OS RAPAZES DA BANDA

Estamos no final da década de 60 em Nova York. Uma época representada pela perda da inocência do sonho americano, pelas experiências com as drogas, pela revolução sexual e amor livre, pelo psicodelismo e pelos… “Os Rapazes da Banda”.

Os Rapazes da Banda” (“The Boys in the Band“) é uma peça de Mart Crowley. Lançada em 14 de abril de 1968, na Off-Broadway, foi a primeira peça com temática inteiramente LGBTQI+.

Conta a história de um grupo amigos que se reúnem na casa de Michael, enquanto aguardam a chegada de Harold, para comemorarem seu aniversário. No decorrer dessa noite, muitas histórias guardadas serão trazidas à tona, e muitos acertos de conta acontecerão. 

O título remete a uma fala do filme “Nasce uma Estrela” (“A Star is Born” – 1954), quando o personagem de James Mason fala para Judy Garland – “Você está cantando para você mesma e para os meninos da banda”. (Judy Garland, a eterna Dorothy do Mágico de Oz, que é um ícone para a comunidade LGBTQI+).

Os Rapazes da Banda” é uma história cheia de simbologia. A comunidade LGBTQI+ ainda vivia sob a castração imposta pelo Código Hays, um conjunto de normas de 1930, que determinava o que podia e o que não podia na cultura. Personagens LGBTQ+ só se fossem vilões ou morressem antes do ‘final feliz’. A luta pela libertação – Stonewall – só aconteceria um ano depois.

Esta história foi progressista, como se já antecipasse o que estava por vir. Mas mesmo assim, ainda cheia de personagens estereótipos: o não assumido para a sociedade, o afeminado, o garanhão, o recém separado de um casamento hetero,… e um ‘hetero’ (fica a sua decisão saber se ele é ou não).

No começo da trama, os personagens circulam pelas ruas – lugar ‘ainda público’, onde podem ver e serem vistos, flertarem e receberem olhares de desaprovação. Todos se encaminham para o apartamento de Michael, onde acontecerá a festa. Neste apartamento – ambiente fechado, longe dos olhos da sociedade – eles podem ser quem realmente são. (até a chegada do convidado hetero, quando Michael pede para que eles não ‘deem pinta”.

Durante a noite, são abordadas questões como homofobia, a saída do armário, o envelhecimento, a não aceitação, a solidão, monogamia x relacionamento aberto,    Tirando um ou outro diálogo, que temos que entender foram escritos em outra época, “Os Rapazes da Banda” é atual, mesmo 50 anos depois.

A peça foi transformada em filme em 1970. No elenco, alguns nomes que estiveram no teatro – . A mesma coisa se deu agora. Em 2018 foi realizada uma nova montagem na Broadway, e os atores foram contratados para participar do filme, que foi lançado hoje pela Netflix.

Mart Crowley e o elenco filme de 1970: Kenneth Nelson, Leonard Frey, Cliff Gorman, Laurence Luckinbill, Frederick Combs, Keith Prentice, Robert La Tourneaux, Reuben Greene e Peter White
elenco filme 2020: Jim Parsons, Zachary Quinto, Brian Hutchison, Matt Bomer, Andrew Rannells, Charlie Carver, Robin de Jesus, Michael Benjamin Washington e Tuc Watkins

No Brasil, a peça foi apresentada em 1970 em São Paulo (Teatro Cacilda Becker) e depois no Rio de Janeiro (Teatro Maison de France). Com tradução de Millôr Fernandes, e direção de Maurice Vaneau e Eva Wilma, os personagens foram interpretados por Benê Silva, Benedito Corsi, Denis Carvalho, John Herbert, Gésio Amadeu, Otávio Augusto, Paulo Adário, Paulo César Pereio, Raul Cortez, Roberto Maia e Walmor Chagas.

Quer conhecer um pouco da história da comunidade LGBTQI+, vá de original. Gostamos das duas versões. Ambas retratam o ano de 1968, com figurinos, cenários, móveis de casa. Então se é para escolher o melhor retrô, vá de original.

“A BELA E A FERA” (2002/2009)

“um conto tão antigo como o tempo / verdadeiro como pode ser”. (“A Bela e a Fera”)

A HISTÓRIA

Era uma vez… em um castelo, na França de antigamente, mora um jovem príncipe arrogante e egoísta, cercado por seus empregados. Uma noite, uma velha senhora mendiga bate à porta do castelo pedindo por abrigo. Como agradecimento, ela ofertaria uma rosa. Chocado com sua aparência, o príncipe a manda embora. Ela o avisa para não valorizar tanto a aparência. Ele novamente a expulsa do castelo. Então, a mendiga se transforma em uma jovem e bonita fada. Ela o amaldiçoa, dizendo que já que ele preza tanto a aparência física, será transformado em uma fera. Seus empregados são transformados em objetos mágicos, pois não fizeram nada para impedi-lo. A fada lhe dá um espelho mágico, que permitirá com que o príncipe/fera tenha contato com o exterior; e também a rosa, que é encantada. Para a Fera voltar a ser humano, ele terá que encontrar uma jovem que se apaixone por ele, mas tem um prazo – até cair a última pétala da rosa.

Passado uns anos, numa vila, encontramos Bela, filha de um aspirante a inventor, Maurice. Ela se destaca do resto da população, pois se preocupa em ler e não falar sobre a vida alheia. Mas, por ser bonita, atrai a atenção de Gaston, um jovem caçador, cheio de si. Ele se acha perfeito, e que Bela, por ser bonita, seria a esposa ideal para ele, e com isso teriam belos e viris filhos. Só que Bela quer muito mais para si, do que ser apenas uma esposa, ainda mais de Gaston.

Maurice parte para uma feira de exposições para mostrar seu novo invento (que mais uma vez não dará certo). Para a viagem, coloca um cachecol tecido pela filha, para ter boa sorte. No caminho, ele se perde e é perseguido por lobos. Para fugir, esconde-se em um castelo. Maurice adentra o castelo, até que os empregados/objetos do castelo (Lumière, Dim-Dom, Sra. Potts, Babette, entre outros) o encontram, e dão as boas vindas. Só que a Fera descobre, e prende o velho inventor na masmorra.

Novamente, Gaston parte para dizer a Bela que ela tem sorte de ser a esposa ideal para ele. Enquanto estão conversando, chega Lefou, amigo de Gaston, usando o cachecol que encontrou na floresta. Bela fica preocupada e corre para salvar seu pai.

Ao chegar no castelo, Bela entra. Acaba encontrando seu pai preso na masmorra. É quando chega a Fera. Ela se predispõe a trocar de lugar com o pai. A Fera aceita e manda embora Maurice.

Os funcionários/objetos do castelo ficam esperançosos de que Bela pode quebrar o feitiço. Então, eles insistem que a Fera a coloque, ao invés na masmorra, em um dos quartos do castelo.

Enquanto isso, na vila, Gaston está na taberna, com seu amigo Lefou, indignado por ter sido esnobado por Bela. Todos os habitantes inflamam seu ego, dizendo que não há ninguém igual a ele. É quando chega Maurice, esbaforido, do castelo. Ele fala a todos que tem uma Fera que prendeu sua filha, e também tem objetos mágicos. Maurice é feito de ridículo por todos, que o chamam de louco.

No castelo, a Fera, aconselhado por seus funcionários, a convidar a jovem para jantar. Mas que seja educado. Ele “tenta”, mas seu mau humor supera. Bela recusa o convite. Mais tarde, a jovem sai do quarto a procura pela cozinha, para comer algo. É quando os funcionários/objetos oferecem a ela o jantar.

Após a refeição, entremeada de um show, Bela vai conhecer o interior do castelo, acompanhada dos funcionários/objetos. Só que ela acaba indo parar no quarto, onde está a Rosa encantada. Quando ela vai encostar na flor, a Fera aparece, ralha com ela e a expulsa do castelo. Ela sai correndo. Ele percebe o erro que fez e vai atrás.

INTERVALO

Bela está prestes a ser atacada por lobos, quando a Fera aparece. Ele vence os lobos, mas sai ferido. Bela junta-se a ele e ambos voltam ao castelo. Ela cuida dele. Ele é convencido pelos funcionários/objetos a fazer algo bom por ela – como mostrar a biblioteca do castelo. Bela fica fascinada. Os funcionários/objetos acreditam que o final da maldição está perto.

À noite, os dois resolvem se encontrar e jantar juntos. Há o baile, embalado pela canção título. Só que a Fera precisa se apressar, pois as pétalas da rosa estão se acabando. Após o jantar, a Fera pergunta se tem algo a mais que ele poderia fazer. Bela diz que queria ver o pai. É quando a Fera lhe dá o espelho mágico. A Bela vê que seu pai está doente e triste, sentindo sua falta. Ela pede para ir vê-lo. A Fera aceita e concorda que a jovem parta, mas leve o espelho encantado.

Na vila, Gaston e Lefou querem internar Maurice no hospício. Vão com o diretor do sanatório até a casa do inventor. Novamente perguntam sobre o que ele viu no castelo. Maurice conta da Fera e dos objetos mágicos. Quando vão leva-lo para o manicômio, chega Bela. Para salvar seu pai, ela mostra pelo espelho o interior do castelo e seus habitantes.

Gaston organiza, com a população local, uma caça a Fera. Todos vão em direção ao castelo.

Chegando lá começa a luta entre a população da vila e os funcionários/objetos. No quarto, onde está a Rosa encantada, Gaston encontra a Fera amuado. Quando Gaston vai desferir o golpe fatal, Bela chega ao quarto. É o que a Fera precisava para revidar. Acaba matando Gaston. Só que antes, foi ferido mortalmente.

A última pétala está para cair, quando Bela se ajoelha, derrama uma lágrima sobre a Fera e diz que o ama. Explosões mágicas acontecem. O feitiço foi quebrado. A Fera retorna a sua forma humana. Os funcionários também. A Bela e o Príncipe se beijam, casam e vivem felizes para sempre.

PERSONAGENS

Bela – jovem, bonita, ávida por ler, pois acredita que com o conhecimento poderá mudar sua vida monótona e rotineira.

Fera/Príncipe – jovem príncipe arrogante, egoísta e que se preocupa com a aparência física. Transformado em Fera por uma fada. Mas apesar de tudo, tem um bom coração.

Gaston – jovem caçador narcisista. O autêntico macho alfa da aldeia onde vive.

Lefou – meio atrapalhado, é o melhor amigo de Gaston.

Maurice – pai da Bela. Um inventor, cujas invenções não costumam dar muito certo.

Lumière – Maitre do castelo, de origem francesa. Paquerador. Transformado em candelabro. Um dos confidentes da Fera.

Dim-Dom – Mordomo do castelo, deixa tudo funcionando perfeitamente. Inglês de pontualidade britânica. Transformado em relógio pêndulo. Um dos confidentes da Fera.

Sra. Potts – Responsável pela cozinha do castelo. Uma senhora doce e amável, que tem muitos conselhos a dar a Fera. Transformada em um bule.

Chip – Filho de Sra. Potts, transformado em xícara.

Madame de la grande bouche – cantora de ópera do castelo. Transformada em guarda roupa.

Babette – Arrumadeira do castelo. Também francesa. Transformada em espanador, deixa louco de paixão Lumière.

Monsieur D’Arque – Dono do hospício, onde Gaston pretende prender Maurice.

Ensemble – moradores da aldeia, lobos

NÚMEROS MUSICAIS

Ato I

  • Abertura — Orquestra
  • Prólogo — Orquestra
  • Bela — Bela, Gaston, Lefou, Três Bobinhas e Aldeões
  • Seja Como For — Bela e Maurice
  • Seja Como For (reprise)*/Ataque dos Lobos* — Maurice
  • Eu* — Gaston e Bela
  • Bela (reprise) — Bela
  • Um Lar — Bela
  • Um Lar (reprise) — Sra. Potts
  • Gaston — Gaston, Lefou, Três Bobinhas e Aldeões
  • Gaston (reprise) – Gaston e Lefou
  • Mas Quanto Vai Durar? – Fera
  • Pra você! — Lumière, Sra. Potts e Objetos Encantados
  • Sem Ter Esse Amor – Fera

Ato II

  • Entreato/Ataque dos Lobos — Orquestra
  • Aconteceu — Bela, Fera, Lumière, Sra. Potts e Dim-Dom
  • Humano Outra Vez — Lumière, Sra. Potts, Chip, Babette, Mme de La Grande Bouche, Dim-Dom e Objetos Encantados
  • A Louca Mansão — Gaston, Lefou e Monsieur D’Arque
  • A Bela e A Fera — Sra. Potts
  • Sem Ter Esse Amor (reprise) — Fera
  • A Change in Me* — Bela
  • O Linchamento — Gaston e a Multidão
  • Um Lar (reprise) — Bela
  • A Transformação/Finale – A Companhia

“Tudo é igual, nessa minha aldeia / Sempre está, nesta mesma paz / De manhã, todos se levantam / Prontos pra dizer / Bonjour!” (“Minha Aldeia”)

A PRODUÇÃO

E tudo começou com um… celulóide – uma analogia com o ‘tudo começou com um rato’, Mickey Mouse, que deu origem a um império do entretenimento.A Bela e a Fera” é o musical que deu origem ao braço teatral da Walt Disney Company, mas que surgiu por causa do filme lançado três anos antes.

“A Bela e a Fera” é o trigésimo filme da Walt Disney Pictures, e o terceiro da era da Disney Renaissance (1989 – 1999, quando teve uma mudança nos rumos da Animação da companhia, com o lançamento de filmes, como A Pequena Sereia e O Rei Leão).

Lançado em 1991, é uma adaptação da versão do conto homônimo escrito por Jeanne-Marie Leprince de Beaumont (para saber mais veja nossa postagem no instagram neste link). A equipe criativa contou com a direção de Gary Trousdale e Kirk Wise, o roteiro de Linda Woolverton e as músicas de Alan Menken com letras de Howard Ashman.

Foi um sucesso. Arrecadou mais de 400 milhões de dólares mundialmente (orçamento foi de vinte e cinco milhões de dólares). Recebeu cinco indicações em três categorias do Oscar e levou três estatuetas. Foi o primeiro desenho a ser indicado a categoria de melhor filme. Tanto o filme, quanto suas canções, foram indicados a premiações como Oscar, Golden Globe e Grammy.

Além do sucesso de público, também foi sucesso de crítica. E dizem que, a partir da coluna de Frank Rich, crítico teatral do jornal New York Times, que afirmou que o filme daria um bom espetáculo musical, que os executivos da Disney resolveram fazer a adaptação.

Time criativo (começando esquerda, sentido horáriot: Matt West (coreógrafo), Stanley Meyer (cenógrafo), Robert Jess Roth (diretor), Michael Kosarin (diretor musical), Keith Batten (diretor associado), Linda Woolverton (roteiro) and Alan Menken (música)

O convidado para dirigir a primeira produção Disney na Broadway foi Robert Jess Roth, que já trabalhava para a companhia, dirigindo shows nos parques temáticos. Seria seu début também no Teatro Musical.

Roth juntou-se ao coreógrafo Matt West e o cenógrafo Stan Meyer, e como em time que está ganhando não se mexe, Linda Woolverton e Alan Menken continuariam na equipe (infelizmente Howard Ashman havia falecido). Mas a decisão final de tudo ficava a cargo de Michael Eisner, CEO da Disney na época.

“Sentimentos são / Fáceis de mudar / Mesmo entre quem / Não vê que alguém / Pode ser seu par” (“A Bela e a Fera”)

BROADWAY

Como era o primeiro musical da Disney no teatro, os atores não estavam muito confiantes em como seria o resultado. Susan Egan, com apenas 22 anos, faria seu debut na Broadway. Mesmo sem ter visto o filme homônimo, e sem muito interesse, foi fazer a audição. Ao invés de tentar imitar a voz de Paige O’Hara (a personagem no cinema), ela foi construindo a sua Bela.

Para ser seu par romântico, o escolhido foi Terrence Mann, que havia terminado de fazer Javert, no Les Misèrables.

A produção estreou em 18 de abril de 1994 no Palace Theatre. Mudou-se em 12 de novembro de 1999 para o Lunt-Fontanne Theatre. Fechou as cortinas em 29 de julho de 2007, treze anos após a estreia, 46 previews e 5.464 sessões.

O musical foi apresentado em treze países, e gerou uma receita de mais de 1 bilhão e 700 milhões de dólares no mundo todo.

BRASIL

O primeiro país da América do Sul a receber a montagem foi a Argentina, onde ficou em cartaz entre 1998 a 1999. Pelos planos da Disney, o próximo país seria o Brasil. Mas ainda não tinha começado a nova fase de musicais no país (1999 – “Aí Vem o Dilúvio” e “Rent”, depois 2000 – “Les Misérables” no Teatro Abril, atual Teatro Renault), e não sabiam como seria a resposta do público.

Jorge Takla

O público brasileiro adora musicais, mas não como ópera: a gente gosta, mas só começa a entender depois de umas duas ou três. O paulista tem uma sede por teatro muito grande. Teremos cada vez mais teatros porque temos mercado para isso“, aposta Jorge Takla, diretor da divisão de teatro da CIE (atual T4F), em uma entrevista para o site Terra, em 03 de junho de 2002.

Por isso, “A Bela e a Fera” só teve sua montagem nacional em 2002. A temporada durou um ano e meio, com Kiara Sasso, Saulo Vasconcelos e Daniel Boaventura como o trio principal. Também no elenco, Marcos Tumura, Ana Taglianetti, Jonathas Joba, Claudio Curi, Beto Marden, Keila Bueno, Andrezza Massei, Ghilherme Lobo, Fernando Patau, Floriano Nogueira.

Robert Jess Roth

O diretor norte americano Robert Jess Roth, na mesma entrevista para o site Terra disse sobre o nível dos atores brasileiros: “Eu fiquei bastante surpreso quando cheguei aqui em janeiro para fazer a escolha do cast, pois o Brasil não tem muita tradição na produção de musicais. Foi incrível, fiquei chocado no bom sentido. Não sei onde eles aprenderam isso, mas o nível das pessoas que eu testei são de Brodway para cima. Eu não poderia estar mais feliz“.

Sete anos após a estreia, uma nova versão voltava em cartaz no mesmo teatro. Nos papeis principais, Lissah Martins, Ricardo Vieira e Murilo Trajano. Kiara e Saulo estavam em cartaz no musical “A Noviça Rebelde”. Por causa da proximidade das duas montagens, a temporada foi curta, durando apenas seis meses.

Completando o elenco da segunda montagem, Marcos Tumura, Rodrigo Miallaret, Jonathas Joba, Andréia Vitfer, Brenda Nadler, César Moura, Daniel Monteiro, Daniele Perez, Daniela Veja, Fernando Belo, Fernando Palazza, Guilherme Ribeiro, Fabiane Bang, Francine Lobo, Helcio Mattos, Jana Amorim, Luciana Milano, Marcelo Freire, Mariana Barros, Milena Lopes, Marlei Santos, Mário Américo, Ney Roalla, Nick Vila Maior, Nathalia Mancinelli, Philipe Azevedo, Renata Sampaio, Roberto Rocha, Rodrigo Vicente, Rafael Machado, Vanessa Costa, Vandson Paiva

CURIOSIDADES

  • O próprio Walt Disney tentou adaptar o conto para filme outras duas vezes – décadas 30 e 50, mas sem sucesso, pois ainda não contava com a tecnologia necessária.
  • Na época, como estavam reestruturando a companhia, a Disney não queria pagar uma estrela  para gravar a versão pop da canção título. Então convidaram uma cantora canadense, ainda desconhecida do grande público norte americano, Celine Dion. O resto é história.
  • Para compor a personagem, Sheri Stoner, serviu de modelo para o rosto da Bela (ela já havia sido modelo também para sereia Ariel). Já para o figurino, a personagem de Katherine Hepburn, no filme Little Woman (1933), serviu de inspiração.
  • Meninas vestem… azul? Sim, em grande parte dos filmes da Disney, as princesas se vestem de azul. A explicação está no significado da cor –confiabilidade, lealdade. Estas são características mais ‘masculinas’, e vestir as princesas nesta cor, demonstra que elas não são tão frágeis. Além do mais, o azul representa a cor do manto da Virgem Maria – celeste, sagrado. Reparem no filme que só Bela veste azul na vila; Gaston e a Fera usam vermelho para demonstrar sentimentos ruins; quando estão brincando na neve, a capa da Fera é vermelha do lado de fora, mas azul no de dentro, o que demonstra que ele está mudando, tanto que na cena do baile, a Fera se veste de azul; e não podemos esquecer que a Bela reconhece o Príncipe recém transformado, pelos seus olhos azuis.
  • Bela foi a primeira heroína feminista da Disney. Ela não aceita a vida na aldeia, não quer ser dona de casa nem mãe. Ela quer ler, e viver novas aventuras. Tanto que, até então, as princesas que eram salvas pelos príncipes. Agora é ela que salva o príncipe.
  • Mrs Potts e Lumière eram para ser chamados como Sra Camomila (Mrs Chamomile), pois ela era calma, e Cande (Chandal), pois ele é um candelabro.
  • O compositor Howard Ashman, pediu que o príncipe fosse amaldiçoado por uma bruxa. O motivo é que Ashman, que estava com o vírus HIV, se viu representado pelo príncipe, que sofria preconceito e sua realidade afetou a todos que o cercavam.
Alan Menken e Howard Ashman
  • No filme a Fera não tem nome depois que volta a ser humano. No musical, descobrimos que ele se chama Adam.
  • Dizem a lenda, que o musical acabou porque a Disney queria estrear sua versão teatral de “A Pequena Sereia”. Achavam que o público iria ficar dividido por ter dois musicais de princesas simultaneamente. Doce ilusão.
  • Depois de vinte e cinco anos, uma nova versão do musical estreia nos palcos do Reino Unido e Irlanda em 2021. A equipe original se reuniu para fazerem algumas mudanças no texto, figurinos, cenários e incluir até novas canções.
  • Kiara Sasso e Saulo Vasconcelos, intérpretes dos papéis principais na montagem de 2002, não participaram da montagem de 2009, pois estavam em cartaz com “A Noviça Rebelde”.
  • A atração “A Bela e a Fera Live on Stage“, localizada no parque temático Disney Hollywood Studios abriu no mesmo ano de lançamento do filme (1991), para que o público pudesse conhecer, e se familiarizar, com a história e as canções. Está em cartaz até hoje, basicamente do mesmo jeito.
  • Para criar a aldeia onde vive Bela, Maurice, Gaston, Lefou e os outros moradores, foi baseada em aldeias da região da Alsácia, França. Entre elas, a de Riquewihr.
  • Quer conhecer o castelo que inspirou os desenhistas da Disney para criarem o Castelo da Fera? É o Castelo de Chambord, em Loir-Et-Cher, na França, a apenas duas horas ao sul de Paris. Criado pelo rei Francisco I (1547) para ser uma residência de caça.

FOTOS PRODUÇÃO BRASILEIRA

EVITA (1983/2011)

“Que grande circo, que grande show, A Argentina chorando está, Por uma atriz que morreu, chamada Eva Perón. O povo louco! Grita de pena! Um luto sem fim. Todos rezam e pedem a Deus para morrer também!”   (“Oh, what a circus” – “Que grande circo”)

A HISTÓRIA

O musical começa no interior de uma sala de cinema em Buenos Aires (Argentina), no dia 26 de julho de 1952. A sessão é interrompida para avisar que a Primeira Dama do país acabara de passar para a imortalidade. De repente, uma nação inteira entra de luto, menos, Che Guevara, o narrador da história, que irá mostrar quem realmente foi Eva Perón.

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Casa de Eva e sua família.

Passamos para 1934, quando Eva tinha apenas 15 anos e vivia com sua família na cidade de Junín, interior do país. Sua família era pobre. Eva era ambiciosa, queria mudar-se para Buenos Aires. Para realizar seu sonho, tornou-se amante de um cantor de tango, Agustín Magaldi, que estava se apresentando em Junín. Conseguiu fazer com que ele a levasse para a capital argentina. Mas, Magaldi antes a avisa que em Buenos Aires ou ela seria engolida pela cidade ou perderia sua inocência e se transformaria em algo pior.

Chegando na capital, Eva começa sua história de ascensão social. Para conseguir o que queria – sucesso, fama, dinheiro e respeito – começa a ter casos com homens que a ajudarão alcançar seu objetivo. Torna-se modelo, estrela de rádio até virar uma atriz. Simultaneamente, o coronel Juan Domingo Perón, um ambicioso militar, também está na busca por ascensão nas Forças Armadas e  pelo poder.

Durante um concerto em prol das vítimas de um terremoto na cidade de San Juan, Eva e Perón se conhecem, e na primeira noite dos dois, ela diz que poderá ser de grande valia para coloca-lo no poder. Com isso, ela manda embora a amante de Perón, para se tornar a única.

Eva é então apresentada a alta classe e ao comando do exército do país, que a ignoram, por ela ser de uma classe social inferior. Isso faz com que Eva utilize dos “descamisados” (povo argentino) para levar Perón ao cargo de presidente na eleição de 1946 e transformar o país em uma Nova Argentina.

Durante o intervalo do espetáculo, Eva e Perón se casam.

O segundo ato começa com Perón eleito presidente. Ele fará seu discurso no balcão da Casa Rosada, sede do governo argentino. Mas o povo, os “descamisados“, pedem por Evita. É quando ela os atende e canta o clássico “Não Chores Por Mim, Argentina”.

Che Guevara faz então uma análise dos primeiros atos da primeira dama do país – uma turnê pela Europa para promover o Peronismo. Com roupas de alta costura, o ‘arco íris argentino’ começa sua viagem. É bem recebida na Espanha; já na Itália, comparam seu marido a Benito Mussolini; não impressiona os franceses; e na Inglaterra, não tem força política para ser recebida no palácio de Buckingham. Hora de voltar para casa.

Evita dá início a “Fundação Eva Perón”, que irá ajudar os “descamisados“. Che se pergunta – é um trabalho assistencial ou uma forma de lavagem de dinheiro?

estampita frentebajsDurante uma ida à igreja, Evita passa mal. Enquanto está inconsciente, Evita sonha que está conversando com Che sobre sua vida e a situação da Argentina – ele mostra que ela usa o povo para atingir seus objetivos –  a Economia está quebrada, a  Indústria Pecuária vai mal e a Imprensa critica constantemente o Governo. Ela percebe que está morrendo e não viverá por muito mais tempo.

 

Enquanto isso, a alta cúpula do Exército pressiona Perón, para que ele faça com que Evita deixe de ter poder no governo. Perón tenta argumentar que eles não chegariam onde estão se não fosse por ela. Mas acaba concordando que ela logo morrerá por causa do câncer que a consome.

Evita tenta concorrer ao cargo de vice presidente nas próximas eleições junto com Perón, mas ele lhe diz que sua saúde é muito delicada (além do que, teme que o Exército dê um golpe e o tire do poder).

Ela aceita, faz seu último discurso a nação, jurando seu amor eterno aos seus “descamisados” e pedindo perdão. Evita morre no dia 26 de julho de 1952, aos 33 anos. Um monumento seria construído para mostrar seu corpo embalsamado para a posterioridade. Só que o corpo desapareceu por dezessete anos…

PERSONAGENS

Eva Perón – de uma adolescente do interior à primeira dama da Argentina.

Che Guevara – argentino de nascimento, tornou-se revolucionário e figura importante da Revolução Cubana.

Juan Perón – de coronel do Exército a Presidente do país por três mandatos: de 1946 a 1952, de 1952 a 1955 e de 1973 a 1974.

Agustin Magaldi – cantor de tango que levou Eva de Junín a Buenos Aires.

Amante de Perón – uma adolescente que perdeu sua posição com a chegada de Eva Duarte.

Coro – População da Argentina.

“Ouça, Buenos Aires. Sei que, num instante também vai gostar de mim, Quando monte o show.” (“Buenos Aires” – “Hino a Buenos Aires”)

NÚMEROS MUSICAIS

1º ato

“A Cinema in Buenos Aires, 26 July 1952” – Multidão

“Requiem for Evita” – Coro

“Oh What a Circus” – Che e a multidão

“On This Night of a Thousand Stars” – Magaldi

“Eva and Magaldi” / “Eva, Beware of the City” – Eva, Magaldi e a família de Evita

“Buenos Aires” – Eva e a multidão

“Goodnight and Thank You” – Che, Eva, Magaldi e amantes

“The Lady’s Got Potential” – Che

“The Art of the Possible” – Perón, Generais e Eva

“Charity Concert” – Perón, Che, Magaldi e Eva

“I’d Be Surprisingly Good for You” – Eva e Perón

“Hello and Goodbye” – Eva

“Another Suitcase in Another Hall” – Amante de Perón e coro masculino

“Peron’s Latest Flame” – Che, Aristocratas, Soldados e Eva

“A New Argentina” – Eva, Che, Perón e multidão

2º Ato

“On the Balcony of the Casa Rosada” – Perón, Che e multidão

“Don’t Cry for Me Argentina” – Eva

“High Flying Adored” – Che e Eva

“Rainbow High” – Eva e estilistas

“Rainbow Tour” – Perón, Assessores e Che

“The Actress Hasn’t Learned the Lines (You’d Like to Hear)” – Eva, Aristocratas e Che

“And the Money Kept Rolling In (And Out)” – Che e multidão

“Santa Evita” – Crianças e coro

“A Waltz for Eva and Che” – Eva e Che

“You Must Love Me” – Eva

“Peron’s Latest Flame Playoff” – Soldados

“She Is a Diamond” – Perón

“Dice Are Rolling” / “Eva’s Sonnet” – Perón e Eva

“Eva’s Final Broadcast” – Eva

“Montage” – Eva, Che, Perón e coro

“Lament” – Eva, embalsamadores e Che

“Não chores por mim, Argentina, Minh’alma está contigo. A vida inteira eu te dedico, Mas não me deixes, Fica comigo” (“Don’t cry for me Argentina” – “Não chores por mim, Argentina”)

A PRODUÇÃO

Voltemos a 1965, quando o jovem compositor de então 17 anos, Andrew Lloyd Webber conheceu um aspirante a letrista pop, Tim Rice.

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O primeiro trabalho juntos foi o musical The Likes of Us”, que contava a história de Thomas John Barnardo, um filantropo irlandês que criou casas para abrigar crianças carentes no Reino Unido, a partir do meio do século XIX. Fizeram uma fita demo em 1966, mas o musical só foi montado em 09 de julho de 2005, no Lloyd Webber’s Sydmonton Festival.

Em 1967, Alan Doggett, professor de música de um colégio londrino, e que tinha auxiliado Webber e Rice no musical, pediu uma ‘cantata’ pop com tema bíblico. Compuseram o conceito original de “Joseph and the Amazing Technicolor Dreamcoat”, que narra a vida de José no Egito.

Três anos depois, ao invés de um novo musical, criaram um álbum conceito sobre a última semana de vida de Jesus Cristo – “Jesus Christ Superstar”.Só foi adaptado para o teatro em 1971, quando estreou na Broadway e no ano seguinte, no West End, com produção de Robert Stigwood.

Stigwood pediu uma nova adaptação musical de “Peter Pan” para Rice e Webber em 1972, mas o projeto não vingou.

Em 1973, Tim Rice ouviu no rádio um programa sobre a primeira dama da Argentina, María Eva Duarte Perón. Lembrou-se de quando criança tinha o hábito de colecionar selos e não entendia a importância daquela figura nos selos argentinos.

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Selo argentino com a efígie de Eva Perón

Começou a pesquisar sobre a personagem histórica. Acabou conhecendo o diretor argentino, Carlos Pasini-Hansen, e assistiu o documentário dele sobre a vida de Evita, “Queen of Hearts” (estreou na televisão britânica em 1972). Feito para Thames Television (Londres, Inglaterra), foi filmado na Argentina e Itália, entre outubro de 1971 e fevereiro de 1972.

Sua estreia foi em 24 de outubro de 1972 no Reino Unido, sendo transmitido depois em outros países europeus e Estados unidos. Foi premiado em 1973 no Chicago Film Festival.

Muitas ideias do filme inspiraram Tim Rice.

Com o auxílio de Pasini-Hansen, Tim Rice foi até a Argentina conhecer mais sobre a vida de sua ex-primeira dama. Ao voltar da viagem, apresentou sua ideia para um novo musical a Lloyd Webber. Mas o projeto teve que esperar até 1976.

Foi como alegoria gloriosa da Argentina, através de um especial da BBC inglesa, que dois jovens, Tim Rice e Andrew Lloyd, conheceram Evita. Em meados da década de 1970, mais de 20 anos após a sua morte, Eva Perón ainda era o símbolo máximo da Argentina. Ao mesmo tempo intrigados e fascinados, movidos pelo carisma daquela mulher, realizaram a ópera-rock mais exuberante que já foi escrita. Supera todas as suas similares em brilho, fascínio, luxo…É a eloqüente ressurreição de uma figura fascinante. Através desta ópera – a mais consagrada da segunda metade do século XX – Evita continua viva em todos os palcos do mundo. Ela tornou-se uma figura ainda mais conhecida e comentada. Ela é hoje não apenas parte da história e da cultura portenha, como também do cenário cultural mundial.” (Luiz Carlos Capellano – Evita: A Mulher, o Mito)

Seguindo a estratégia de “Jesus Christ Superstar“, “Evita” foi transformado em álbum duplo. Como encarte, além das letras, sinopse e créditos, fotos do elenco e da equipe criativa feitas por vários fotógrafos, entre eles, Lord Snowdon (primeiro marido da princesa Margaret, irmã da rainha britânica, Elizabeth II).

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Julie Covington

Para o papel título, Julie Covington (“Godspell”). Paul Jones interpretou Juan Perón, Colm Wilkinson foi Che Guevara e Tony Christie, o cantor de tango, Agustin Magaldi. As vendas atingiram álbum de platina só no Reino Unido. O single “Don’t cry for me Argentina” também foi sucesso de vendas e regravado no mundo inteiro.

 

ESTREIA EM WEST END/LONDRES

Após o lançamento, e o sucesso da crítica e público, Lloyd Webber entrou em contato com o diretor e produtor norte americano, Harold Prince, para transformarem o álbum em um musical. Prince (“Cabaret”, “Company”, “Sweeney Todd”) mostrou interesse, mas teria que esperar dois anos para poder entrar no trabalho.

Enquanto esperavam, Rice e Lloyd Webber fizeram adaptações no musical. Até que no começo de 1978 começaram os ensaios e em 21 de junho desse ano, “Evita” fez seu début no Prince Edward Theatre. Foram 3.176 sessões até a cortina descer em 18 de fevereiro de 1986.

Para o papel título, Julie Covington foi convidada mas não aceitou (em 1985, Covington mostrou um certo arrependimento, mas disse que na época, a figura de Eva Perón não a agradara, por isso declinou do convite. Quem agradeceu foi uma atriz que ainda não tinha alcançado a fama: Elaine Page. Page tinha estreado em “Hair” (1968). Com o papel da primeira dama argentina, ela alcançou o estrelato. Foi premiada com o prêmio Lawrence Olivier por sua performance em um musical. E para ela, Lloyd Webber criou o papel de Grizabella em “Cats“, que lhe presenteou com o sucesso da canção “Memory“.

David Essex foi Che Guevara, Joss Ackland como Perón e Siobhán McCarthy como a amante de Perón. A direção foi de Harold Prince. Robert Stigwood foi o produtor. A coreografia foi de Larry Fuller.  Para a cenografia foram convidados Timothy O’Brien and Tazeena Firth.

O musical ganhou dois Olivier Awards: novo musical e atriz (Elaine Page), além de ter recebido indicações para David Essex (ator) e a direção de Harold Prince.

ESTREIA NA BROADWAY/NOVA YORK

No ano seguinte, “Evita” começou sua turnê pelos Estados Unidos. Começou em Los Angeles e San Francisco, antes de abrir suas cortinas no Broadway Theatre em 25 de Setembro de 1979. Foram 1.567 sessões e 17 prévias até 26 de junho de 1983.

Harold Prince também dirigiu a montagem. Tentou trazer Elaine Page para interpretar Evita, mas o sindicato de atores não deu permissão para Paige, atriz inglesa, fazer o papel.

Foi chamada Patti LuPone. Ao seu lado Mandy Patinkin como Che, Bob Gunton como Perón e Jani Ohringer como a amante de Perón. Pelos papéis, LuPone, Patinkin e Gunton ganharam o Tony Awards (a produção conquistou outras quatro estatuetas).

Mas, como tudo tem um mas, Patti LuPone em uma entrevista em 2007 afirmou que trabalhar em Evita “foi a pior experiência da minha vida. Ao invés de cantar, tinha que gritar. Era um papel que só poderia ter sido escrito por um homem que odeia mulheres. E não tive apoio dos produtores, que queriam uma estrela no palco, mas que nos bastidores me esnobavam“.

Evita

DO PALCO PARA O CINEMA

Logo após o lançamento do álbum, a ideia para um filme foi pensada. Por quinze anos, os direitos passaram pelas mãos de vários estúdios e diretores. Os nomes de Meryl Streep e Michelle Pfeiffer foram sondados.

Até que em 1983, os direitos foram vendidos para Cinergi Pictures, com distribuição pela Walt Disney Studios através da Hollywood Pictures. Na direção, Alan Parker. E como o grande nome da produção, Madonna.

Foi composta uma nova canção “You Must Love Me” para o filme.

As filmagens acontecerão entre fevereiro e maio de 1996, com cenas gravadas em Buenos Aires, Budapest e nos estúdios cinematográficos da Shepperton Studios.

Com um orçamento de 55 milhões de dólares, e com Antonio Banderas e Jonathan Price no elenco, “Evita” foi lançado nos Estados Unidos no natal de 1996. Arrecadou mais de 141 milhões de dólares e a canção criada para o filme ganhou um Oscar.

Povo da Europa, eu mando a vocês o Arco-Íris da Argentina” (“Rainbow Tour” – “Tour do Arco-Íris”)

PRODUÇÕES PELO MUNDO

O musical foi montado na Austrália, Espanha, México, Itália, Irlanda, África do Sul, Singapura, Taiwan, Hong Kong, Japão além de novas montagens em West End e na Broadway.

BRASIL

Primeira Montagem – 1983/1986

O empresário brasileiro Victor Berbara (veja nossa matéria no link) estava no México em 1981 produzindo “Evita“. Para o papel principal, a atriz/cantora argentina Valeria Lynch.

Quando em 1983, resolveu montar o musical no Brasil, ele tinha o nome da atriz na manga, já que não conseguia encontrar ninguém para o papel.

Foi quando o diretor Maurício Shermann, sugeriu para que Berbara ouvisse a cantora Claudya (na época, Cláudia). Ele não sabia quem ela era, mas aceitou fazer o teste. Só que Claudya cantou uma música desconhecida por ele. Pediu algo mais popular, até que pediu que ela cantasse “Mamãe, eu quero“. Foi aprovada.

Claudya não era atriz. Para tanto, Berbara foi demonstrando a forma como ela deveria atuar. Ela ia reproduzindo nos ensaios. Até que Shermann chamou o produtor de lado e disse que ela era ele no palco – ele deveria deixá-la um pouco mais a vontade para criar a personagem. Mas ele continuou dirigindo-a com mão de ferro. O resultado? Um sucesso. Claudya foi considerada, inclusive pelos produtores ingleses Robert Stigwood e David Land, como a melhor Evita de todos as atrizes que tinham feito o papel até então.

O espetáculo estreou em 12 de janeiro de 1983 no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. A temporada paulistana aconteceu em 1986, na casa de shows Palace.

O elenco era composto por Claudya (Evita), Mauro Mendonça (Perón), Hilton Prado (Magaldi/ Perón stand-in), Sylvia Massari (Amante de Péron/ Evita stand-in), Carlos Augusto Strazzer (Che), Vera Maria do Canto e Mello (Evita Stand-in), José Spintto (Péron stand-in), Júlio César Buys (Péron stand-in), Jorge Bueno (Che stand-in/ Magaldi stand-in), Fernando Multedo (Che stand-in/ Magaldi stand-in), Othon Rocha Neto (Che stand-in), Othon Rocha Neto (Magaldi stand-in), Solange Costa (Amante de Péron stand-in), Marie Claude Lemoine (Amante de Peron stand-in), Márcia Krengiel (Amante de Peron stand-in), Bailarinos: Cássia Leal, Ilka Muller, Lúcia Costa, Maria Odete Garnier, Maria Rita, Marília Patiño, Mônica Pereira, Sheila Matos, Caio Marcelo, Carlos Mátheson, Jonas Dalbecchi, Nilson Accioly, Roberto Lima, Solon de Almeida e Sylvio Dufrayer, Cantores: Dalny Dias César, Diana Simonelli, Juraciara Diacovo, Márcia Krengiel, Marie Claude Lemoine, Miriam Muller, Salete Bernardi, Sylvia Massari, Solange Costa, Vera Maria do Canto e Mello, Alberto Guerra, Benito de Santis, Fernando Multedo, Jorge Bueno, José Spintto, Júlio César Buys, Oswaldo da Silva, Othon Rocha Neto, Paulinho Lopes, Paulo Soares, Paulo Ullman Berlowitz, Sérgio Dionísio, Silvio Ferrari e Tony Everton Jr., Crianças:  Pedro Ivo Marins Vianna, Ana Paula Hasson Mendes, Eneida de Oliveira, Gabriel Thomas Vanucci, Giovanna de Carvalho, Luciana Mitkiewicz, Augusto Thomas Vanucci.

A equipe criativa brasileira era Victor Berbara (produção e tradução), Maurício Sherman (direção), Edson Frederico (diretor musical e orquestrações adicionais), Johnny Franklin (direção de coreografia), Norman Westwater (diretor de montagem e autor de cenografia adicional), Miguel Rosenberg (diretor de cena), Sonia Destri (assistente de direção) e Fernando Moya (coreografia).

Segunda montagem – 2011

A segunda montagem brasileira (2011) começou 61 anos antes. O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Philippe Takla, durante uma visita à Argentina, foi recepcionado pelo presidente do país e sua primeira dama, Juan Domingo e Eva Perón. Ficou impressionado com a devoção popular em relação aos dois. Quando retornou de viagem, trouxe na mala um álbum repleto de fotos, entre as quais a de Evita. Ele a enquadrou e pendurou na parece de casa. Seu filho caçula, Jorge, cresceu com a imagem daquela mulher na parede da sala de estar. Curioso, ao perguntar quem ela era, seu pai falava “Evita!“.

Eu não compreendia por que uma mulher que nem era presidente podia ser tão famosa”, contou o produtor e diretor teatral Jorge Takla. A importância só foi entendida quando em 1978, ele assistiu em Londres uma sessão do musical. “Ela morreu muito jovem, carregando o sonho de todas aquelas pessoas oprimidas a quem servia de exemplo”.

Jorge Takla comprou os direitos para montagem a obra em 2007. Foi quando começou uma revisão bibliográfica, mais acurada, dos fatos sobre Eva Perón. Leu as biografias escritas por Tomás Eloy Martínez e Juan Pablo Queiroz. Foi ao lado dos documentaristas Otavio Juliano e Luciana Ferraz até o Arquivo Geral de Buenos Aires, onde ficaram por duas semanas debruçados sobre documentos originais, programas, jornais e imagens da época. Depois de mais duas viagens, trouxeram três horas de filmagens e 1.000 fotografias, que fizeram parte das projeções no cenário do musical.

O musical, orçado em 4 milhões de reais, estreou em 26 de março de 2011, no Teatro Alfa. Foram 45 atores/cantores e uma orquestra com 20 músicos. As músicas – que misturam ritmos latinos, com rock, samba, ópera e xaxado, foram reinterpretadas e traduzidas por Vânia Pajares e Cláudio Botelho.

Para criar – e recriar o figurino da primeira dama – Fábio Namatame criou mais de 350 peças para todos os personagens – sejam população argentina, integrantes do exército, até as peças da grife francesa Dior, estilista preferido de Evita.

O elenco tinha Paula Capovilla, Daniel Boaventura, Fred Silveira, Bianca Tadini, Leonardo Wagner, Pedro Ometto, Adalberto Halvez, Adriana Naccache, Alessandra Vertamatti, Alexandra Manólio, Ana Beatriz Morais, Brenda Nadler, Cidália Castro, Daniel Caldini, Fabiane Bang, Felipe Caczan, Felipe Domingues, Fernando Palazza, Fernando Petelinkar, Gisele Gonçalves, Gustavo Lassen, Julia Duarte, Juliana Rossi, Lívia Delgado, Marcelo Freire, Marcelo Vasquez, Mariana Barros, Mariana Rosinski, Nick Vila Maior, Olívia Branco, Paula Miessa, Rafael Villar, Randal Oliveira, Roberto Borges, Roberto Rocha, Rogério Matias, Thiago Jansen, Wesley Fernandez, Isabela Rangel, Izabely Tomazi, Juliane Oliveira, Letícia dos Santos Carmo, Mariana Martins e  Matheus Braga.

A equipe criativa era composta por Jorge Takla (direção geral), Tânia Nardini (direção associada e coreografia), Vânia Pajares (direção musical e regência), Cláudio Botelho (versão brasileira), Fábio Namatame (figurinos), Jorge Takla e Paulo Corrêa (cenografia), Ney Bonfante (design de luz), Fernando Fortes (design de som), e Luciana Ferraz, Juliano Seganti e Otavio Juliano (projeções).

Para onde vamos daqui? Não é onde pretendíamos estar Nós tínhamos tudo Você acreditou em mim, eu acreditei em você Você deve me amar… (“You must love me” – “Você  deve me amar”)

CURIOSIDADES

  • Evita era a forma que María Eva Duarte de Perón (1919-1952), ex-primeira dama da Argentina, gostava de ser chamada.
  • Evita estreou no cinema com o filme “Segundos Afuera” (1937).
  • Durante a viagem oficial do arco-íris argentino pela Europa, Evita passou pela Argentina, Itália, França, Inglaterra, Portugal, Suíça, Brasil e Uruguai.

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Evita e Eurico Gaspar Dutra (1947)

  • Três milhões de pessoas tomaram as ruas de Buenos Aires para chorarem por “Santa Evita”, a mãe dos pobres, a mãe do povo.
  • Seu corpo foi embalsamado para ser exposto em um mausoléu construído para esse fim. Mas em 1955, militares que depuseram Juan Perón, roubaram o corpo para evitar que ele fosse símbolo de adoração. Circulou pelo país antes de ser enviado para Itália e ser enterrado. Foi devolvido ao marido em 1971, na Espanha, onde ele estava exilado. Voltou para Argentina em 1974, pelas mãos de Isabellita Perón, terceira esposa de Juan Perón.
  • O mausoléu de Evita encontra-se no cemitério da Recoleta, em Buenos Aires.

  • Assim como o musical “Jesus Christ Superstar”, “Evita” primeiro foi lançado como disco, para só depois ser transformado em musical.
  • Se fosse só por Lloyd Webber, “Evita” não existiria. Ele escreveu o musical, mas fazendo com que o público estivesse contra a protagonista-vilã.
  • O diretor argentino Carlos Pasini-Hansen (documentário “Queen of Hearts”) participou do álbum conceito de 1976. Carlos escreveu e gravou as falas do ator que interrompe o filme num cinema em Buenos Aires para anunciar que Evita havia falecido.
  • Dont’ cry for me Argentina” não foi o primeiro título para a canção. A letra foi adaptada. Poderia ter sido chamada “It’s Only Your Lover Returning” (“É somente o seu amante retornando”) ou “All Through My Crazy and Wild Days” (“Durante meus dias loucos e selvagens”).
  • Quando Tim Rice visitou a Argentina para pesquisar sobre a vida de Evita, visitou também o seu túmulo. Lá tinha uma placa, homenagem do sindicato  de taxistas de Buenos Aires. Os dizeres começavam com “Não chores por mim, perdida nem distante, sou parte essencial de sua existência…“.
  • O crítico Roger Ebert, jornal Chicago Sun-Times, explicou o motivo de porque não deveríamos chorar por ela. “Eva conseguiu tudo o que sempre sonhou, e a Argentina deveria chorar por si mesma. Até o pobre Juan Perón deveria derramar uma ou duas lágrimas, já que ele foi relegado ao papel de um homem que dava o braço a uma mulher rica e poderosa. Ele foi simplesmente um acessório de moda“.
  • Em menos de dois meses, o single “Don’t Cry For Me Argentina” alcançou o topo das paradas de sucesso do Reino Unido, onde vendeu mais de um milhão de cópias (1977).

 

  • Che Guevara seria apenas um narrador, que representaria o povo argentino. Depois que Tim Rice soube que o revolucionário cubano nasceu na Argentina. Mas, historicamente, Evita e Che nunca se encontraram. Em algumas produções, o personagem é caracterizado como o revolucionário, em outras não.
  • Victor Berbara foi o produtor responsável por trazer montagens internacionais para o país. Começou em 1962, com “My Fair Lady”, com Bibi Ferreira. Depois vieram “Hello, Dolly” (1966), “Promises, Promises” (1970), até “Evita” (1983).
  • A cantora Cláudia antes de ser escolhida para o papel de Evita na montagem de 1983 teve uma carreira de sucesso na Jovem Guarda, bem como em Festivais da Canção.
  • Aliás, para fazer o teste, Cláudia cantou uma canção que Berbara não conhecia. Ele pediu para então que ela cantasse “Mamãe eu quero”. E foi com esta canção que foi escolhida para o papel.
  • Victor Berbara reescreveu o final do musical para a montagem brasileira de 1983, pois não concordava com a forma que Rice e Webber retrataram Evita.
  • Paula Capovilla recebeu mais de três horas de DVDs e conversou com psicólogos e argentinos residentes no Brasil para ter a compreensão da personalidade da personagem.
  • Antes de Madonna, Meryl Streep e Michelle Pfeiffer foram cotadas para o papel título no cinema.
  • A canção “You Must Love Me“, escrita para o filme, passou a fazer parte da produção de Londres de 2006, assim como também outras produções posteriores. Ela pode estar logo após “Waltz for Eva and Che“, bem como antes de “Eva’s Final Broadcast.

FOTOS DAS MONTAGENS BRASILEIRA

Montagem 1981

Montagem 2011

A CHORUS LINE (1983)

Um espetáculo de sonhos, incertezas, medos, paixão pela dança e pelo trabalho. A luta diária do artista. Ouvir mais nãos do que sins. Mas,…

A Chorus Line” é um musical onde o Coro é o Protagonista.

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“O show é dedicado a todos aqueles que já dançaram em um coro ou executaram um passo… em qualquer lugar.” Michael Bennett

A História

“A Chorus Line” conta a história de dançarinos que participarão da audição para um novo musical. Nenhum será protagonista – personagem principal com nome e de quem se conta a história. Eles farão a parte do coro – personagens que dão apoio/suporte a história que está sendo contada.

A ação se passa numa sala de ensaios. Um palco limpo, com apenas uma linha no chão e uma parede de espelhos.

O espetáculo já começa com rotinas de dança. O diretor e seu assistente chamam os candidatos e pedem que eles dancem, enquanto observam e fazem anotações.

Primeiro corte.

Na linha, perfilados, com suas fotos/currículos em mãos, sobram dezessete candidatos.

O diretor realiza um processo não ortodoxo  para definir quem ocupará uma das oito posições do espetáculo (quatro homens e quatro mulheres) – os candidatos devem contar quem são e como se tornaram dançarinos.

No palco, somente os candidatos. O público ouve a voz do diretor (que presumidamente estaria sentado na plateia, analisando-os).

Uma a uma, dezessete histórias de vidas, medos, incertezas, felicidades vão sendo contadas, entremeadas por canções e números de dança.

Segundo e último corte.

Os escolhidos para trabalhar no espetáculo são Mike, Cassie, Bobby, Judy, Richie, Val, Mark e Diana.

Ao final, a individualidade desaparece quando todos tornam-se “Um” (“One” – canção que encerra o espetáculo, quando todos entram no palco, um a um, vestidos iguais, com traje de gala dourado. Refletidos no espelho, aqueles oitos multiplicam-se, dançando sincronizadamente, como se fossem um).

Personagens

Zach – o arrogante e bem sucedido coreógrafo/diretor do musical

Larry – seu assistente

Candidatos:

Don Kerr – homem casado, trabalhou em boates de strip-tease masculino

Maggie Winslow – dançarina que cresceu em um lar com um pai ausente

Mike Costa – dançarino de estilo agressivo que aprendeu sapateado ainda na infância

Connie Wong – dançarina sino-americana, de baixa estatura, que não aparenta a idade que tem

Greg Gardner – gay judeu, que comenta sua primeira experiência com uma mulher

Cassie Ferguson – ex-dançarina solo, que já teve sucesso, mas está em baixa na carreira. Teve uma relação mal sucedida com Zach

Sheila Bryant – dançarina sexy, idade mais avançada, que conta sobre sua infância infeliz

Bobby Mills – melhor amigo gay de Sheila, que faz piadas com sua educação conservadora

Bebe Benzenheimer – uma jovem dançarina que só se sente bonita enquanto está no palco dançando

Judy Turner – dançarina alta, desajeitada, mas engraçada

Richie Walters – dançarino negro apaixonado pelo que faz, que pensou em ser professor do jardim de infância

Al DeLuca – um ítalo-americano que toma conta da mulher, também bailarina

Kristine Urich (DeLuca) – esposa distraída/sem atenção de Al, que não consegue cantar no tom

Val Clark – excelente dançarina, desbocada, que por causa da aparência não conseguia emprego. Isto muda após passar por cirurgia plástica

Mark Anthony –mais jovem dos dançarinos, que relembrou quando contou ao padre de sua paróquia, que pensava ter gonorreia

Paul San Marco – gay porto-riquenho introvertido e inseguro, que abandonou os estudos

Diana Morales –porto-riquenha e amiga de Paul, foi sempre subestimada por seus professores

Dançarinos cortados na primeira parte da audição:

Tricia – tem um breve solo vocal.

Vicki – nunca estudou balé.

Lois – dança como bailarina.

Roy –não consegue manter os braços na posição correta.

Butch – tem uma desavença durante os ensaios.

Tom – esportista

Frank – fica olhando para os pés enquanto dança

Números musicais

“I Hope I Get It” – Zach, Tricia, Paul e o grupo

“I Can Do That” – Mike

“And…” – Bobby, Richie, Val e Judy

“At the Ballet” – Sheila, Bebe e Maggie

“Sing!” – Kristine, Al e o grupo

“Montagem Parte 1: Hello Twelve, Hello Thirteen, Hello Love” – Mark, Connie e o grupo

“Montagem Parte 2: Nothing” – Diana

“Montagem Parte 3: Mother” – Don, Judy, Maggie e o grupo

“Montagem Parte 4: Gimme the Ball” – Greg, Richie e o grupo

“Dance: Ten; Looks: Three” – Val

“The Music and the Mirror” – Cassie

“One” – o grupo

“The Tap Combination” – o grupo

“What I Did for Love” – Diana e o grupo

“One” (Final) – o grupo

“Tudo começou à meia-noite do dia 18 de janeiro de 1974, num estúdio de balé.” Michael Bennett

A Produção

A ideia original para o musical surgiu quando Michon Peacock e Tony Stevens reuniram outros vinte dançarinos para formarem uma companhia profissional de dança. Eles gravaram fitas, onde os participantes contavam suas histórias pessoais.

Os dançarinos eram conhecidos como ‘ciganos’ (‘gypsies’), pois excursionavam pelos Estados Unidos em montagens de musicais, sempre como coadjuvantes (‘coro’) das grandes estrelas.

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Michael Bennett

Michael Bennett foi convidado a se juntar ao grupo como observador, mas com o passar do tempo e dos ensaios, começou a comandar as reuniões futuras.

Era o embrião de “A Chorus Line”.

Bennett levou as fitas para o produtor Joseph Papp (Public Theatre), convencendo-o patrocinar um workshop de cinco semanas, de onde sairia um musical inovador e original: sem cenário, sem figurino, sem estrelas conhecidas.

Nas primeiras apresentações, ao invés do ‘diretor’, o público era quem decidia quem seria selecionado nas ‘audições’ do musical – mas isto não durou muito pois grande parte do público não queria participar da escolha.

Com isso, os personagens selecionados passaram a ser sempre os mesmos.

Equipe Criativa

A direção e coreografia do espetáculo é de Michael Bennett (“Follies”, “Company”, “Dreamgirls”). Bob Avian foi o co-responsável pela coreografia. A música é de Marvin Hamlisch. As letras são de Edward Kleban. O texto é de James Kirkwood Jr e Nicholas Dante.

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Marvin Hamlisch e Michael Bennett nos ensaios.

No elenco original, Scott Allen, Renee Baughman, Kelly Bishop, Pamela Blair, Wayne Cilento, Chuck Cissel, Clive Clerk, Kay Cole, Ronald Dennis, Donna Drake, Brandt Edwards, Patricia Garland, Carolyn Kirsch, Ron Kuhlman, Nancy Lane, Baayork Lee, Priscilla Lopez, Robert LuPone, Cameron Mason, Donna McKechnie, Don Percassi, Michael Serrecchia, Michel Stuart, Thomas J. Walsh, Sammy Williams, Crissy Wilzak. Carole Schweid, John Mineo e Tim Cassidy eram os swings.

Estreia nos Estados Unidos

O musical estreou no Public Theater em 15 de abril de 1975. Para realizar a montagem, teve que pedir um empréstimo de USD$ 1.6 milhões. (Ao terminar a temporada, o musical gerou um total de mais de UDS$ 400 milhões em solo americano.)

A reação do público foi tão positiva que a temporada esgotou imediatamente.

O produtor Joseph Papp transferiu a produção para a Broadway. As cortinas do Shubert Theatre se abriram em 25 de julho de 1975. Foram 6.137 sessões até 28 abril de 1990.

“A Chorus Line” quebrou todos os recordes de bilheteria e apresentações. No dia 29 de setembro de 1983, mais de 300 atores subiram ao palco para mais uma vez participar da audição que mudou sua vida. A brasileira Maíza Tempesta foi uma delas. Assista a apresentação neste link.

Premiação

O espetáculo também teve um ótimo desempenho da crítica.

Recebeu 13 indicações ao Tony Awards de 1976, ganhando nove, incluindo melhor musical, diretor, coreografia, atriz, ator e atriz coadjuvante. Ganhou o Prêmio Pulitzer de Drama. Recebeu e ganhou todas as 7 indicações ao Drama Desk Award. Em 1984, recebeu um prêmio especial na edição do Tony Awards como o musical de temporada mais duradoura.

Do palco para o cinema

ChorusLineMovieA história foi levada para o cinema em 1985, com Michael Douglas no papel principal e direção de Richard Attenborough (“Gandhi”, “Jurassic Park”).

Ao invés de levar o tema original dos palcos para as telas, agora a história era de jovens dançarinos que queriam uma vaga na Broadway.

As canções “Hello Twelve, Hello Thirteen, Hello Love”, “Sing!” e “The music and the mirror” foram excluídas. Foram adicionadas “Surprise, surprise” e “Let me dance for you”. O clássico “What I did for love”, que expressava o amor dos dançarinos pela dança, no teatro; no filme, trata-se do relacionamento entre Zach e Cassie.

Michael Bennett sugeriu que a história do filme fosse de atores fazendo audição para o filme. Como a ideia foi rejeitada e ele não concordava com a visão cinematográfica, negou-se a coreografar os atores. Portanto, Jeffrey Hornaday assumiu a posição.

O filme ganhou três indicações ao Oscar: Melhor Canção (“Surprise, surprise”), Melhor Edição de Som e Melhor Montagem.

Revival em 2006

Dezesseis anos após o término da temporada, foi realizada uma nova montagem do musical.

Bob Avian assumiu o papel de diretor (Bennett havia falecido em 1987). Ao seu lado, Baayork Lee, a Connie Wong da montagem original, como coreógrafa.

A temporada no Gerald Schoenfeld Theater durou até 17 de agosto de 2008, com um total de 759 apresentações e 18 previews. O custo foi de USD$ 8 milhões. A produção recebeu duas indicações ao Tony Award – melhor atriz coadjuvante e melhor revival.

Produções pelo Mundo

Além da Broadway, o musical pôde ser assistido em Los Angeles; turnê pelos EUA; Londres (Inglaterra), Australia, Nova Zelândia, África do Sul e Canadá. Foi versionado para a França, Alemanha, Áustria, Suécia, Japão, Argentina, México, Espanha, Singapura, Países Baixos, Suíça, Itália, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Porto Rico, Hong Kong e Brasil.

Brasil – 1983/1984

O responsável pela vinda de “Chorus Line” para o Brasil foi um homem da televisão: Walter Clark.

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Clark foi um importante produtor e executivo da televisão brasileira. Começou a carreira na rádio Tamoio de Assis Chateaubriand. Passou pela agência Interamericana de publicidade. Até que em 1956, começou a trabalhar na TV Rio, chegando a ocupar o principal cargo executivo da emissora. Saiu em 1965, para assumir o cargo de diretor da TV Globo, com objetivo de reestruturar o setor comercial e a grade de programação. Contratou dois nomes de peso para a emissora – José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, e Armando Nogueira. Entre suas criações em conjunto aos dois, estão o Jornal Nacional (entre duas novelas), o Fantástico, o Globo Repórter, a linha de shows. Saiu da TV Globo em 1977. Voltou a televisão em 1981 para a TV Bandeirantes, onde ficou somente um ano.

Quando saiu, tomou a decisão que produziria musicais. Clark assistiu “A Chorus Line” na Broadway em 1976 e resolveu produzi-lo no país. Para ajudá-lo na empreitada, associou-se com José Octavio de Castro Neves e José Arce na “Clark, Neves, Arce, Associados.

Para levantar a produção, foram vendidas 44 cotas, com direito à participação de 1% dos lucros, arrecadando o total de 300 milhões de cruzeiros.

Na equipe de criativos temos Millor Fernandes (tradução); maestro Murilo Alvarenga (diretor musical); Roy Smith (diretor e coreógrafo norte americano); Ricardo Bandeira (diretor residente na montagem do Rio de Janeiro); Nádia Nardini (assistente de coreografia na montagem do Rio de Janeiro); Abel Kopanski (iluminação); Mário Monteiro (cenografia); Alexandre Tenório (diretor de atores); Jorge Takla (diretor técnico da produção); Carlos Ronconi (supervisão de áudio); Paulo Farat e Hamilton “Mica” Griecco (mixagem de som).

A seleção de atores foi feita na sala principal da Escola Municipal de Bailados (atual Escola de Dança de São Paulo). Foram 15 dias de audições. O processo foi um resumo do que era o próprio musical.

Roy Smith, responsável pelas montagens em turnês nos Estados Unidos e no exterior, ensaiou os selecionados. Sua opinião era que apesar de os dançarinos brasileiros não terem a mesma técnica dos americanos e europeus, eram dotados de uma enorme vontade de aprender.

No elenco das montagens paulista e carioca, nomes até então desconhecidos do público. Acácio Gonçalves, Alonso Barros, Augusto Pompeu, Beatriz Becker, Breno Mascarenhas, Carola Monticelli, Claudia de Mendonça, Daniela Panessa, Dill Costa, Eduardo Malot, Eduardo Martini, George Otto, Guilherme Leme, Heloísa Millet, Ivonice Satie, J.C. Violla, Jorge Bueno, Kátia Bronstein, Luiz Carlos Buruca, Marcos Jardim, Maiza Tempesta, Márcia Albuquerque, Marcos Jardim, Maria Cláudia Raia, Maria Lúcia Priolli, Nádia Nardini, Paulo Xavier, Patrícia Martin, Raul Gazolla, Regina Restelli, Ricardo Bandeira, Ricardo Viviani, Rita Malot, Rita Renha,  Roberto Lima, Roberto Lopes, Rogério da Cal, Ruben Gabira, Sergio Funari, Sheila Dorfman, Suzana Gulart, Suzana Yamauchi, Sylvia Andrade, Teca Pereira, Thales Pan Chacon, Totia Meireles, Viviane Alfano e Zé Arantes.

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Dias antes da estreia, percebeu-se que a orquestra de 23 músicos abafava a voz dos atores. Com isso, colocaram uma cobertura sobre ela. O maestro Murilo Alvarenga acompanhava o espetáculo através de um monitor de televisão, colocado a sua frente, bem como na coxia, para que o elenco de apoio e reservas, que reforçavam o coro, pudesse acompanhar a encenação.

Antes de abrir as cortinas do Teatro Sérgio Cardoso ao público, foram realizadas três pré-estreias para convidados. A última, do dia 12 de março de 1983, uma terça feira, o espetáculo foi interrompido por vinte vezes para os aplausos do público. A estreia oficial foi no dia 14 de abril.

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anúncio na revista Veja São Paulo

Após sete meses de uma bem sucedida temporada em São Paulo, que só terminou por falta de dinheiro, o musical foi para o Rio de Janeiro, em 1984, no Teatro Tereza Rachel (atual Teatro Claro Rio).

Curiosidades

  • Dos primeiros ‘ciganos’ norte americanos (‘gypsies’), oito fizeram parte do elenco original de 1975.
  • Cada dançarino vendeu a fita com sua história por 1 dólar para Michael Bennett.
  • Pelo contrato, os diretores e dançarinos que participaram do workshop que deu origem ao espetáculo, receberiam uma parte da receita do show. Isso foi honrado durante os 15 anos da temporada. Para a montagem de 2006, eles tiveram que entrar com uma ação para poderem receber seus direitos.
  • A personagem Cassie não era escolhida nas primeiras apresentações. Foi a mulher de Neil Simon, Marsha Mason, que ligou para Bennett e explicou o porquê ela deveria passar na audição.
  • O compositor Marvin Hamlisch é uma das únicas duas pessoas a ganhar um Emmy, um Grammy, um Oscar, um Tony e um Pullitzer. A outra pessoa é o também compositor Richard Rodgers (“Cinderella”, “South Pacific”).
  • O letrista Edward Kleban odiou a canção “What I did for love”. Colocou até uma cláusula em seu testamento, proibindo que fosse tocada no seu funeral. Mas, tornou-se um hit e foi gravada por Aretha Franklin e Petula Clark, entre outros.

  • Rendeu mais de 140 milhões de dólares (só com as apresentações na Broadway) e foi visto por 6,5 milhões de pessoas.
  • Com parte do lucro arrecadado, o Public Theater criou outros projetos culturais, entre eles, o “Shakespeare no Central Park”.
  • Foi o primeiro musical a incluir o tema da homossexualidade na sua história.
  • Foi o musical de temporada mais longa entre 1983 a 1997, quando foi ultrapassado por “Cats”.
  • Comemorando os 40 anos de “A Chorus Line” em 2015, o elenco de “Hamilton” prestou sua homenagem. Ambos musicais estrearam no mesmo teatro.

  • Kelly Bishop, a Sheila original, conta que ficou horrorizada com ouviu o diretor Richard Attenborough dizer que “A Chorus Line” era sobre jovens que querem uma vaga na Broadway. A versão teatral não é sobre isso, mas, sim, sobre dançarinos que buscam possibilidades de passar na sua última chance de dançar, uma vez que estão ficando velhos demais para isso.
  • Nicole Fosse, filha de Bob Fosse e Gwen Verdon, participou do filme de 1985 no papel de Kristine.
  • A Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP) quase conseguiu proibir a apresentação do musical no Teatro Sérgio Cardoso (sob a gestão do governo do estado). Ela se manifestou contrária a apresentação de um musical ‘importado’, que não acrescentaria nada à “genuína produção nacional”.
  • A atriz Márcia Albuquerque – no papel de Cassie – participou das montagens nos Estados Unidos, Brasil e Europa.
  • A atriz Maíza Tempesta foi a brasileira convidada para participar da sessão 3.389, em 29 de setembro de 1983, quando a montagem americana ultrapassou o musical “Grease” como o mais duradouro na Broadway.

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  • Quando soube que teria a montagem no Brasil, a jovem de 16 anos, Maria Claudia Motta Raia, foi a inscrição número 001 para a audição.
  • Cerca de 1.500 candidatos aguardaram para fazerem o teste para o musical no Brasil.

Fotos/Vídeos da montagem brasileira

(videos – youtube programa Gente Carioca / Fotos – registro atores e página facebook A Chorus Line Brasil 1983)

AÍ VEM O DILÚVIO (1981-1999)

Abram as cortinas. Temos o prazer de anunciar a estreia do quadro especial do Opinião de Peso – “Vamos Falar Sobre Musicais”. As postagens serão mensais.

Convidamos o designer gráfico e ilustrador, Jonas Pina, para fazer uma arte exclusiva sobre o espetáculo.

O porquê do quadro/escolha do musical homenageado

O nosso site tem cinco anos, mas a minha paixão por teatro vem desde a infância. Agradeço aos meus pais por me levarem ao teatro com uma certa regularidade. Primeiro, foram as peças infantis e depois as adultas.

O primeiro espetáculo adulto que me marcou foi o que falaremos hoje. Tinha 10 anos quando pude assistir pela primeira vez (voltei outras duas vezes). Foi algo mágico. Não pude assistir os primeiros musicais que foram apresentados no país a partir de 1962, então pensa em uma criança que viu um espetáculo com cerca de 3 horas de duração; 35 atores no palco atuando, cantando e dançando; um palco giratório, com vários cenários; uma arca de mais de 10 metros de diâmetro montada no palco; efeitos especiais, vários figurinos; uma música contagiante, e ainda que levou para a casa uma fita K-7 com a trilha sonora. Confirmou na hora minha paixão por Teatro e Teatro Musical.

Depois, há 25 anos, participava de um grupo de jovens na paróquia do colégio, onde estudei. Surgiu a ideia de fazermos uma peça de final do ano. Durante uma festa, por cerca de duas horas, escrevi a peça inteira baseada naquele primeiro musical. Fiz uma cópia da fita e deixei com eles. Fui morar em outra cidade. Voltei somente para a apresentação. As lembranças voltaram com força (sim, fiquei muito emocionado com o resultado).

Com o site, a minha preocupação além de postar notícias e divulgar a cena teatral de São Paulo (às vezes do Rio de Janeiro, da Broadway, de West End), é também informar sobre a nossa história e cultura teatral. E é tão difícil. As informações são esparsas, raras. Mas, como diz uma canção do musical, uma formiga só não move uma montanha, mas muitas formigas são exemplos de uma comunidade e movem a montanha.

O musical de estreia é “Aí Vem o Dilúvio”.

A história

O espetáculo conta a história do segundo dilúvio universal. A ação se passa na pequena vila de San Crispim. Padre Silvestre recebe uma ligação telefônica inusitada de Deus. Ele enviará um novo dilúvio à Terra, e só poupará os moradores e animais da vila. Para tanto, Padre Silvestre precisará construir uma arca, com o auxílio dos moradores. Quando ele conta para a população sobre a arca, os moradores ficam incrédulos. Para provar a veracidade, Padre Silvestre realiza um milagre. O prefeito e o bispo se opõem à construção. Mas o padre consegue realizar seu objetivo, com o auxílio da filha do prefeito, Clementina, que é apaixonada perdidamente pelo religioso. O dilúvio começa, mas na arca só estão Silvestre e Clementina. O padre vai contra os desígnios de Deus e se esforça ao máximo para ajudar a população entrar na arca. Deus apieda-se e cessa a chuva. Ao término, com todos celebrando juntos, sentados ao redor de uma mesa, Deus faz-se presente na figura de uma pomba.

Garinei e Giovannini

O musical

Comédia musical italiana em dois atos, “Aggiungi un posto a távola” (“Adicione um assento à mesa”/”Lugar na mesa”) foi escrita entre 1973 e 1974, por Sandro Giovannini, Pietro Garinei e Iaia Fiastri.

O espetáculo é baseado no conto inglês “After Me, The Deluge” (“Depois de mim, o Dilúvio”), de 1972, de David Forrest (pseudônimo dos autores Robert Forrest-Webb e David Eliades).

A direção é de Giovannini e Garinei. A música é de Armando Trovajoli; cenografia e figurinos de Giulio Coltellacci; a coreografia é de Gino Landi.

Devido ao cenário feito todo de madeira, a produção custou 250 milhões de liras italiana (Tentamos fazer uma conversão, mas a lira foi substituída pelo euro em 1999. A inflação italiana também teria que ser avaliada. Apenas para uma ideia, o valor hoje seria aproximadamente 196 mil euros)

O elenco foi quem escolheu o título através de uma votação.

O musical estreou no Teatro Sistina, em Roma (Itália), em 8 de dezembro de 1974. A temporada teve uma duração de seis meses, algo inédito.

Johnny Dorelli, Paolo Panelli, Valores Bice, Ugo Maria Morosi, Daniela Goggi, Christy, Carlo Piantadosi, Renato Turi, entre outros, fizeram parte do elenco original.

Desde sua estreia, passado mais de 45 anos, o espetáculo já foi remontado outra sete vezes na Itália.

Montagens em outros Países

O musical foi traduzido para mais de 10 idiomas e visto por mais de 15 milhões de pessoas. Foi apresentado em Viena (Áustria), Lubecca (Alemanha), Londres (Inglaterra), Madri e Barcelona (Espanha), Buenos Aires (Argentina), Santiago de Chile (Chile), Cidade do México (México), Caracas (Bolívia), Moscou e Sverdlovsk (Rússia), Hungria.

Produção brasileira

A primeira montagem (1981)

O empresário argentino Carlos Pedro Spadone resolveu trazer o espetáculo para o Brasil. A montagem custou 450 mil dólares.

A direção foi de Plínio Rigon. A adaptação de Paulino Brancato Jr. O assistente do coreógrafo Carmelo Anastasi veio da Itália para auxiliar na montagem. A direção artística foi dos irmãos Ramon e Antonio Ribas. A direção de produção foi de Billy Bond.

Os ensaios começaram em abril de 1981. Dois meses depois, abria as cortinas no Teatro Sérgio Cardoso (São Paulo). Em agosto de 1982, o espetáculo foi apresentado no Teatro Carlos Gomes (Rio de Janeiro). Ao todo, o espetáculo fico em cartaz por 2 anos e meio.

No elenco, de ambas as cidades, passaram nomes como Luiz Carlos Clay, Vivan Costa Manso, Mauro Gorini, Luiz Guilherme, Liane Maia, Tadeu Aguiar, Sylvia Massari, Paulo Idelfonso, Rita Malot, Salomé Parísio, Sergio de Melo e Cláudio Lopomo.

A segunda montagem (1999/2000)

Dezoito anos se passam, Black & Red Produções (Billy Bond) e a CIE Brasil (atual Time For Fun) decidem remontar o musical.

O teatro escolhido foi o Teatro Opera (do outro lado da rua Rui Barbosa, bem próximo ao Teatro Sérgio Cardoso).

A direção geral é de Billy Bond. A direção cênica é de Sebastião Apolônio. A adaptação é de Raul Solnado. A direção musical é de Sérgio Sá. A coreografia é de Rosely Fiorelli. Para esta montagem, que custou mais de 500 mil dólares, os cenários de Renato Scripilliti vieram da Espanha.

O elenco desta montagem contava com nomes como Marcos Tumura, Alessandra Maestrini, Jarbas Homem de Mello, Fabio Yoshihara, Katia Barros, Eudes Carvalho.

Números musicais

Para o musical italiano, foram compostas 13 canções, apresentadas em 17 números

Primeiro atoSegundo ato
Adicione um assento à mesaA balada de San Crispino
Pena que é um pecadoPena que é um pecado (reprise)
Eu estou calmoClementina
Concerto para padre e sinosEu quero você
Jogue foraQuando a arca para
Noite para não dormirAmor na minha opinião (reprise)
ConsolaçãoAdicione um assento à mesa (final)
Noite para não dormir (reprise) 
Amor na minha opinião 
Uma formiga é apenas uma formiga 

No Brasil, na primeira montagem (1981), foi lançado um disco LP do musical por duas gravadoras

FaixasContinental DiscosSom Livre
A1Um Lugar Na MesaEra Uma Vez…
A2Que Pena Que Seja PecadoUm Lugar Na Mesa
A3Padres e SinosQue Pena Que Seja Pecado
A4Bela Noite Sem SonoCalma!!!
A5Isto É O AmorBela Noite Sem Sono (1a Parte)
A6 Bela Noite Sem Sono (2a Parte)
B1As FormigasBalada de San Crispin
B2San CrispinAs Formigas
B3Doce ClementinaDoce Clementina
B4A PombinhaA Pombinha
B5Um Lugar Na MesaIsto É O Amor
B6 Um Lugar Na Mesa (Final)

Segue o número de Abertura da montagem de 1999.

Vamos postar as versões de “Um Lugar na Mesa” em inglês e espanhol; e também a montagem italiana de 1990.

ESCAPE HOTEL SE ADAPTA A TEMPOS DE ISOLAMENTO SOCIAL

Em tempos de isolamento social, a única forma de contato é a virtual. Porque não usar esta realidade para transpor os jogos de fuga para o mundo virtual? Foi o que o Escape Hotel fez.⁣⁣
⁣⁣
Já que não podiam funcionar com o público presencialmente, realizaram uma série de adaptações em suas salas (histórias, cenários, pistas), para serem jogadas pelo computador. Com isso, são oferecidas as salas “Cena do Crime”, “Drácula” e “A Máfia”, para o público em geral; e a “Caçadores do Tesouro Perdido”, exclusiva para o público infantil de 07 a 10 anos.⁣⁣
⁣⁣
Fui convidado para participar da sala da “A Máfia”. Conheço o Escape Hotel desde 2016 (leia nossa primeira matéria aqui). Aceitei o convite, já que queria saber como seria jogar a distância. Pediram que eu instalasse o aplicativo Zoom em um computador (com câmera e microfone) e enviasse o número do meu celular.⁣⁣
⁣⁣
No dia combinado, uma hora antes do início do jogo, recebi duas mensagens pelo Whatsapp: ⁣⁣⁣⁣

  • uma da administradora da sala do Escape Hotel, dando as boas vindas e fornecendo minha nova identidade que seria utilizada durante o jogo. Por sessenta minutos (tempo para sair da sala), seria Tonny Napolitano;⁣⁣
  • a outra, me adicionando a um grupo de whatsapp, onde poderia interagir com os outros participantes. Foi passado também o link para entrar na sala do aplicativo Zoom, e as primeiras pistas. E mais nada⁣⁣.⁣⁣

Uma hora no silêncio, só lendo (e relendo) as informações passadas não está certo. Perguntei para a administradora se já poderia começar a interação com os jogadores. Disse que sim.⁣⁣
⁣⁣
Começamos a conversa pela apresentação (nosso nome italiano da família mafiosa). Depois compartilhamos o que tínhamos recebido. Mas a interação ainda era feita de uma maneira tímida.⁣⁣

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⁣⁣
Até que faltando 10 minutos para o início do jogo, entramos na sala do Zoom, com nossa nova identidade. Foi quando pudemos ver a “nossa famiglia”.⁣⁣
⁣⁣
No horário definido, começou a ação. Recebemos as orientações gerais. Logo após, a ‘Conselheira” da nossa família apareceu na tela e disse o objetivo para vencermos o jogo: dominar toda as cinco regiões da cidade.⁣⁣
⁣⁣
O que começou tímido, com os participantes falando organizadamente e calmo, com o passar do tempo, foi esquentando. Vibrávamos com a solução dos enigmas. Aumentou a altura da conversa. Batíamos palmas. Até que faltando menos de 5 minutos, conseguimos sair da sala.⁣⁣
⁣⁣
Ao término, ficamos um tempo compartilhando as nossas impressões com o pessoal do Escape Hotel. Foi realmente uma surpresa positiva a experiência. Afinal, a mudança do mundo real para o virtual poderia não dar certo. Ao invés de você estar no ambiente, você fala para o seu “avatar” (no caso da sala da A Máfia, era a Conselheira) o que deve ser feito. Mas esta “não presença” não nos acanhou. Como disse, do meio para o final, já estávamos completamente imersos na situação. Estar jogando através de uma tela, não atrapalhou em nada.⁣⁣
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Isso será um ponto positivo para o Escape Hotel, pois até mesmo após este período de isolamento social, o jogo virtual poderá ser uma opção para jogadores que não estejam na cidade de São Paulo.⁣⁣
⁣⁣
Aproveite que você está em casa, convide seus amigos (ou até as empresas podem utilizar como treinamento) e agende o seu horário. Serão 60 minutos tensos, mas de muita diversão.⁣⁣
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Para maiores informações, e reservas de sala, acesse o site do Escape Hotel (https://escapehotel.com.br/) ou telefone (11)3637.0007⁣

O SHOW DEVE CONTINUAR

Mais uma opção para este período de isolamento (#FIQUEEMCASA).⁣

Será lançado nesta sexta, 03 de abril, o canal do youtube “The Shows Must Go On!” ⁣
(youtube.com/theshowsmustgoon)⁣

Por um período de 48 horas, a cada semana, você poderá assistir um musical internacional no seu lar. ⁣

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O musical “Joseph and the Amazing Technicolour Dreamcoat” (2000) será o primeiro título. Depois, na Sexta Feira Santa, estreia “Jesus Christ Superstar” (2012). ⁣

A ação é uma forma também para captar doações voluntárias para fundos beneficentes artísticos, como “Acting for Others“, “Broadway Cares” e “Actors Benevolent Fund“.⁣

Quem sabe, produtores brasileiros poderão fazer o mesmo com seus espetáculos.⁣

TRIBUTO AO SÍNDICO

Um dos personagens mais icônicos da música popular brasileira ganha uma homenagem à sua altura (e ao seu peso também…). “Tributo Ao Síndico”, apresentado pelo cantor paulista Jonathan Neves, é uma imersão completa na musicalidade, no bom humor e nas incríveis apresentações ao vivo de Tim Maia. Dividindo o palco com 11 músicos – que reproduzem a formação original da lendária banda Vitória Régia – Jonathan traz um repertório repleto de clássicos, permeando todas as fases da carreira do homenageado.

Grande responsável pela introdução dos gêneros soul e funk no país e dono de uma voz inconfundível, o síndico da música brasileira lançou, em três décadas de muita atividade, 29 álbuns. Autor de diversos hits, Tim segue no imaginário do povo brasileiro mesmo 21 anos após sua morte. A prova são as inúmeras homenagens que o artista recebe em todo país, seja com espetáculos em formato de tributo, seja com festas temáticas. Em 2012 a revista Rolling Stone elegeu Tim Maia como o maior cantor brasileiro de todos os tempos.

Em quase duas horas de show, o público será convidado a embarcar numa viagem ao tempo, começando nos anos 70 com canções como “Primavera”, “Azul Da Cor Do Mar”, “Você”, “Gostava Tanto De Você” e “Não Quero Dinheiro”, passando pela fase racional, mergulhando nos anos 80 e revisitando os últimos lançamentos do pai da soul music brasileira, nos anos 90.

O SONHO DE SER CANTOR

Jonathan Neves viralizou na Internet em junho de 2019 após ser filmado interpretando a canção “Me Dê Motivo”. A semelhança da voz e do porte físico de Jonathan com Tim Maia chamou a atenção do público. O vídeo, intensamente compartilhado nas redes sociais, ultrapassou a marca de 10 milhões de visualizações em poucos dias e lhe rendeu convites para cantar nos programas de Raul Gil e Ratinho, além de várias entrevistas para portais e jornais impressos.

Artista radicado na rua, Jonathan se apresenta aos finais de semana (quando não chove), na Paulista, a principal avenida de São Paulo. Dependendo do horário, arranjar um espaço para assistir o cantor é um verdadeiro desafio. “A calçada fica congestionada”, apontou a Folha de São Paulo ao acompanhar um dia de trabalho de Jonathan. “O Tim Maia da Paulista é o melhor show em cartaz atualmente em São Paulo”, resumiu o jornalista Edson Aran em seu Twitter.

Saindo do universo das ruas e cantando, pela primeira vez, em teatros, Jonathan vai emprestar sua poderosa voz para homenagear seu ídolo em um show feito de fã para fã. Prepare-se para cantar, dançar e principalmente se emocionar. Seus olhos e ouvidos não vão acreditar…“Mais grave!”, “Mais agudo!”, “Olha o eco…”, “Aumenta o retorno meu filho…”: o Síndico está de volta!

Tributo ao Síndico

Com Jonathan Neves e banda

Teatro Liberdade (R. São Joaquim, 129 – Liberdade, São Paulo)

Duração 100 minutos

20 a 22/03

Sexta e Sábado – 21h, Domingo – 19h30

$80/$140 (doando 1kg de alimento tem 50% desconto)

Classificação 12 anos

K-POP DREAMS, O MUSICAL

K-Pop Dreams, O Musical retrata o universo do movimento musical de maior sucesso global dos últimos tempos. O espetáculo ficará em cartaz de 14 de março a 05 de abril, aos sábados e domingos, no Teatro Claro SP. Os ingressos estão à venda no site Sympla.
O elenco é formado por 20 jovens que atuam, dançam e cantam ao vivo em mais uma super produção da Boom Produções e BRZ Produções com produção local Sócrates Online Eventos.
Com roteiro e direção de Esteban Grossy e coreografias de Vini Lee, K-Pop Dreamsconta a história de Sunny, uma garota brasileira que tenta ser aceita no movimento apesar de não ter ascendência asiática. A DreamTop, uma agência nacional de talentos, procura repetir o sucesso das agências coreanas e inicia uma série de audições para formar um novo grupo musical. Sunny – com a ajuda de suas melhores amigas orientais, Min e Jessie – passa por uma completa transformação que a deixa com um visual asiático e acaba sendo aceita pela produção. Mas logo percebe que não será fácil manter a farsa em um ambiente tão competitivo e exigente.
Embalados por canções originais cantadas em português, inglês e coreano, além de sucessos de nomes como BTS, Blackpink, EXO, TXT, Red Velvet, TWICE, Monsta X, NCT-U, KARD, entre outros, o espetáculo mostra a luta diária de jovens buscando seus sonhos. Esforço diário, treinamentos exaustivos em busca da perfeição de movimentos, piruetas vocais, aulas de idiomas e extensas sessões de fotos somados a exigências contratuais, abusos físicos e psicológicos e preconceitos raciais ou sexuais resultam em inevitáveis problemas pessoais.
O lado dos outros envolvidos na realização do trabalho também é retratado por personagens como Angelina – inabalável mulher de negócios e CEO da agência – e Falcon e Fátima, profissionais de sua confiança que trabalham incansavelmente na criação de um novo fenômeno.
E assim o público é apresentado a um novo grupo musical. Jovens talentosos que atuam, cantam e dançam em um show vibrante e energético com todos os ingredientes que tornaram o K-Pop um fenômeno mundial: coreografias marcantes, figurinos modernos, efeitos visuais, música pop dançante com letras que falam sobre as angústias dos adolescentes e a pressão social para serem bem sucedidos.
Após a temporada em São Paulo, K-Pop Dreams, O Musical fará uma extensa turnê por Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, entre outras cidades.
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K-Pop Dreams, O Musical
Com Vini Lee, Anna Akisue, Aya, Belli, Cíntia Kawahara, Erick Ryu, Felipe Hideky, Freddy, Jacque Kinjo, Jefferson Kucioyada, John Seabra, Luciana Naomi, Maria Netto, Nina Sato, Teddy Shigueyama e Yudchi Taniguti
Teatro Claro SP – Shopping Vila Olímpia (R. Olimpíadas, 360 – Vila Olímpia, São Paulo)
Duração 90 minutos
14/03 a 05/04
Sábado – 18h, Domingo – 17h30
$90/$180
Classificação 12 anos

CCSP RECEBE PROGRAMAÇÃO DE DANÇA PARA CRIANÇAS COM BALANGANDANÇA CIA

Com 23 anos de carreira e uma referência em dança contemporânea para crianças, a Balangandança Cia apresenta espetáculo e uma série de atividades no Centro Cultural São Paulo. A programação é totalmente gratuita e gira em torno de um tema que o grupo tem pesquisado durante anos que é o corpo, a natureza e a ludicidade.  Esse trabalho faz parte do Programa de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo.

A programação continua no Centro Cultural São Paulo com mais sessões de Presente! Feito Da Gente nos dias 20, 21 e 22 de março (sexta-feira, às 14h30, sábado e domingo, às 16h); a ação Cabaninha procura criar uma vivência com crianças, d17 de março a 9 de junho, sempre às terças, das 14h às 17h; e  a sétima edição do tradicional Forinho acontece no dia 2 de abril, quinta-feira por meio de duas ações: a palestra Caminhos da Pesquisa, das 14h às 17h, para discutir e demostrar o processo criativo da cia; e das 18h às 21h, uma mesa reúne profissionais e público para discussões sobre a dança contemporânea para crianças.

Balangandança Cia. tem estudos em desenvolvimento motor e cognitivo, educação, arte contemporânea e estética. É reconhecida por desenvolver um trabalho sólido e pioneiro no Brasil, que vê e escuta a criança em seus processos e na comunicação com o público.  Assim, oferece à criança – de todas as idades – a possibilidade de apreciar espetáculos de dança contemporânea   que estimulam movimentos e a imaginação, resgatando o lado lúdico, saudável e criativo do corpo.

Veja a programação completa abaixo:

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PRESENTE! FEITO DA GENTE

É uma aventura de movimentos-danças criada a partir de um processo de pesquisa sobre a relação entre a natureza, o corpo e o imaginário das crianças. O espetáculo abre espaço para a imaginação de forma lúdica, delicada e sensível, ao se relacionar brincando de diferentes formas com materiais naturais coletados pelo grupo, como areia, sementes, folhas secas e galhos de árvores.

A partir de técnicas de improvisação e da brincadeira, os bailarinos criadores interagem de várias formas com esses objetos de acordo com a disposição que eles aparecem em cena a cada apresentação. Junto com a iluminação e a trilha sonora, que evocam elementos de paisagens naturais, eles estimulam a plateia a inventar mundos. Na preparação corporal a companhia conta com técnicas de Educação Somática, que fazem parte de seu treinamento, ampliando a percepção do corpo e novas possibilidades de movimento.

Com Alexandre Medeiros, Alan Scherk, Clara Gouvêa, Ciro Godoy e Isabel Monteiro

Duração 50 minutos

20 a 22/03

Sexta – 14h30, Sábado e Domingo – 16h

Grátis

Classificação Livre

CABANINHA

Esta ação compreende uma nova forma de encontro, convívio e investigação com crianças. Viabiliza a continuidade do convívio da Cia. com crianças como parte integrante da práxis da companhia.  A ideia é ter a possibilidade de contato e convívio com um mesmo grupo de crianças que vivem na cidade de São Paulo: com suas referências corporais, referências do que possa ser “natureza”, de movimento e do imaginário. A duração será de 12 encontros, uma vez por semana.

17/03 a 09/06

Terça – 14h Às 17h

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VII FORINHO

Mesa e palestra

Palestra – Caminhos da Pesquisa com a Balangandança Cia.

Dia 2 de abril, quinta-feira, das 14h às 17h

Companhia expõe seu trabalho para discuti-lo frente às variadas questões levantadas no forinho como um todo. Constitui-se também como um espaço de troca com pensantes e dançantes para crianças. A palestra contará com a exibição dos registros em vídeo como por exemplo o documento: “Cabeceiras” – vídeo editado e registros das pesquisas acerca do tema corpo-natureza-imaginário realizadas com crianças em diferentes habitats/localidades.

Mesa

Dia 2 de abril, quinta-feira, das 18h às 21h, na sala de ensaio 1.

Iniciado em 2010, o forinho vem tendo grande repercussão e demanda de público em suas edições. A sétima edição tem uma proposta de continuar a refletir e debater a dança, o brincar e a improvisação. Durante o encontro, haverá a participação de convidados especialistas Paula Mendonça (Brincar), Tica Lemos (Improvisação) e Elizabeth Menezes (Dança Para Crianças), com mediação de Georgia Lengos (Balangandança Cia.)