indicações ao Tony Awards de 1976, ganhando nove, incluindo melhor musical, diretor, coreografia, atriz, ator e atriz coadjuvante. Ganhou o Prêmio Pulitzer de Drama. Recebeu e ganhou todas as 7 indicações ao Drama Desk Award. Em 1984, recebeu um prêmio especial na edição do Tony Awards como o musical de temporada mais duradoura.

Do palco para o cinema

ChorusLineMovieA história foi levada para o cinema em 1985, com Michael Douglas no papel principal e direção de Richard Attenborough (“Gandhi”, “Jurassic Park”).

Ao invés de levar o tema original dos palcos para as telas, agora a história era de jovens dançarinos que queriam uma vaga na Broadway.

As canções “Hello Twelve, Hello Thirteen, Hello Love”, “Sing!” e “The music and the mirror” foram excluídas. Foram adicionadas “Surprise, surprise” e “Let me dance for you”. O clássico “What I did for love”, que expressava o amor dos dançarinos pela dança, no teatro; no filme, trata-se do relacionamento entre Zach e Cassie.

Michael Bennett sugeriu que a história do filme fosse de atores fazendo audição para o filme. Como a ideia foi rejeitada e ele não concordava com a visão cinematográfica, negou-se a coreografar os atores. Portanto, Jeffrey Hornaday assumiu a posição.

O filme ganhou três indicações ao Oscar: Melhor Canção (“Surprise, surprise”), Melhor Edição de Som e Melhor Montagem.

Revival em 2006

Dezesseis anos após o término da temporada, foi realizada uma nova montagem do musical.

Bob Avian assumiu o papel de diretor (Bennett havia falecido em 1987). Ao seu lado, Baayork Lee, a Connie Wong da montagem original, como coreógrafa.

A temporada no Gerald Schoenfeld Theater durou até 17 de agosto de 2008, com um total de 759 apresentações e 18 previews. O custo foi de USD$ 8 milhões. A produção recebeu duas indicações ao Tony Award – melhor atriz coadjuvante e melhor revival.

Produções pelo Mundo

Além da Broadway, o musical pôde ser assistido em Los Angeles; turnê pelos EUA; Londres (Inglaterra), Australia, Nova Zelândia, África do Sul e Canadá. Foi versionado para a França, Alemanha, Áustria, Suécia, Japão, Argentina, México, Espanha, Singapura, Países Baixos, Suíça, Itália, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Porto Rico, Hong Kong e Brasil.

Brasil – 1983/1984

O responsável pela vinda de “Chorus Line” para o Brasil foi um homem da televisão: Walter Clark.

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Clark foi um importante produtor e executivo da televisão brasileira. Começou a carreira na rádio Tamoio de Assis Chateaubriand. Passou pela agência Interamericana de publicidade. Até que em 1956, começou a trabalhar na TV Rio, chegando a ocupar o principal cargo executivo da emissora. Saiu em 1965, para assumir o cargo de diretor da TV Globo, com objetivo de reestruturar o setor comercial e a grade de programação. Contratou dois nomes de peso para a emissora – José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, e Armando Nogueira. Entre suas criações em conjunto aos dois, estão o Jornal Nacional (entre duas novelas), o Fantástico, o Globo Repórter, a linha de shows. Saiu da TV Globo em 1977. Voltou a televisão em 1981 para a TV Bandeirantes, onde ficou somente um ano.

Quando saiu, tomou a decisão que produziria musicais. Clark assistiu “A Chorus Line” na Broadway em 1976 e resolveu produzi-lo no país. Para ajudá-lo na empreitada, associou-se com José Octavio de Castro Neves e José Arce na “Clark, Neves, Arce, Associados.

Para levantar a produção, foram vendidas 44 cotas, com direito à participação de 1% dos lucros, arrecadando o total de 300 milhões de cruzeiros.

Na equipe de criativos temos Millor Fernandes (tradução); maestro Murilo Alvarenga (diretor musical); Roy Smith (diretor e coreógrafo norte americano); Ricardo Bandeira (diretor residente na montagem do Rio de Janeiro); Nádia Nardini (assistente de coreografia na montagem do Rio de Janeiro); Abel Kopanski (iluminação); Mário Monteiro (cenografia); Alexandre Tenório (diretor de atores); Jorge Takla (diretor técnico da produção); Carlos Ronconi (supervisão de áudio); Paulo Farat e Hamilton “Mica” Griecco (mixagem de som).

A seleção de atores foi feita na sala principal da Escola Municipal de Bailados (atual Escola de Dança de São Paulo). Foram 15 dias de audições. O processo foi um resumo do que era o próprio musical.

Roy Smith, responsável pelas montagens em turnês nos Estados Unidos e no exterior, ensaiou os selecionados. Sua opinião era que apesar de os dançarinos brasileiros não terem a mesma técnica dos americanos e europeus, eram dotados de uma enorme vontade de aprender.

No elenco das montagens paulista e carioca, nomes até então desconhecidos do público. Acácio Gonçalves, Alonso Barros, Augusto Pompeu, Beatriz Becker, Breno Mascarenhas, Carola Monticelli, Claudia de Mendonça, Daniela Panessa, Dill Costa, Eduardo Malot, Eduardo Martini, George Otto, Guilherme Leme, Heloísa Millet, Ivonice Satie, J.C. Violla, Jorge Bueno, Kátia Bronstein, Luiz Carlos Buruca, Marcos Jardim, Maiza Tempesta, Márcia Albuquerque, Marcos Jardim, Maria Cláudia Raia, Maria Lúcia Priolli, Nádia Nardini, Paulo Xavier, Patrícia Martin, Raul Gazolla, Regina Restelli, Ricardo Bandeira, Ricardo Viviani, Rita Malot, Rita Renha,  Roberto Lima, Roberto Lopes, Rogério da Cal, Ruben Gabira, Sergio Funari, Sheila Dorfman, Suzana Gulart, Suzana Yamauchi, Sylvia Andrade, Teca Pereira, Thales Pan Chacon, Totia Meireles, Viviane Alfano e Zé Arantes.

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Dias antes da estreia, percebeu-se que a orquestra de 23 músicos abafava a voz dos atores. Com isso, colocaram uma cobertura sobre ela. O maestro Murilo Alvarenga acompanhava o espetáculo através de um monitor de televisão, colocado a sua frente, bem como na coxia, para que o elenco de apoio e reservas, que reforçavam o coro, pudesse acompanhar a encenação.

Antes de abrir as cortinas do Teatro Sérgio Cardoso ao público, foram realizadas três pré-estreias para convidados. A última, do dia 12 de março de 1983, uma terça feira, o espetáculo foi interrompido por vinte vezes para os aplausos do público. A estreia oficial foi no dia 14 de abril.

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anúncio na revista Veja São Paulo

Após sete meses de uma bem sucedida temporada em São Paulo, que só terminou por falta de dinheiro, o musical foi para o Rio de Janeiro, em 1984, no Teatro Tereza Rachel (atual Teatro Claro Rio).

Curiosidades

  • Dos primeiros ‘ciganos’ norte americanos (‘gypsies’), oito fizeram parte do elenco original de 1975.
  • Cada dançarino vendeu a fita com sua história por 1 dólar para Michael Bennett.
  • Pelo contrato, os diretores e dançarinos que participaram do workshop que deu origem ao espetáculo, receberiam uma parte da receita do show. Isso foi honrado durante os 15 anos da temporada. Para a montagem de 2006, eles tiveram que entrar com uma ação para poderem receber seus direitos.
  • A personagem Cassie não era escolhida nas primeiras apresentações. Foi a mulher de Neil Simon, Marsha Mason, que ligou para Bennett e explicou o porquê ela deveria passar na audição.
  • O compositor Marvin Hamlisch é uma das únicas duas pessoas a ganhar um Emmy, um Grammy, um Oscar, um Tony e um Pullitzer. A outra pessoa é o também compositor Richard Rodgers (“Cinderella”, “South Pacific”).
  • O letrista Edward Kleban odiou a canção “What I did for love”. Colocou até uma cláusula em seu testamento, proibindo que fosse tocada no seu funeral. Mas, tornou-se um hit e foi gravada por Aretha Franklin e Petula Clark, entre outros.

  • Rendeu mais de 140 milhões de dólares (só com as apresentações na Broadway) e foi visto por 6,5 milhões de pessoas.
  • Com parte do lucro arrecadado, o Public Theater criou outros projetos culturais, entre eles, o “Shakespeare no Central Park”.
  • Foi o primeiro musical a incluir o tema da homossexualidade na sua história.
  • Foi o musical de temporada mais longa entre 1983 a 1997, quando foi ultrapassado por “Cats”.
  • Comemorando os 40 anos de “A Chorus Line” em 2015, o elenco de “Hamilton” prestou sua homenagem. Ambos musicais estrearam no mesmo teatro.

  • Kelly Bishop, a Sheila original, conta que ficou horrorizada com ouviu o diretor Richard Attenborough dizer que “A Chorus Line” era sobre jovens que querem uma vaga na Broadway. A versão teatral não é sobre isso, mas, sim, sobre dançarinos que buscam possibilidades de passar na sua última chance de dançar, uma vez que estão ficando velhos demais para isso.
  • Nicole Fosse, filha de Bob Fosse e Gwen Verdon, participou do filme de 1985 no papel de Kristine.
  • A Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP) quase conseguiu proibir a apresentação do musical no Teatro Sérgio Cardoso (sob a gestão do governo do estado). Ela se manifestou contrária a apresentação de um musical ‘importado’, que não acrescentaria nada à “genuína produção nacional”.
  • A atriz Márcia Albuquerque – no papel de Cassie – participou das montagens nos Estados Unidos, Brasil e Europa.
  • A atriz Maíza Tempesta foi a brasileira convidada para participar da sessão 3.389, em 29 de setembro de 1983, quando a montagem americana ultrapassou o musical “Grease” como o mais duradouro na Broadway.

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  • Quando soube que teria a montagem no Brasil, a jovem de 16 anos, Maria Claudia Motta Raia, foi a inscrição número 001 para a audição.
  • Cerca de 1.500 candidatos aguardaram para fazerem o teste para o musical no Brasil.

Fotos/Vídeos da montagem brasileira

(videos – youtube programa Gente Carioca / Fotos – registro atores e página facebook A Chorus Line Brasil 1983)