MÚSICA, CINEMA E DANÇA INTEGRAM PROGRAMAÇÃO 2020 DO CENTRO DA TERRA

Desde 2017 o Centro da Terra, espaço cultural independente, sem fins lucrativos, mantido por Keren e Ricardo Karman com o seu teatro subterrâneo instalado em Perdizes, abriu espaço a dezenas de artistas por meio de sua programação realizada por uma equipe de curadores que, a partir de suas pesquisas autorais, trazem trabalhos experimentais de artistas emergentes e/ou consagrados, lançamentos, remontagens, temporadas pós estreia e projetos especiais.

Para 2020, além da continuidade dos shows musicais às segundas e terças-feiras com assinatura do curador Alexandre Matias, o Centro da Terra apresenta novidades em sua programação e time de curadores. Ananda Guimarães, curadora e diretora da MOSCA – Mostra Audiovisual de Cambuquira e especialista em mídia, informação e cultura, fará a programação de cinema com curtas e médias metragens todas quartas-feiras e o bailarino e diretor Diogo Granato será o responsável pelas apresentações de dança, que sobem ao palco todas as quintas e sextas-feiras.

De acordo com a diretora do Centro da Terra Keren Ora Karman, o espaço cultural abre as portas para receber apresentações nas diversas linguagens artísticas que tenham sinergia com a pesquisa da Kompanhia do Centro da Terra, dirigida por Ricardo Karman e que completou 30 anos em 2019. “As experimentações e a pesquisa sempre pautaram o trabalho da Kompanhia, e a programação do Centro da Terra reflete este pensamento artístico”, explica ela.

Música, Cinema e Dança

Funcionando como um laboratório para experimentos musicais, em que artistas testam novas possibilidades e arriscam parcerias, formações e repertórios que nunca foram vistos por seus públicos, a curadoria de música de Alexandre Matias conseguiu estabelecer um vínculo com a cena da música independente brasileira e promete seguir com a mesma “pegada”. As temporadas das segundas-feiras, batizadas de sessão Segundamente, reúnem quatro apresentações de um mesmo artista, que cria uma obra em quatro noites, fracionando sua criação em quatro leituras musicais distintas ou complementares entre si. As terças-feiras abriram para a música a partir de 2018, trazendo shows únicos ou minitemporadas com duas apresentações ou até temporadas inteiras em que artistas diferentes puderam experimentar novas formações para seus trabalhos.

Já a curadora Ananda Guimarães inaugura um espaço dedicado aos curtas e médias metragens a serem exibidos em mostra permanente, valorizando um ângulo da linguagem do Cinema que muitas vezes só é apresentada em festivais. A ideia é que cada sessão (quartas-feiras, às 20h) destaque um profissional do cinema, valorizando funções diversas, para além da direção, como roteiro, montagem, atuação, direção de fotografia, direção de arte, som direto, desenho de som, trilha sonora original e produção. Sempre que possível haverá uma conversa com o artista convidado.

Com apresentações as quintas e sextas-feiras, às 20h, a curadoria de dança do bailarino e diretor Diogo Granato, propõe trazer para o palco inúmeras facetas que a cena autoral paulistana abrange, com o olhar voltado para a diversidade na pesquisa e na criação. Sem se apegar a um recorte específico, uma das ideias é dar visibilidade aos espetáculos de dança finalizados, que apesar de serem resultado de um processo e um trabalho de vários anos, acabam sendo apresentados pouquíssimas vezes. Ao mesmo tempo, sempre haverá espaço para experimentações inéditas e únicas, de acordo com o desejo dos artistas convidados.

Apresentações começam em fevereiro

A programação 2020 do Centro da Terra tem início dia 3 de fevereiro com o show Amostras Emocionais, de Beto Villares (apresentações de 3 de fevereiro a 3 de março, segundas-feiras, às 20h). O compositor e produtor musical, responsável pela produção musical da abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e de filmes como Xingu e Bingo: O Rei das Manhas faz uma série de shows, sempre com convidados especiais, antecipando o seu segundo álbum Aqui Deus Andou que será lançado ainda no primeiro semestre de 2020. Já o show do dia 4 de fevereiro, terça-feira, às 20h, marca o encontro de dois grandes guitarristas do cenário rock brasileiro, Fabio Golfetti (Violeta de Outono) e Zé Antonio Algodoal (Pin Ups), representantes de duas bandas que fizeram história.

As sessões de cinema começam quarta-feira, dia 5 de fevereiro, às 20h, com a exibição de cinco curtas metragens dirigidos por Julia Zakia, que participa de bate-papo com o público após a sessão. O destaque da mostra fica por conta da estreia paulista do filme , dirigido por Júlia e Ana Flávia Cavalcanti.

As apresentações de dança começam na semana seguinte com o espetáculo Performances-Observatório (dias 13 e 14 de fevereiro, quinta e sexta-feira, às 20h). Com concepção e direção de Beth Bastos, as performances-observatório foram criadas com o desejo de despertar sentido ao olhar do observador. Trabalhar com a desaceleração, com o silêncio, com o uso da pausa, da repetição, do recomeço do reverso (reconstruir a frase de movimento de trás para a frente), foram estratégias para criar partituras de movimento inspiradas pelo ambiente e a arquitetura local.

Todas as apresentações e sessões do Centro da Terra contam com ingresso consciente, uma parceria entre os espectadores e os artistas para viabilizar as atrações, sem abrir mão da democratização da cultura, onde o público, consciente do trabalho envolvido para realização do espetáculo, e do valor que ele dá para vivenciar esta experiência, escolhe quanto acha adequado pagar pelo seu ingresso, de acordo com sua condição financeira.

Programação

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Música

BETO VILLARES: AMOSTRAS EMOCIONAIS

De 3 de fevereiro a 2 de março, segundas-feiras, às 20h, no Centro da Terra (dia 24 de fevereiro não haverá apresentação).

O compositor e produtor musical, responsável pela produção musical da abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e de filmes como Xingu e Bingo: O Rei das Manhas faz uma série de shows antecipando o seu segundo álbum Aqui Deus Andou que será lançado ainda no primeiro semestre de 2020. A cada apresentação Beto Villares recebe convidados especiais.

Duração – 60 minutos. Recomendado para maiores de 12 anos. Ingressos – Ingresso consciente.

ZÉ ANTONIO E FÁBIO GOLFETTI

Dia 4 de fevereiro, terça-feira, às 20h, no Centro da Terra.

O show, dividido em três partes, é o encontro de dois grandes guitarristas do cenário rock brasileiro, Fabio Golfetti (Violeta de Outono) e Zé Antonio Algodoal (Pin Ups), representantes de duas bandas que fizeram história. Na primeira, Fabio mostra algumas de suas composições acompanhado da violinista Fernanda Kostchak (Vanguart) e de seu filho Gabriel Golfetti (Stratus Luna) nos sintetizadores. Em seguida, Zé Antonio apresenta algumas composições inéditas, parte de seu novo trabalho, acompanhado de uma banda formada por músicos da cena alternativa paulistana. Ao final, os dois apresentam juntos versões de músicas de suas próprias bandas e também alguns covers de artistas, que os influenciaram ao longo da carreira. A fusão de estilos e das duas bandas finalizam o show.

Duração – 60 minutos. Recomendado para maiores de 12 anos. Ingressos – Ingresso consciente.

JOANA QUEIROZ + 6

Dia 11 de fevereiro, terça-feira, às 20h, no Centro da Terra.

Os artistas emaranham seus trabalhos solo, de formações inusitadas e em variadas convergências, com entremeios improvisados. Sopros, violoncelo, eletrônicos, vozes e percussões com uso ou não de loops e efeitos criam sonoridades imprevistas que se intercalam e se misturam.

Músicos – Joana Queiroz (clarinete, clarone e voz), Filipe Massumi (violoncelo e voz), Loreta Collucci, Claudia Dantas e Natalie Alvim (vozes), Bruno Qual (eletrônicos) e Melina Mulazani (voz e percussões). Iluminação – Olivia Munhoz. Duração – 60 minutos. Recomendado para maiores de 12 anos. Ingressos – Ingresso consciente.

 LIVIA NERY

Dia 18 de fevereiro, terça-feira, às 20h, no Centro da Terra.

Instrumentista, cantora, compositora e produtora nascida em Salvador, Livia Nery apresenta canções de Estranha Melodia, seu primeiro disco. Produzido pela artista e Curumim, e gravado no Red Bull Studios, o álbum reúne 13 composições. Dessas, apenas Vinte Léguas traz uma regravação (leitura de Livia para a composição de Evinha e Marizinha, registrada em 1974 no álbum  Eva, lançado pela Odeon). As 12 restantes trazem Livia em duas parcerias –  Quem se Imaginou, com Ricardo Santana, e Pra Trabalhar, ao lado de Tatiana Lírio e Johanna Gaschler – e solo nas outras dez.

Duração – 60 minutos. Recomendado para maiores de 12 anos. Ingressos – Ingresso consciente.

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Cinema

JULIA ZAKIA

Dia 5 de fevereiro, quarta-feira, às 20h, no Centro da Terra.

Sessão de curtas metragens dirigidos por Julia Zakia, que participa de bate-papo com o público após a sessão. O destaque da mostra fica por conta da estreia paulista do filme , dirigido por Júlia e Ana Flávia Cavalcanti.

Duração – 86 minutos. Recomendado para maiores de 12 anos. Ingressos – Ingresso consciente.

Tarabatara, Julia Zakia, Doc, SP, 2007, 23’

O documentário é um chamado ao cotidiano e aos encantos de uma família cigana do sertão de Alagoas. O curta apreende momentos de um período de pausa no nomadismo desses ciganos. Na figura do mais velho e suas memórias, nas mulheres e crianças do grupo, com suas falas e gestos, com seus olhares e afazeres.

O Chapéu do Meu Avô, Julia Zakia, Doc, SP, 2004, 29’

O filme mostra a aproximação entre a documentarista e seu avô chapeleiro. Entre visitas a velhos operários, o revirar de gavetas e armários do avô, roldanas de máquinas e narrações e imagens de histórias antigas, o documentário capta a passagem do tempo, os sentimentos e sutilezas das relações familiares e das relações construídas naquela antiga fábrica.

Pedra Bruta, Julia Zakia, Exp, SP/Mostar- Bósnia, 2009, 8’

Há lugares onde a arte tem que se tornar uma forma de combater a guerra.

Planeta Fábrica, Julia Zakia, Doc, SP, 2019, 11’

O documentário registra os últimos vapores de uma tradicional fábrica de chapéu que está sendo demolida e resgata o material de arquivo de Chapeleiros, filmado no auge da produção dessa mesma fábrica. 100 anos em 11 minutos. Um velho planeta está sendo extinto e novos habitantes ganham vida.

, Julia Zakia e Ana Flávia Cavalcanti, Fic, SP, 2019, 15’

Val e suas duas filhas vivem numa casa de 16 metros quadrados. Em uma madrugada, mãe e filhas são subitamente acordadas com palmas e alguém chamando por Val no portão. A voz é de Neném Preto, amigo de Val e funcionário do mercadinho. No portão, Val ouve dele um estranho pedido: usar seu quintal para colocar uma carga exótica. Mãe de família, ela hesita, mas acaba cedendo.

LEANDRO GODDINHO

Dia 12 de fevereiro, quarta-feira, às 20h, no Centro da Terra.

Exibição dos curtas metragens mais recentes dirigidos por Leandro Goddinho. Destaque para Lolo, dirigido na Alemanha por Leandro em parceria com o diretor brasileiro Paulo Menezes e indicado ao Prêmio Unicef em 2019. A sessão terá a presença e bate-papo com o ator Marcos Oliveira, de Antes Que Seja Tarde e o diretor de arte Rafael Blas, de Piscina.

Duração – 87 minutos. Recomendado para maiores de 12 anos. Ingressos – Ingresso consciente.

Piscina, Leandro Goddinho, Fic, SP, 2016, 29’,

Claudia decide investigar o passado de sua avó recém falecida. Através de uma carta ela conhece Marlene, uma velha alemã que vive no Brasil e mantém suas memórias dentro de uma piscina desativada. Piscina fala sobre a perseguição aos gays durante o período nazista e as recentes conquistas dos direitos civis da comunidade LGBTQ+.

Positive Youtubers, Leandro Goddinho, Doc, Online (São Paulo, Berlin, Curitiba, Brasilia, Recife), 2017, 15’,

Filmado inteiramente online, o documentário fala sobre quatro youtubers que criaram canais para falar sobre viver com HIV de uma forma positiva.

O Mundo é Redondo para Ninguém se Esconder nos Cantos – Parte I: Refúgio, Leandro Goddinho, Doc, Alemanha, 2017, 10’.

A jornada de um refugiado gay africano que procura asilo em Munique, Alemanha.

O Mundo é Redondo para Ninguém se Esconder nos Cantos – Parte II: O Beijo, Leandro Goddinho, Exp, Alemanha, 2017, 5’.

Um refugiado gay africano visita o Memorial do Holocausto Gay em Berlim.

Antes que Seja Tarde, Leandro Goddinho, Fic, SP, 2019, 15’.

Brasil, primeira semana de 2019. Um novo presidente toma posse num cenário de fanatismo, preconceitos e violência. Trancados em um quarto de hotel, dois jovens decidem mudar o rumo de suas vidas, antes que seja tarde demais.

Lolo, Leandro Goddinho e Paulo Menezes, Fic, Alemanha, 2019, 13’.

Lolo é um menino gay de 11 anos tentando finalmente convencer Max, seu primeiro amor, a tornar público seu namoro.

ANDRÉ BOMFIM

Dia 19 de fevereiro, quarta-feira, às 20h, no Centro da Terra.

Sessão com documentários de André Bomfim, cineasta que está em finalização de Ainda Estou Vivo, seu primeiro longa-metragem como diretor.

Duração – 52 minutos. Recomendado para maiores de 12 anos. Ingressos – Ingresso consciente.

 As Incríveis Histórias de um Navio Fantasma, Doc, SP, 2015, 26’.

Los Angeles, 1932. Em meio à Grande Depressão, a terra do cinema prepara-­se para sediar uma Olimpíada dos sonhos. Mas longe dos holofotes uma delegação tropical faz de tudo para entrar em cena. Viagem em um navio carregado de café, falta total de recursos, despreparo técnico e emocional, esforço sobre-humano de superação: eis alguns dos destaques. Mesmo não ganhando a Olimpíada, nossa participação deu muito o que falar.

Seguindo a Linha, a História de Ricardo Prado, Doc, SP, 2016, 26’.

Não existe natação sem dor. Assim Ricardo Prado define o esporte que o tornou ídolo na década de 80. Campeão mundial aos 17, medalha de prata aos 19 nas Olimpíadas de Los Angeles, durante quatro anos ele teve que penar para ser o melhor do mundo. Sozinho e longe de casa, suportando uma disciplina quase militar e dividido entre a natação e o cotidiano de uma universidade americana, não foram raros os momentos de dúvida para o atleta adolescente. Para Ricardo Prado, não foi fácil seguir a linha.

Sessões em 2020: Tila Chitunda, Roney Freitas, Thais Fujinaga, Safira Moreira, Amir Admoni e Ana Julia Travia.

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Dança

 PERFORMANCES-OBSERVATÓRIO

Dias 13 e 14 de fevereiro, quinta e sexta-feira, às 20h, no Centro da Terra.

As performances-observatório foram criadas com o desejo de despertar sentido ao olhar do observador. Trabalhar com a desaceleração, com o silêncio, com o uso da pausa, da repetição, do recomeço do reverso (reconstruir a frase de movimento de trás para a frente), foram estratégias para criar partituras de movimento inspiradas pelo ambiente e a arquitetura local.

Concepção/Direção – Beth Bastos. Dramaturgia – Débora Tabacof. Núcleo Pausa – Isis Marks, Fernanda Windholz, Maíra Mesquita, Emilio Salvetti Cordeiro, Izabel Costa, Maíra Rocha e Daniela Pinheiro. Duração – 60 minutos. Recomendado para maiores de 12 anos. Ingressos – Ingresso consciente.

GUME

Dias 20 e 21 de fevereiro, quinta e sexta-feira, às 20h, no Centro da Terra.

Trabalho de performance integrada realizado pela Spio Orquestra e convidados.

Com abordagem experimental, o trabalho abarca uma mescla de métodos de condução expandida, integra as mais diversas modalidades artísticas e desenvolve um trabalho de coesão que vai além de pré-determinações, jogando diretamente com o desconhecido na performance. Toda peça é composta em tempo real. A apresentação conta com a Antônima Cia de Dança e a poeta Beth Brait Alvim.

Duração – 60 minutos. Recomendado para maiores de 14 anos. Ingressos – Ingresso consciente.

Apresentações em 2020: À Mesa, de Henrique Lima e Cabra, de Marina Abib.

A FORMIGA FOFOQUEIRA E O MISTÉRIO DA HORTA

Seu Confusolino (Thiago Hyuga) é dono de uma horta e presenciou um milagre, viu sua Alface receber uma gota de orvalho dourado e ganhar vida. Para cuidar e preservar sua Alface (Beatriz Pfeifer), Seu Confusolino decidi criar um espantalho (Ander Ferraz), que assim, espantaria qualquer passarinho de sua horta. Prestes a ficar pronto, o espantalho também ganha vida. – “Tudo que é feito com amor e carinho, acaba adquirindo vida” (Espantalho). Quando tudo aparentava estar tranquilo, a Alface percebe que suas folhas foram mordidas. Logo, os três tomam coragem para descobrir o mistério da horta: Quem comeu as folhas da Alface. 

Durante a investigação, eles se deparam com uma formiga, Carolina, a Formiga Fofoqueira (Victória Vergamine), que diz ser muito famosa por morder o pé do Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo. Apesar de aparentar grande simpatia e cumplicidade, ela esconde algo consigo e esse segredo acaba arrumando uma grande confusão entre todos. 

A peça é ambientada na região do nordeste brasileiro, mais especificamente, no quintal da casa do Seu Confusolino. A iluminação, trilha e cenário remetem a essa roça nordestina, porém, ganha força com a presença do ator Thiago Hyuga, o famoso palhaço Xibiu, que é nordestino.  

O espetáculo “A FORMIGA FOFOQUEIRA E O MISTÉRIO DA HORTA” aborda o verdadeiro valor de uma família tratando do amor, do respeito, da compaixão, da compreensão, do perdão e da amizade. Fala ainda sobre a importância da verdade, o reflexo das mentiras, a depressão e o bullying

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A Formiga Fofoqueira e o Mistério da Horta

Com Ander Ferraz, Beatriz Pfeifer, Thiago Hyuga, Victória Vergamine

Teatro West Plaza – Sala Nicette Bruno (Av. Antártica, 408 – Água Branca, São Paulo)

Duração

09 a 30/01

Quinta – 16h

$40 (14,90 comprado com até uma hora de antecedência)

Classificação livre

SILVIO SANTOS VEM AÍ

image1As comemorações dos 90 anos de Silvio Santos começaram cedo. O apresentador mais conhecido do país recebe um presente inusual e singular no dia 13 de março. É quando estreia o musical “Silvio Santos Vem Aí“.

Primeira produção da Paris Cultural – braço teatral da Paris Filme – o espetáculo biográfico levará recortes da vida pessoal e profissional do homenageado para o palco do 033 Rooftop. O texto é de Emílio Boechat e Marilia Toledo, que assina também a direção com Fernanda Chamma. Marco França além de ser o diretor musical, compôs junto com Fernando Suassuna canções originais para a história. Mas as músicas clássicas cantadas nos programas de Silvio também estarão no espetáculo.

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Velson D’ Souza

Velson D’ Souza foi o escolhido para interpretar Silvio Santos. Ator de mais de 17 espetáculos, Velson tem um bom conhecimento sobre o homenageado e o SBT. Participou de novelas do canal (Cristal, Revelação e Vende-se Um Véu de Noiva) e também do”Jogo dos Pontinhos”, quadro do Programa Silvio Santos.

Bianca Rinaldi e Ivan Parente viverão Íris Abravanel e Pedro de Lara. Para interpretar Wagner Montes, foi convidado seu filho, Diego Montez. Completando elenco temos Adriano Tunes, Andreas Trotta, Bruno Kimura, Daniela Cury, Gigi Debei, Giselle Lima, Gustavo Daneluz, Hellen de Castro, Juliana Bógus, Ju Romano, Léo Rommano, Lucas Colombo, Paula Flaibann, Rafael Aragão, Roney Facchini, Roquildes Junior, Thiago Garça, Verônica Goeldi e Vinícius Loyola.

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Vamos conhecer agora 40 fatos sobre a vida e a carreira de Silvio Santos.

1. Seu nome de batismo é Senor Abravanel.

2. Abravanel é uma das famílias judaicas mais antigas e ilustres. Pode também ser grafada como AbarbanelAbrabanelAvravanelBarbernell, ou Barbanel. Seu significado literal é Ab (pai) Rabban (sacerdote) El (Deus).

3. Nasceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1930 no bairro da Lapa, região central da cidade.

 

Certidão Silvio Santos

4. Filho primogênito do casal de imigrantes grego e turca, Alberto Abravanel e Rebeca Caro.

5. Possui cinco irmãos: Beatriz (a mais velha), Perla, Sara (Sarita), Leon (Léo) e Henrique (o mais novo).

6. Silvio era o nome que sua mãe lhe chamava. O sobrenome Santos foi adotado quando participou do concurso de calouros do apresentador Jorge Cury.

7. Formado em Técnico em Contabilidade.

8. Seu primeiro produto vendido foi capa para título de eleitor, em 1945, na avenida Rio Branco (RJ).

9. Participou de um concurso para locutor de programa da rádio Guanabara. Ficou em primeiro lugar. Venceu 300 candidatos, entre eles, Chico Anysio, José Vasconcelos, Celso Teixeira e Fernanda Montenegro.

10. Serviu exército como paraquedista (1948).

11. Nos dias de folga do exército, trabalhava como locutor de rádios.

12. Uma delas ficava em Niterói (RJ). Durante os trajetos de ida e volta, assumiu o sistema de som da barca que fazia o transporte entre as duas cidades. Além de colocar música, vendia espaços para anúncios comerciais e até promovia jogos de bingo para os passageiros.

13. O famoso Baú da Felicidade foi comprado de Manoel de Nóbrega (pai de Carlos Alberto e criador da “Praça da Alegria”) em 1958. Era uma empresa que vendia baús de presentes de Natal para crianças mediante pagamento em prestações.

 

14. Recebeu o apelido “Peru que fala” do amigo Ronald Golias, porque ficava vermelho quando se envergonhava. Outra marca registrada é sua risada inconfundível.

15. Casou primeira vez com Maria Aparecida (Cidinha) e depois com Íris. Pai das famosas filhas número um – Cintia, dois – Silvia, três – Daniela, quatro – Patrícia, cinco – Rebeca e seis – Renata.

Cintia, Rebeca, Renata, Daniela, Patricia e Silvia

Cintia, Rebeca, Renata, Daniela, Patricia e Silvia

 

16. Silvio é avô do ator, cantor e apresentador, Tiago Abravanel.

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17. Durante suas férias, Silvio vai com a esposa para a casa na cidade de Celebration, Florida (EUA). Lá ele relaxa e faz as tarefas de casa, como qualquer outra pessoa.

18. Quando vai ao cinema ou teatro, costuma entrar na sala somente após iniciado o filme/peça. Mas gosta mesmo é de ficar em casa e ver NETFLIX (ele tem assinatura gratuita vitalícia dada pelo presidente do canal, após uma propaganda espontânea feita pelo apresentador no seu programa dominical).

A Televisão

19. Entrou para a televisão em 1962, com o programa “Vamos Brincar de Forca“, na tv Paulista (que viria a se tornar na tv Globo).

20. O programa dominical começou no ano seguinte, com apenas duas horas (12h às 14h). Era um concurso de calouros.

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21. Veio ter a fama nacional na tv Globo, onde ficou por 14 anos (incluindo os anos da tv Paulista). Seu contrato terminou em 1976, quando a Globo cria seu padrão de qualidade, e encerra contrato com atores/apresentadores de cunho popular.

22. Criou em 1976 sua própria emissora, a TVS, que era transmitida apenas para o público carioca, apesar de sua sede ser em São Paulo, no bairro da Vila Guilherme. Foi o embrião para sua rede de televisão nacional:

23.  Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) foi inaugurado em 1981.

Curiosidades

24. Como a concessão foi dada pelo governo (na época militar), Silvio criou o quadro dominical “A Semana do Presidente“. Começou no governo Figueiredo e durou vinte anos. Citava um resumo dos atos semanais do governo federal.

25. Chegou a ficar por 14 horas apresentando os vários quadros dominicais do Programa Silvio Santos.

26. Apresentou ao grande público nomes como Hebe Camargo, Ronald Golias, Carlos Alberto de Nóbrega, Celso Portiolli, Gugu Liberato, Maísa, Mara Maravilha e Luis Ricardo, entre outros.

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27. O locutor oficial do seu programa foi Luiz Lombardi Neto, que o público só conhecia pela voz. “Apareceu pela primeira vez” quando participou do desfile de carnaval em homenagem a Silvio.

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Lombardi

28. O Troféu Imprensa, criado por Plácido Manaia Nunes em 1958, começou a ser organizado, produzido e apresentado por Silvio Santos a partir 1970.

29. Gravou as marchinhas carnaval “Coração Corintiano” e “A Pipa do Vovô”. No total foram 135 músicas, 4 álbuns e 41 compactos. Gravou também a Série Silvio Santos para Crianças (1977).

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30. Em 1991, a escola de samba carioca Tradição, levou a história de Silvio para a avenida no enredo “Hoje É Domingo, É Alegria. Vamos Sorrir e Cantar!”.

31. Por um pedido de Hebe Camargo e Décio Goldfarb (Lojas Marisa), Silvio criou o Teleton em 1998. Um programa feito para arrecadar fundos para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Em 22 anos anos, ajudou a criar e manter 8 centros de reabilitação com os mais de 477 milhões de reais arrecadados.

32. É um homem que não gosta muito de mudar seus hábitos. O cabelo foi cuidado por 40 anos pelo cabeleireiro Jassa. Para se vestir, seus ternos foram feitos pela Camelo ou pelo alfaiate D’Carlos, por muitos anos. Se bem que no tempo livre, Silvio gosta de uma camisa florida ou um T_Jama (marca de roupas do neto, Tiago Abravanel). E não use perfumes ao seu lado, ele é alérgico ao odor forte de perfumes e desodorantes.

33. Diz a lenda que o apresentador não costuma falar com jornalistas e apresentadores, porque uma cigana teria dito que ele morreria no dia seguinte a entrevista.

34. Outra lenda é que Silvio seria careca. A revista Melodias teria divulgado na sua capa uma foto do apresentador careca. Foi apenas uma jogada de marketing para alavancar as vendagens da revista, de propriedade do amigo Placido Manaia – troféu imprensa, que estava com problemas financeiros.

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35. O licenciamento para o programa Big Brother foi oferecido a Silvio Santos. Ele ‘enrolou’ os produtores da ENDEMOL para dar a resposta se ficaria com os direitos ou não. No final, ele declinou. A Globo comprou os direitos e quando iria estrear o programa, Silvio estreou o “Casa dos Artistas” (2001), precursor do gênero reality show no país e que teve três edições.

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36. Silvio tem o seu coringa na programação – Chaves. Seriado de televisão mexicana, criado por Roberto Gomes Bolaños em 1971. Aqui no Brasil estreou no SBT em 1984 e está no ar até hoje.

37. Dentre os seus bordôes mais famosos estão “Má oê”, “Vai pra lá”,

38. Candidatou-se a prefeitura de São Paulo em 1988 e 1989 a presidência da República, pelo PMB. Esteve em primeiro lugar nas pesquisas. Mas teve sua candidatura cassada a pedido de Eduardo Cunha, do PRN.

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39. O Grupo Silvio Santos completou 51 anos, tem 34 empresas e mais de 11 mil funcionários. Entre as empresas a Liderança Capitalização (que opera a Tele Sena), o Hotel Jequitimar e a Jequiti Cosméticos.

40. Silvio Santos é um dos maiores pagadores de imposto de renda do país.

TOP FIVE quadros lendários do Programa Silvio Santos

Nestes mais de 60 anos de carreira, Silvio criou mais de 115 quadros, entre eles Topa Tudo por Dinheiro, Boa noite Cinderela e Câmera Escondida. Escolhemos o nosso TOP FIVE dos quadros que estão na nossa lembrança.

Domingo no Parque

Destinado ao público infantil. Apresentado entre 1977 e 1988. Era o primeiro quadro do programa e ia ao ar nas manhãs de domingo. Um quadro clássico é da criança no foguete que tinha que responder sim ou não para os prêmios que o apresentador oferecia. Mas sem poder ouvir nada.

É nele que uma criança ‘safadinha’ pergunta para Silvio a diferença entre o poste, a mulher grávida e o bambu. Ah criancinha, deixou o apresentador mudo pela primeira vez.

Qual é a música

Foi ao ar de 1976 a 1991. Um game show com personalidades da televisão e da indústria fonográfica. Servia como divulgação dos atores e cantores, que testavam seus conhecimentos musicais em uma série de provas. Os grandes vencedores foram Ronnie Von, Sílvio Brito, Nahim e Gretchen. No video abaixo, veja Sidney Magal ensinando Silvio o seu molejo. “Maestro, sete notas”.

Namoro na TV

Hora de encontrar a cara metade. Nada melhor do que ir até a televisão então. A partir do final dos anos 70, Silvio tentava aproximar casais. O quadro mudou de nome depois de algum tempo para Em Nome do Amor.

 Porta da Esperança

Quer ter seu sonho realizado? Mande sua carta, torça para ser escolhido e fique em frente a uma porta. Quando ela se abrir, ele se realizará ou não! Quadro exibido entre 1984 e 1996. A garota do vídeo vibrou quando teve seu desejo realizado.

Show de Calouros.

Um dos quadros mais lembrados e longevos. Pela bancada, “passaram diversas figuras do rádio, TV e jornalismo de suas épocas. José Fernandes, o lendário jurado que dava nota zero pra todo mundo, Elke Maravilha, a queridinha do público, Pedro de Lara e seus lírios, Aracy de Almeida e os “dez paus”, Sérgio Mallandro, Wagner Montes, Sônia Lima, Décio Piccinini, Flôr, Luis Ricardo, Leão Lobo, entre outros.

Silvio Santos realmente é coisa nossa!

AS PALAVRAS DA NOSSA CASA

O Núcleo Teatro de Imersão estreia a peça imersiva e itinerante “As Palavras da Nossa Casa”, livremente inspirada em obras do cineasta sueco Ingmar Bergman (1918-2007), no dia 17 de janeiro de 2020, na Casa das Rosas, da Rede de Museus-Casas Literários da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis. Sem separação entre palco e plateia, a ideia é que o público seja conduzido por diferentes cômodos dessa mansão histórica na Avenida Paulista para acompanhar a história. A temporada segue até 27 de março (totalizando 20 apresentações), com sessões duplas às sextas-feiras, às 18h30 e às 20h. Os ingressos custam até R$60.

A dramaturgia da peça foi escrita por Adriana Câmara, que também assina a direção, e Glau Gurgel a partir de vários filmes de Bergman. “A principal referência é o ‘Sonata de Outono’ (1978), que tem uma personagem a mais. Fomos reduzindo os personagens, situações e a quantidade de espaços para poder fazer na Casa das Rosas. Mas também fazemos referências a ‘Morangos Silvestres’ (1957), ‘Através do Espelho’ (1961) e ‘Gritos e Sussurros’ (1972). O espetáculo tem elementos de vários longas dele”, revela a diretora.

Situada nos anos de 1960, a trama narra a visita da famosa cantora lírica Charlote (interpretada pela atriz Gizelle Menon) ao casarão que sua filha única, Eva (Adriana Câmara), divide com o marido Victor (Glau Gurgel), que é um pastor presbiteriano. As duas, que não se vêm há bastante tempo, tentam se reaproximar e resolver questões dolorosas do passado, como o fato de que a filha precisou lidar com a perda de seu único filho, enquanto a mãe tentava administrar as demandas de sua carreira internacional.

Para resgatar os sentimentos nobres que ainda existem entre elas, mãe e filha precisam encarar todas as mágoas, e, nesse processo, acabam proferindo palavras muito duras, de que, possivelmente, se arrependerão. A montagem sensível busca a identificação imediata com o espectador, ao tratar de temas como o amor, as cobranças e expectativas na criação dos filhos, as diferenças de geração, a falta de comunicação em relacionamentos, a esperança e os recomeços após dores profundas, em uma abordagem que parte de situações e conflitos parecidos com os que todos já vivenciaram ou testemunharam.

Os espectadores assistem a tudo isso acomodados em cadeiras espalhadas pelos diferentes cômodos da Casa das Rosas, como se estivessem mesmo na residência das personagens, e são obrigados pela própria cena a mudar de ambiente. “Pensamos em fazer a peça para a Casa das Rosas, que foi moldando totalmente a encenação. Nesse tipo de teatro, temos que fazer tudo pensando em um espaço, porque se mudamos de lugar, temos que trocar, por exemplo, todas as marcações”, revela Adriana sobre o processo criativo.

“As Palavras da Nossa Casa” é o segundo espetáculo do Núcleo Teatro de Imersão. A primeira peça do grupo, “Tio Ivan”, ganhou o Aplauso Brasil 2018 na categoria Melhor Espetáculo de Grupo por voto popular.

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As Palavras da Nossa Casa

Com Adriana Câmara, Glau Gurgel, Gizelle Menon

Casa das Rosas (Avenida Paulista, 37, Bela Vista – São Paulo)

Duração 60 minutos

17/01 a 27/03 (exceto dia 21/2)

Sexta – 18h30 e 20h

$60 (Venda de ingressos no local da apresentação é realizada apenas 30 minutos antes de cada sessão)

Classificação 14 anos

MEU QUINTAL É MAIOR DO QUE O MUNDO

O Teatro-D, projeto do ator, diretor e produtor Darson Ribeiro, que idealizou o local com base numa plataforma inédita de negócios, um espaço contemporâneo, multifuncional e rico em possibilidades, abrirá sua programação 2020 com o monólogo “Meu Quintal é Maior do que o Mundo”, em curta temporada entre os dias 10 de janeiro e 9 de fevereiro de 2020, às sextas e sábados, 21h, e domingos, 19h, com ingressos a partir de R$ 45.

A peça traz 18 poemas de Manoel de Barros (1916 – 2014), extraídos do livro “Memórias Inventadas”. Conhecedora da obra do poeta, a atriz se considera uma excelente leitora do escritor mato-grossense. Após descobrir sua poesia em 1980, estabeleceu uma relação não só com a obra do autor, mas com o próprio Manoel, com quem se correspondia e de quem se tornou amiga. E foi justamente um livro de Manoel que a atriz escolheu para marcar sua volta aos palcos depois de 10 anos (sua última peça foi O Zoológico de Vidro, de 2009). A nova montagem se passa em um quintal, representado no palco por um tapete, no qual Cássia interpreta quatro diferentes personagens: um menino com 5 anos, um jovem de 15, um homem de 40 e um idoso de 85. A peça tem direção, cenário e figurinos de Ulysses Cruz, parceiro de trabalho de Cássia há 40 anos e com quem ela divide a criação do texto e, ainda, Gilberto Rodrigues, responsável pela execução da música ao vivo e pela direção e criação musical.

Em “Meu Quintal é Maior do que o Mundo” a atriz Cássia Kis abre a cena revelando as fontes de inspiração do poeta: a criança, o passarinho e o andarilho. Em seguida, ao pisar num tapete no centro do palco e com um livro em mãos, a atriz evoca o universo poético do cerrado brasileiro, tão bem descrito pelo poeta. A participação do músico Gilberto Rodrigues é fundamental: ao vivo ele executa a trilha sonora que costura a encenação. A luz de Nicolas Caratori valoriza a narrativa da montagem. “A peça é literatura, pois pede que o espectador ouça frases bem construídas, a forma como ele dizia essas palavras, as dores que estavam ali escondidas. Manoel era como um andarilho que inventava caminhos, ” descreve Cássia.

O ESPETÁCULO

Para realizar o antigo sonho da atriz, que acalenta o desejo de criar uma versão para o palco da obra de Manoel de Barros há quatro décadas, Ulysses Cruz decidiu rever estudos iniciais desenvolvidos por Cássia e Jayme Compri (que integrava o grupo do diretor, Boi Voador, que o próprio Ulysses indicara), para a construção de possíveis cenas. “Quando Cássia retomou o projeto da peça, história recorrente em sua vida, eu gelei. Ao perceber sua determinação e o risco de ela montar o trabalho com qualquer outra pessoa, eu – que tenho um prazer absoluto em trabalhar com ela, sua qualidade como atriz é superlativa – topei na hora“. A sacada de Ulysses ao ler o livro “Memórias Inventadas” foi perceber que todos os textos continham um enredo. “De cara entendi que não dava para fazer o livro todo pela quantidade de textos e o risco da fragmentação em pequenas histórias, que geraria dificuldade de compreensão“.

Assim, com base em três conceitos – onde se passa a ação, quem está na ação e o que estão fazendo – Ulysses organizou 18 textos para a montagem. O trabalho incluiu a necessidade de ligar um texto ao outro para ampliar a ideia de continuidade. A estrutura da peça permite que o público entenda quais são as fontes do poeta por meio de uma divisão em blocos. O primeiro bloco reúne textos com as descrições do cenário que Manoel de Barros faz de seu mundo: o quintal, simbolizado pelo tapete. O segundo bloco mostra quem é a pessoa que descreve tais cenários, ou seja, o menino, o homem ou o velho Manoel de Barros. Finalmente, os textos trazem os objetos de inspiração do poeta. Ulysses também se colocou no lugar do público e gostaria que ele sentisse “a alegria de ouvir textos tocantes, surpreendentes, lindos, felizes, angustiados, dramáticos, engraçados e bem-humorados”.

Meu Quintal é Maior do que o Mundo

Com Cássia Kis

Teatro-D – Hiper Extra Itaim (Rua João Cachoeira, 899/Piso-G-2 – Itaim Bibi, São Paulo)

Duração 70 minutos

10/01 a 09/02

Sexta e Sábado – 21h, Domingo – 18h

$90 (moradores do bairro Itaim Bibi pagam meia mediante comprovante residência)

Classificação Livre

RAPTE-ME AGORA – DEVE HAVER VIDA INTELIGENTE EM OUTRA PARADA DE ÔNIBUS

A descoberta do outro, ruídos das relações familiares, dilemas sobre o futuro e outras questões que envolvem o mundo dos jovens é tema da peça Rapte-Me Agora – Deve Haver Vida Inteligente Em Outra Parada De Ônibus. Com direção de Cynthia Falabella, dramaturgia de Ed Anderson e com José Sampaio e Michelle Boesche no elenco, a estreia acontece dia 17 de janeiro, sexta-feira, às 21h, no Espaço das Artes do Sesc Santo Amaro. A temporada tem sessões às sextas, às 21h; sábados, às 20h; e domingos, às 18h, até 16 de fevereiro.

Na montagem, UMA vai ao encontro de OUTRO, e isso seria um fato corriqueiro se este OUTRO não se recordasse mais de UMA. A trama traz o (des)encontro de dois jovens desajustados, e a sua relação com o meio em que vivem – amores, família, amigos, – permeando entre “verdades padronizadas” e “mentiras originais”. A encenação acontece em um ambiente cotidiano, ao se passar em um ponto de ônibus.

O enredo faz alguns giros sobre a memória e a afetividade dos personagens. Elenca o que nos é caro e o que está sujeito ao descarte. Será que o que guardamos foi realmente o mais importante? E este ato de “guardar” não seria uma prisão ao espírito das juventudes?

O dramaturgo Ed Anderson contou sobre o universo da peça. “Existe uma lacuna em peças que retratam jovens protagonistas. O grande mote do texto é a memória, um jogo sobre verdade e mentira. Os personagens mostram suas fragilidades, querem romper o caos urbano, são encontros e desencontros que não sabe onde vai parar. Representam uma negação até das redes sociais, são seres que questionam essas novas mídias”.

Uma das inspirações para a criação dramatúrgica foram os filmes dos Irmãos Dardenne, cineastas belgas que trabalham com um viés mais humanista e de transformações em suas obras, características que estão impregnadas no texto.

O ator José Sampaio ressaltou a atmosfera que envolve a montagem. “É uma relação ambígua e misteriosa, trazendo identificação e distância entre os dois em cena. São jovens adultos que não têm uma carga de maturidade, diferentemente das gerações anteriores. Eles são altamente ligados à infância e juventude. Meu personagem está em um ponto de ônibus e não sabe qual o destino final. Se encontra no meio em um limbo cheio de fragilidades diante desse mundo”.

O outro lado da história fica com o papel interpretado por Michelle Boesche. “Minha personagem vive com a bicicleta, possui uma visão crítica em relação a poluição e tecnologia, é extrovertida, criativa, poética, tem sempre opinião para tudo. Ela tenta uma conexão com o outro personagem. Valoriza a questão da presença física em tempos virtuais”.

O espetáculo abre muitas interpretações, é um jogo sobre memória, relações perdidas, trabalha com a questão de nostalgia. São pessoas que vivem no mundo da fita K7, vinil e possuem uma nostalgia de outra época. Fala sobre uma juventude que todos temos ou já tivemos”, conclui Cynthia Falabella.

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Rapte-Me Agora – Deve Haver Vida Inteligente Em Outra Parada De Ônibus

Com José Sampaio e Michelle Boesche

Sesc Santo Amaro – Espaço das Artes (R. Amador Bueno, 505 – Santo Amaro, São Paulo)

Duração 80 minutos

17/01 a 16/02

Sexta – 21h, Sábado – 20h, Domingo – 18h

$30 ($9 – credencial plena)

Classificação 16 anos

BRINCANDO COM FOGO

Em seus mais de 40 anos de carreira, o Grupo Tapa já trabalhou com incontáveis textos de autores internacionais e nacionais. Um dos dramaturgos mais presentes em seu repertório é o sueco August Strindberg (1849-1912) com os espetáculos CamaradagemCredoresSenhorita Julia, além de uma leitura dramatizada de A Mais Forte. Em 2020, o Tapa encena mais uma peça do autor obcecado pelas relações conjugais, Brincando com Fogo estreia dia 9 de janeiro, quinta-feira, às 20h30, no Teatro Aliança Francesa.

Eduardo Tolentino de Araujo assume mais uma vez a batuta da direção e conta com o elenco formado por Bruno Barchesi, Camila Czerkes, Daniel Volpi e Luana Fioli, além da participação especial de Oswaldo Mendes e Mara Faustino. A temporada é somente até 16 de fevereiro com sessões de quinta à sábado, às 20h30, e domingo, às 19h.

Escrita em 1897, a trama mostra um casal entediado que cria um jogo para discutir e testar a relação envolvendo um amigo e uma prima da família. Os protagonistas “brincam com fogo” ao vivenciar situações que levam a reflexão sobre os limites do amor e da fidelidade em uma relação conjugal.

A história é uma espécie de um “quadrângulo amoroso”. Traz uma família burguesa com um jogo perverso das relações, onde existe um mergulho no domínio e poder de um sobre o outro. Strindberg soube, como poucos, ir fundo nas questões conjugais, tinha obsessão na relação entre homem e mulher. Lidava com assuntos que ultrapassavam os tabus de sua época, Brincando com Fogo é quase que discutindo uma relação aberta”, conta o diretor.

Tolentino ressaltou a ligação entre as obras de Strindberg, um especialista de histórias que se passam entre quatro paredes. “Mesmo sendo escrita posteriormente, Brincando com Fogo desencadeia como resultado Credores, de 1884. Uma peça complementa a outra, Credores é sobre um triângulo, as consequências do que houve com o quadrângulo de Brincando com Fogo. Essa é a temática que o dramaturgo conhecia e habitava bem.

Cenário e figurino possuem elementos que deixam o visual atemporal, mais próximo de algum tempo do século XX. Os personagens ficam em um ateliê de pintura que ganha um caráter mais onírico ou um limbo com a iluminação. Funciona também como uma espécie de purgatório quando os personagens expurgam os sentimentos por meio das palavras.

Strindberg tratava de personagens ligados ao mundo da arte e boêmia. Foi o primeiro autor a colocar sua própria vida nas peças, a chamada dramaturgia do eu. Chegou a declarar que nós não podemos conhecer plenamente a vida de outros personagens, pois só temos conhecimento de nós mesmos; só assim para alcançar todos os detalhes e profundezas de uma alma.

Iniciou o chamado drama de estações, onde uma cena não necessariamente precisava ter conexão direta com a anterior, trabalhando pela primeira vez de forma épica com cenas isoladas, e todas em torno da história de um personagem, geralmente o seu alter-ego. Quebrou paradigmas e padrões da dramaturgia da época, fonte de inspiração para a modernidade, como a do próprio Nelson Rodrigues.

Para o diretor, “Strindberg é o pai da Modernidade no teatro, um renovador da linguagem da cena, abriu a porta para explicitar o inferno das relações, é moderno tanto na forma quanto no conteúdo, um autor para a vida inteira”.

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Brincando com Fogo

Com Bruno Barchesi, Camila Czerkes, Daniel Volpi e Luana Fioli, Oswaldo Mendes e Mara Faustino

Teatro Aliança Francesa (Rua Gen. Jardim, 182 – Térreo – Vila Buarque, São Paulo)

Duração 60 minutos

09/01 a 16/02

Quinta a Sábado – 20h30, Domingo – 19h

$50/$60

Classificação 12 anos

DONNA SUMMER MUSICAL

Como contar a história de uma diva da música mundial com apenas uma personagem? Você cria três!!!

Donna Summer Musical” retrata a vida da cantora em três fases: a pré adolescência (“Patinho Feio Donna”), a criação da música que a transformaria em estrela (“Disco  Donna”), e seus últimos anos (“Diva Donna”).

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O espetáculo – realizado pelas mãos da Atual Produções e Bárbaro Produções – estreia no Teatro Santander no dia 05 de março. Direção é de Miguel Falabella, com assistência de Beatriz Lucci e direção residente de Lívia Dabarian. Direção musical é de Carlos Bauzys. Coreografias são de Bárbara Guerra e assistência de Johnny Camollese.

Encabeçando o elenco temos Karin Kils (fase Diva), Jeniffer Nascimento (fase Disco) e Amanda Souza (fase pré adolescente). Marcel Octávio será Neil Bogart, presidente da Casablanca Records e mentor de Donna, Edson Montenegro será Andrew Gaines, pai da cantora, e André Loddi será Bruce Sudano, seu segundo marido.

O elenco se completa com  Amanda Vicente, André Luiz Odin, Daniel Caldini, Débora Polistchuck,  Joyce Cosmo, Leilane Teles, Letícia Nascimento, Lucas Nunes, Mari Saraiva, Mariana Gomes, Rafael Leal, Rafael Machado, Renato Bellini, Vanessa Mello, Ygor Zago, Andreza Meddeiros e Fernando Mariano como swings.

Para você apreciar mais o musical, vamos contar:

21 fatos sobre a carreira da Diva da Discoteca e da Dance Music.

1. LaDonna Adrian Gaines nasceu em Boston (EUA) em 31/12/48.

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Donna e suas irmãs Linda e Amy, com as pernas da prima Barbara.

2. Começou a carreira aos 10 anos, quando cantou pela primeira vez na sua igreja, e impressionou os fiéis.

3. Mudou-se para a Alemanha para participar da montagem de “Hair” aos 18 anos. Com isso, não terminou o colégio.

4. Casou com o cantor Helmuth Sommer, com quem teve uma filha. Seu nome artístico mudou para Donna Sommer.

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Helmuth, Mimi e Donna

5. Conheceu os produtores Giorgio Moroder e Pete Bellotte, com quem viria a escrever/produzir vários de seus clássicos.

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Pete, Donna e Giorgio

6. Seu debut foi o disco “Lady of the Night” (1974), mas por causa de um erro de impressão, saiu no álbum Donna Summer. O nome pegou.

7. Seu primeiro hit “Love to Love You Baby” foi lançado em 1975. Era uma resposta a um outro hit clássico “Je t’aime… Moi non plus” (1967)

8. Depois vieram os outros hits “Try Me, I Know We Can Make It”, “Winter Melody”, “Love’s Unkind” incluindo…

9. “I Feel Love” (1977). Começa a Era Disco. Donna Summer é a sua rainha.

10. Conheceu Bruce Sudano, da banda ‘Brooklyn Dreams’, também em 1977. Casaram e tiveram duas filhas – Brooklyn e Amanda.

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Mimi, Brooklyn,Amanda e a mãe, Donna.

11. Primeira artista a ter três álbuns duplos “Live and More”, “Bad Girls” e “On the Radio: Greatest Hits vol I & II” no número 1 da Billboard 200.

12. Em um período de doze meses, emplacou 4 singles no topo das paradas “Macarthur Park”, “Hot Stuff”, “Bad Girls” e “No More Tears (Enough is Enough)“, um dueto com outra diva, Barbra Streisand.

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Donna e Barbra

13. “Last Dance” (1978) rendeu um Grammy, um Golden Globe e um Oscar.

14. Além da Disco, ela também passeou pelos ritmos R&B, Gospel, Rock e Dance.

15. Das 18 indicações ao prêmio Grammy, ganhou cinco.

16. Em 1983, conheceu a garçonete Onetta Johnson em Los Angeles. Foi a inspiração para o clássico “She works hard for the money”. Foi o primeiro vídeo clip de uma cantora negra a tocar várias vezes na MTV.

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Onetta e Donna

17. Seu décimo sétimo e último álbum, gravado em estúdio, foi “Crayons” (2008), com os hits número um nas paradas “I’m a fire”, “Stamp your feet” e “Fame (the game)”.

18. Donna Summer nos deixou em 17/05/12, por causa de um câncer no pulmão, aos 63 anos.

19. A artista tem sua estrela na Calçada da Fama (1992), faz parte do Rock and Roll Hall of Fame (2013). Sua canção “I feel love” está no Registro Nacional de Gravaçõs da Biblioteca do Congresso norte americano, eternizada como um clássico (2012).

20.  O musical “Summer: The Donna Summer Musical” estreou em San Diego (2017). No ano seguinte, abriu as cortinas na Broadway.

21. Agora, em 2020 desembarca no Brasil.

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Donna Summer Musical

Teatro Santander (Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041 – Itaim Bibi, São Paulo)

Duração 100 minutos

05/03 a 28/06

Quinta e Sexta – 21h, Sábado – 18h e 21h, Domingo – 16h e 19h

$75/$280

Classificação 12 anos

TALENTOS

Novos talentos do Teatro Musical brasileiro serão revelados na segunda temporada do reality show da TV Cultura, que tem estreia prevista para maio.

Jarbas Homem de Mello volta a comandar o programa “Talentos” (“Cultura o Musical”), que revelou na sua primeira edição os atores Aline Serra e Vitor Moresco como os ganhadores.

Para participar da seleção para este ano, é preciso ter entre 16 e 45 anos e se cadastrar no site da emissora até o dia 23 de fevereiro. Ao todo, serão selecionados 24 candidatos, que disputarão as eliminatórias em 12 programas, até chegar a grande final, que será transmitida ao vivo pela TV Cultura.

VEM AÍ EM 2020 – MUSICAIS

O que tem em comum um apresentador popular, a Diva da Discoteca, jovens do século XIX, Romeu e Julieta nova iorquinos e um assassino em série?

Estes são alguns dos temas dos musicais que estarão em cartaz este ano na cidade de São Paulo. Teremos nos palcos as histórias de Silvio Santos e Donna Summer; uma nova montagem de “O Despertar da Primavera” e “West Side Story” e “Sweeney Todd“.

Vamos então conhecer o que vem por aí nos palcos dos teatros paulistanos. (As informações são retiradas da internet. Podem ser alteradas.)

JANEIRO

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“A Cor Púrpura – o musical” – dia 03 – Theatro NET

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“Chaves – Um Tributo Musical” – dia 10 – Teatro Opus

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“O Mágico di Ó” – dia 10 – Teatro Folha

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“O Mágico de Oz” – dia 11 – Teatro Bradesco

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“Diálogos” – dia 13 – Instituto Cultural Capobianco

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“Fadas e Gigantes – O Universo Encantado” – Dia 16 – Teatro Mooca Plaza Shopping

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“Hadassa – o musical” – dia 17 – Teatro Nissi

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“Agnaldo Rayol – A Alma do Brasil” – dia 18 – Teatro União Cultural

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“Lyson Gaster no Borogodó” – dia 18 – Teatro Itália

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“Belchior – Ano Passado EMorri, Mas Esse Ano ENão Morro – O Musical” – dia 18 – Teatro Liberdade

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“Carmen – A Grande Pequena Notável” – dia 19 – Teatro TUCA

Fevereiro

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“Prince Siddhartha – a vida do Buda, The Musical” – dia 19 – Teatro Renault

Março

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“Summer – Donna Summer Musical” – dia 05 – Teatro Santander

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“Silvio Santos Vem Aí – uma comédia musical” – dia 13 –  033 Rooftop

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“K-Pop Dreams – o musical” – dia 14 – Theatro NET

 

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“Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate, o musical” – Teatro Alfa

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“Jackson do Pandeiro” (Barca dos Corações Partidos) – local não informado

Abril

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“Naked Boys Singing” – dia 04 – Centro Cultural da Diversidade (Teatro Décio de Almeida Prado)

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“O Jovem Frankstein” – Teatro Renault

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“O Despertar da Primavera – o musical” – Theatro NET

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“As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão” – Teatro TUCA

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“West Side Story” – Theatro São Pedro

Maio

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“Seu Neyla” – dia 15 – Teatro FAAP

Junho

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“Conserto para Dois” – local não informado

Agosto

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“Sweeney Todd” – local não informado

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“Chicago” – Teatro Santander

Sem data, nem local informados

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“Barnum”

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“A Hora da Estrela” (Sarau Agência de Cultura)

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“Lilás – um musical em tons reais” (MP Produção Cultural)

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“O Pequeno Príncipe” (Teatro Renault)

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“Quarteto Fantasma” (Núcleo Experimental)