FESTA DE INAUGURAÇÃO

Em 2011, durante uma manutenção no salão verde do Congresso Nacional que consistia em quebrar paredes para se descobrir as causas de um vazamento, foram encontradas frases escritas pelos operários responsáveis pela construção do prédio, inaugurado em 1960. As mensagens, que previam um futuro melhor para o país e a crença nas instituições democráticas do Brasil, foram lidas pelos integrantes da companhia brasiliense Teatro do Concreto como uma das inúmeras narrativas criadas ao longo do tempo que só são reveladas a partir de um processo de destruição. Com dramaturgia de João Turchi e direção de Francis Wilker, o espetáculo Festa de Inauguração estreia dia 30 de maio, quinta-feira, 21h30, no Sesc Pompeia.

Construída sem tomar como base a noção de personagens ou de começo-meio-fim, Festa de Inauguração tem uma dramaturgia tecida a partir das falas e narrativas que não são reveladas espontaneamente, mas sim através da destruição. “Notamos que no percurso da humanidade, nas artes e nas trajetórias pessoais, existem narrativas soterradas que precisam vir à tona e, normalmente, esse processo acontece por meio da destruição”, diz Francis Wilker, diretor da montagem.

Para Wilker, o gesto de destruir ganha novas camadas e pode ser lido como uma metáfora para desmontes de políticas públicas, silenciamento de grupos minoritários, revisionismos históricos e reflexão sobre a história da arte. Esse ponto de partida foi endossado por uma série de seminários promovidos pela companhia que reuniu sociólogos, arquitetos, artistas visuais, rappers e dramaturgos para dialogarem sobre a possibilidade de se “ler” a cidade como um livro.

Nos dedicamos a pensar na cidade como algo repleto de textos que precisam ser lidos, de discursos que precisam vir à tona”, diz o diretor, ressaltando que essa pesquisa fez com que Festa de Inauguração não fosse uma peça que falasse pelos operários ou sobre o processo de construção de Brasília, mas sim que esses fossem os elementos disparadores de uma série de reflexões sobre o ato de destruir e reconstruir – ciclo constante na humanidade.

João Turchi, artista goiano que reside em São Paulo, apesar de já ter trabalhado com Francis Wilker, escreve pela primeira para o Teatro de Concreto. Na construção dramatúrgica, Turchi decidiu dar luz à questão da história como algo que sempre foi manipulado pelo homem. “Esses textos encontrados em Brasília apontavam uma possibilidade de futuro pensada por esses trabalhadores – podemos associar essas imagens às inscrições rupestres de uma caverna, por exemplo. O que esses registros têm a nos dizer nos dias de hoje? Como contar isso a outro? Quais são as possíveis narrativas que existem aí?”, questiona.

A partir dessa provocação e das características que já são comuns ao grupo, como uma relação direta com a plateia e criação de peças que não se resumem a um só espaço cênico, Festa de Inauguração começa nas imediações do Sesc Pompeia. Dessa forma, a peça cria as metáforas a partir de um olhar arqueológico, onde o fim representa a continuidade de um ciclo que irá gerar novas leituras sobre o que foi destruído.

Sobre a experiência de dar a largada na primeira temporada em São Paulo, Francis Wilker espera trazer para a cidade as marcas que mais consagram a história do Teatro do Concreto, como a relação com o espaço alternativo e sua conexão com a cidade. “Brasília é uma cidade urbana, onde há muito concreto, e nosso grupo nasce sob essa égide”, conta. O diretor também destaca o fato de a companhia sempre trabalhar a partir de textos inéditos e das montagens dialogarem com a performance e não com um modelo tradicional de teatro.

Festa de Inauguração tem ainda cenário e figurino assinados por André Cortez, luz de Guilherme Bonfanti, do Teatro da Vertigem; e elenco composto por Gleide Firmino, Micheli Santini, Adilson Diaz e Diego Borges.

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Festa de Inauguração

Com Gleide Firmino, Micheli Santini, Adilson Diaz, Diego Borges

SESC Pompéia – Espaço Cênico (R. Clélia, 93 – Água Branca, São Paulo)

Duração 80 minutos

30/05 até 23/06

Quinta, Sexta e Sábado – 21h30, Domingo e Feriado – 18h30

$20 ($6 – credencial plena)

Classificação 18 anos

DEUS É MULHER

Elza Soares apresenta o show Deus É Mulher, dia 12 de março, terça-feira, às 21h, no Teatro Porto Seguro.

O show, homônimo ao disco, indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Brasileira, exalta a energia feminina como a provedora do atual cenário sociocultural mundial. Já no título costura a história contada pelas canções do novo álbum, que discute amplamente em suas letras uma mensagem sócio-política ainda mais explícita que no anterior trabalho da artista.

Com produção de Guilherme Kastrup, o álbum traz o samba punk eletrônico que impressiona a cada uma das 11 faixas inéditas. No repertório do show, estão as 11 faixas do disco, entre elas Banho (Tulipa Ruiz), O Que se Cala (Douglas Germano), Dentro de Cada Um (Pedro Loureiro/Luciano Mello), Deus Há de Ser (Pedro Luís) e Exu nas Escolas (Kiko Dinucci/ Edgar). E, ainda, algumas surpresas de trabalhos anteriores.

No palco do Teatro Porto Seguro, Elza estará acompanhada por Guilherme Kastrup (bateria e direção musical), Rodrigo Campos (guitarra e cavaco), Rafael Barreto (guitarra e sinth), Luque Barros (baixo e sinth), Mestre Da Lua (percussões) e Rubi nos vocais e em participação especial.

Em mergulho ainda mais profundo, o novo espetáculo é contundente ao denunciar, porém propor alternativas para mazelas sociais amplamente discutidas atualmente, tais como a desigualdade racial, a violência doméstica e familiar contra as mulheres, a liberdade sexual feminina, o genocídio contra LGBTQI, o instituto da corrupção política brasileira, o reconhecimento do lugar de fala como alternativa para grupos ou minorias vulneráveis socialmente, a intolerância religiosa e o assédio contra praticante de religiões de matriz africana, a irresponsabilidade de setores sensacionalistas da imprensa.

Além disso, o show propõe do início ao fim o renascimento e uma postura social mais transparente, sólida e clara, oferecendo também ao expectador a experiência completa de entretenimento com momentos musicais com intenção rítmica exclusivamente focada em diversão, para ampliar a proposta do discurso.

Em cenário, figurinos e desenho de luz impactantes, continuamente ao lado da vanguarda paulistana de músicos redesenhada na última década, o novo show traz de volta o Samba Punk Paulistano, a malemolência do Samba Carioca e ritmos tipicamente brasileiros como o Frevo, somado a atitude do Rock contemporâneo, porém dessa vez com a presença de timbres mais sintéticos, com as percussões protagonizando o espetáculo.

Deus É Mulher

Com Elza Soares

Teatro Porto Seguro (Alameda Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos, São Paulo)

Duração 80 minutos

12/03

Terça – 21h

$140/$180

Classificação Livre

LUA DE SANGUE

Escola de Atores Wolf Maya apresenta espetáculo Lua de Sangue, concebido por sua Turma M6A, inspirado em obras de Frederico Garcia Lorca. Com direção de Kleber Montanheiro, as apresentações acontecem nos dias 9 e 10 de março (sábado e domingo) e entre os dias 14 e 17 de março (quinta a domigo), no Teatro Nair Bello.

A montagem é um estudo que celebra o universo de García Lorca (1898-1936). O grupo de formandos coloca em cena um diálogo cruzado que se estabelece entre três importantes obras do poeta e dramaturgo espanhol: Bodas de SangueYerma e A Casa de Bernarda Alba. Segundo o diretor, a peça traz as relações existentes nos três textos. A história se passa em uma aldeia onde circulam personagens de Bodas de Sangue que se relacionam com outros de Yerma e A Casa de Bernarda Alba.

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Lua de Sangue

Com André Albuquerque, Andressa Miranda, Bruno Peres, Carolinne Assis, Carol Meyer, Giovanna Paola, Giovanni Pilan, Larissa Antonello, Layla Faraj, Liz Olivier, Lucas Amorim, Luiza Loup, Luiza Martucci, Marcela Fernandes, Marcela Furlan, Natália Melli, Rafael Licks, Rayssa Emy, Thaisa Carvalho e Thiago Lima

Teatro Nair Bello – Shopping Frei Caneca (R. Frei Caneca, 569 – Consolação, São Paulo)

Duração 80 minutos

09 e 10/03

Sábado – 21h, Domingo – 19h

14 a 17/03

Quinta, Sexta e Sábado – 21h, Domingo – 19h

$15

Classificação 12 anos

DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA

Escrita em 1966, Dois Perdidos Numa Noite Suja chega aos palcos do Teatro West Plaza dia 8 de março, sábado, às 20h, na pele de duas atrizes: Daliléa Ayala (Tonho) e Mayara Magri (Paco) – Uma representação inédita dentro da dramaturgia de Plínio Marcos nos tablados brasileiros. Daliléa, atriz reconhecida por grandes comédias, é a idealizadora do projeto.

A escolha em representar o sexo oposto vai muito além de considerar grandes papeis de Plínio Marcos, segundo o diretor Flávio Galvão, mas sim de mergulhar mais fundo no submundo de milhares de brasileiros. Uma realidade que, infelizmente, continua atual, como o próprio dramaturgo sempre afirmou.

Daliléa conta que a importância de montar Plínio Marques nos dias de hoje é justamente o sentido que seus textos fazem no nosso contexto. “Ele foi o dramaturgo mais censurado do país e de fato viveu o submundo de que escreve, conhecendo parte dos personagens que estão nas suas peças e passando pelo período do AI 5, na ditadura militar”, conta a atriz.

A falta de sustento político e social, o aumento do número de desemprego, a fome, a busca por uma vida melhor e a inserção no mundo do crime são alguns dos pontos ressaltados nos trabalhos de Plínio.

Sobre a peça

Dois homens completamente distintos, à margem da sociedade, vivem em condições miseráveis num único e denso ambiente. Numa relação conflituosa as personagens discutem sobre suas vidas, trabalho, expectativas, angustias, inseguranças, e anseios sobre a dura sobrevivência.  Levam para cena as mazelas de uma sociedade extremamente desumana, com diálogos grotescos e violentos, porém dinâmicos, despojados e emocionantes.

O sonho em ter um simples par de sapatos é um fato que desencadeia uma evolução crítica sobre o rompimento das classes sociais. São impossibilitados de realizar o que almejam quando se relacionam, um impedindo a satisfação das vontades do outro. E nessa oposição das vontades ocorre o embate entre as duas personagens, gerando constantes enfrentamentos pelo simples fato de um não aceitar a visão do outro.

O confronto entre os dois, num clima de desamparo e desespero crescentes, chega a leva-los à agressão física. Na busca de melhorar os seus dias, ambos são coagidos à realização de um ato que modificará radicalmente suas vidas. Palavras que sobem e descem determinam as situações humanas de ambos, que são levados de limite em limite, até o extremo fatal de uma realidade que condena de uma forma impiedosa.

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Dois Perdidos Numa Noite Suja

Com Daliléa Ayala e Mayara Magri

Teatro West Plaza – Sala Nicette Bruno – Shopping West Plaza (Av. Francisco Matarazzo, s/n – Água Branca, São Paulo)

Duração 80 minutos

08 a 30/03

Sexta – 21h, Sábado – 20h

$50

Classificação 14 anos

A GREVE DO SEXO

Escola de Atores Wolf Maya apresenta espetáculo concebido por sua Turma M6B, A Greve do Sexo, obra de Aristófanes com direção de Hugo Coelho. As apresentações acontecem no período de 22 a 31 de março (de sexta a domingos), no Teatro Nair Bello.

No enredo, exausta das consequências da guerra, Lisístrata, uma ateniense, resolve convocar as mulheres gregas para convencê-las a fazer uma greve de sexo até que seus maridos resolvam assinar um tratado de paz. A montagem um estudo sobre o texto, também conhecido como Lisístrata, do dramaturgo grego (que viveu entre 447 e 385 a.C.). “Nossa montagem faz uma leitura contemporânea, procurando manter viva a essência provocadora e debochada da obra original“, comenta o diretor Hugo Coelho.

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A Greve do Sexo

Com Alexandre Ammano, Amanda Forte, Carolla de Rossi, Christiane Ohnmacht, Dayse Santos, Gabriella Oliveira, Giulia Lucci, Guilherme Hillwegg, Igor Berigo, Isabella Delalamo, Jarla Zimmer, Juliana Oliveira, Marcelo Ullmann, Monique Perdomo, Rafael Alvim, Rebeca Oliveira, Renata Aguirre, Rony Frauches, Vitor Nonno, Yasmine Salomão

Teatro Nair Bello – Shopping Frei Caneca (R. Frei Caneca, 569 – Consolação, São Paulo)

Duração 80 minutos

22 a 31/03

Sexta e Sábado – 21h, Domingo – 19h

$15

Classificação 12 anos

CORAÇÃO SAFADO

É uma comédia divertida que entrelaça os personagens a partir de um transplante de coração.

Após sofrer infarto, Safira recebe a doação do coração de Danilo, um conquistador barato que morreu de congestão ao praticar sexo com a amante Odete na cama de motel.

Com a fatalidade, a esposa Lisa e a amante, decidem procurar o endereço do transplantado, com a intenção de encontrar no corpo dele as atitudes e respostas do homem com quem viveram. Odete, pelo sentimento do poder, Lisa por desconfiar de uma traição.

No entanto, Safira não imaginava o que aconteceu com o encontro das duas mulheres em seu apartamento. Sua vida poderia tomar um rumo completamente diferente da realidade.

Primeiro, o encontro entre as mulheres de Danilo, segundo a presença do espírito do conquistador na casa da feminina Safira fazento-a tomar atitudes inusitadas, ganhando traços masculinos, aí sim a confusão está armada.

Coração Safado é uma comédia para sentar e dar risadas e nessa sequência de cenas hilárias tome cuidado para não enfartar de tanto RIR

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Coração Safado

Com Kaká de Lyma, Kátia Roberta, Rogério Moretto,Kamila Bielawski e Allê Santy

Teatro Santo Agostinho (Rua Apeninos, 118 – Liberdade, São Paulo)

Duração 80 minutos

até 30/03

Sábado – 21h

$50

Classificação 12 anos

NA CAMA COM MOLIÈRE

Com trajetória consolidada no teatro, no cinema e na televisão, o ator Henrique Taubaté Lisboa comemora seus 50 anos de carreira no novo espetáculo da COMMUNE, a comédia “Na Cama Com Molière”, dirigida pelo encenador inglês John Mowat.  Estão previstas 30 apresentações, que acontecem no Teatro COMMUNE, entre 9 de fevereiro e 21 de abril, às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).

O texto é uma adaptação de “O Doente Imaginário”, a última peça escrita por Molière (1622-1673) e que marcou a derradeira vez que ele subiu aos palcos. O dramaturgo francês sofria de uma tuberculose em estágio avançado e morreu algumas horas depois de concluir a quarta apresentação da montagem original.

Publicada em 1673, a obra narra as peripécias de Aragão, um velho hipocondríaco que é incentivado por seu médico a testar novos tratamentos e remédios para todas as suas doenças imaginárias. Além disso, a segunda esposa de Aragão é a interesseira Beline e ele sonha casar sua filha Angélica com o filho de um amigo médico – só para ter um doutor na família.

A encenação, que acontece toda em cima de uma cama em um hospital, cria uma reflexão sobre o medo iminente da morte, a solidão do mundo contemporâneo e outros temas comuns à obra do autor, como a cobiça, o egoísmo, a charlatanice e a arrogância.  Trata-se de uma sátira bem atual sobre a poderosa indústria da medicina.

O diretor John Mowat desenvolve um teatro que comunica ideias levando em conta o aspecto visual da cena, sem deixar de criar um diálogo efetivo entre o lado cênico, o texto e as sonoridades das produções. Em suas montagens, nenhum elemento se sobrepõem ao outro. “Eu me interesso muito pelo equilíbrio entre o físico e o visual no teatro. A Commedia Dell ’Arte é algo que está sempre presente nas minhas montagens”, diz o diretor.

A maneira como o John conduz as improvisações do teatro físico é interessante. E, para mim, do alto dos meus 73 anos, tenho que prestar muita atenção para ir juntando tudo no cérebro, para filtrar e ver como conduzo, como resolvo. Trabalhar com o John é aquilo que eu digo: o ator tem sempre as suas surpresas. Seja de onde vier a opinião, o diretor ou o espectador, o ator está sempre aprendendo”, conta Taubaté.

Para dar vida à história, o elenco escolhido foi Henrique Taubaté Lisboa, Wilma de Souza, Augusto Marin, Fabricio Garelli, Dulcinéia Dibo e Paulo Dantas. “Nós trabalhamos juntos jogando e brincando até formarmos a peça a partir destas improvisações. Não tem truques ou segredos, é apenas uma questão de bagunçar tudo”, afirma Mowat.

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Na Cama com Molière

Com Henrique Taubaté Lisboa, Wilma de Souza, Augusto Marin, Fabricio Garelli, Dulcinéia Dibo e Paulo Dantas

Teatro Commune (Rua da Consolação, 1218 – Consolação, São Paulo)

Duração 80 minutos

09/02 até 21/04

Sexta e Sábado – 21h, Domingo – 20h

$30

Classificação 12 anos

GATÃO DA MEIA IDADE, A PEÇA

O personagem “Gatão”, criado em 1986 e interpretado, desta vez, pelo ator Oscar Magrini, cujo ultimo trabalho na TV foi o Almirante Tibúrcio de “Orgulho e Paixão” da TV Globo,  é um homem na faixa dos 50 anos, solteiro, crítico de sua condição, mas que não quer envelhecer sozinho e sabe que, se não se esforçar para isso, vai acabar assim. Além disso, ele é bastante antenado, mas sua antena está, muitas vezes, direcionada para o satélite errado e ele sofre com isso.

A atriz Leona Cavalli, que atuou em dezenas de novelas da Rede Globo, fez recentemente uma breve passagem na Record na novela “Apocalipse” , está de volta à Globo, no elenco de ‘Órfãos da Terra’, a próxima novela das 18h. Em ‘Gatão de Meia idade, a Peça’, interpreta oito hilariantes personagens femininos, todos completamente diferentes e repletos de humor, que dão bossa aos relacionamentos amorosos vividos ao longo da história pelo “Gatão”.

Além disso, um show a parte pode ser conferido às frenéticas e muito rápidas trocas de figurino e composição, essas criadas pelo premiado visagista Anderson Bueno, que duram segundos de uma personagem à outra.

O elenco conta ainda com o ator ventríloquo, Yakko Sideratos, considerado um dos melhores do país no gênero, que manipula o boneco que, na história, é uma espécie de “consciência” do “Gatão”. O boneco promete fomentar ainda mais o humor presente no espetáculo.

Gatão de Meia Idade, a peça” mostra detalhes, aflições e anseios da vida de um homem na faixa dos 50 anos que não sabe viver sozinho e tenta, de todas as maneiras, conseguir uma companheira. Mas, ingênuo que só, acaba sempre metendo os pés pelas mãos. Como uma boa comédia, a mensagem principal da peça é: divirta-se e dê boas risadas. E, claro, se você for um homem acima dos 50 anos, cuidado, pois você pode se identificar em muitas situações”, comenta Miguel Paiva, autor da peça e conhecido cartunista brasileiro.

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Gatão de Meia Idade, a Peça

Com Oscar Magrini, Leona Cavalli e Yakko Sideratos

Teatro das Artes – Shopping Eldorado (Av. Rebouças, 3970 – Pinheiros, São Paulo)

Duração 80 minutos

19/01 até 31/03 (não haverá sessões nos dias 02 e 03/03)

Sábado – 21h, Domingo – 19h

$70/$80

Classificação 16 anos

O MARTELO

Com mistura de suspense e humor, a comédia policial O Martelo, escrita por Renato Modesto e dirigida por Alexandre Reinecke, estreia no Teatro Novo, na Vila Mariana, no dia 18 de janeiro de 2019, e segue em cartaz até 07 de abril. Uma trama envolvente apresenta a loucura de um homem que foi injustamente acusado como o assassino em série de mulheres recém-casadas e com filhos pequenos.

Em uma noite, o jovem advogado Pedro se torna o principal suspeito da investigação do policial João e começa a viver uma divertida crise de identidade, na qual ele vê a si mesmo e aos outros com a aparência alterada. Pedro e sua esposa precisam provar sua inocência, mas, depois de tantos delírios, ele começa a pensar que pode realmente ter cometido os crimes.

Para ilustrar esse processo de mudança de personalidade, os atores Edwin Luisi, Anderson Müller e Natallia Rodrigues se revezam na interpretação das personagens. “Procurei fazer as trocas da maneira mais teatral possível, ou seja, assumindo-as perante a plateia, por vezes com os dois atores em cena, dublando-se com o mesmo figurino; e em outras, como surpresa, principalmente quando a comédia se mostra mais presente”, revela Alexandre Reinecke.

Apesar do tom bem-humorado e tragicômico, a peça cria uma série de reflexões sobre temas sérios e relevantes para a sociedade contemporânea, como a violência contra a mulher, a impunidade, as pressões psicológicas sofridas por um cidadão comum, a experiência de loucura nas situações do dia a dia, as desigualdades sociais, o esgarçamento moral da sociedade e o desafio da aplicação da justiça.

Como digo sempre, a comédia é em si uma tragédia, só que a alheia. Diante disso, vejo com muita naturalidade a discussão da violência através do humor. E, se conseguirmos instigar uma reflexão aliada ao entretenimento de boa qualidade, já terá sido de grande valia. Afinal, temos uma peça que mistura, suspense policial, terror e drama familiar com humor e uma discussão sobre violência urbana, vingança e temas polêmicos”, acrescenta o diretor.

Algumas questões instigadas pela montagem são: Até que ponto, nossas ações nos tornam culpados e o nosso desejo de vingança pode ser justificado e quais as suas consequências? O que nos faz, de repente, no dia a dia, adquirir uma obsessão por alguém a ponto de prejudica-lo? Fazendo um balanço de nossas ações, somos mais culpados ou inocentes por nossos atos?

Reinecke ainda conta que o texto da peça evoca o clima dos clássicos do cinema noir, por isso, buscou como referências grandes filmes com essa estética, como “Chinatown”, “O Falcão Maltês”, “Dhalia Negra” e “L.A. Cidade Proibida”. “O clima se dará nas interpretações, no cenário, nos figurinos e, claro, na iluminação”, diz.

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O Martelo

Com Edwin Luisi, Anderson Müller e Natallia Rodrigues

Teatro Novo (Rua Domingos de Morais, 348 – Vila Mariana, São Paulo)

Duração 80 minutos

18/01 até 07/04

Sexta e Sábado – 21h, Domingo – 19h

$50/$60

Classificação 14 anos

AMIGAS, PERO NO MUCHO

Há 12 anos em cartaz, comédia irreverente volta ao Teatro Folha para apresentações às terças e quartas, a partir do dia 08 de janeiro de 2018.

Em fevereiro de 2007, “Amigas, Pero no Mucho”, comédia de Célia Forte estreava no Teatro Renaissance inaugurando o horário da meia noite. O sucesso foi tanto com elenco de atores interpretando as quatro amigas, que por cinco anos percorreu vários teatros de São Paulo, com temporada também no Rio de Janeiro. Ganhou montagem baiana, com apresentações em várias capitais do nordeste e Angola. Tem seu texto traduzido para o espanhol, alemão e inglês. Quase doze anos depois, as amigas voltam ao cartaz, agora no Teatro Folha com apresentações às terças e quartas, até 27 de março.

Desde então, mais de 170 mil pessoas riram com as incríveis situações criadas pela jornalista Célia Regina Forte sobre quatro mulheres da nossa época que tentam dar conta de tudo: do cotidiano, do corpo, da mente, do trabalho, da família e da amizade, causando inusitadas situações típicas do universo feminino.

Com direção de José Possi Neto e composição musical de Miguel Briamonte, essa epopeia se dá através do encontro de quatro amigas em uma tarde de sábado, onde todas – ou quase todas – as roupas sujas são lavadas por elas. Com humor cáustico, ironia e irreverência, elas falam sobre suas dissimulações, devaneios e loucuras. Quatro mulheres bem-sucedidas – ou não – comuns e sofisticadas que numa única tarde fazem revelações que as surpreendem e surpreendem o público que tem lotado todos os teatros por onde elas passam. Mulheres que se amam e se odeiam ao mesmo tempo. Amigas, enfim.

“Amigas, Pero no Mucho” faz história no cenário da comédia brasileira por sua capacidade em fazer plateias se divertirem e se reconhecerem numa das quatro personagens:

Elias Andreato é Fram, 50 anos – Divorciada, dois filhos que moram com o pai. É a mais velha das quatro amigas. Já passou dos 50 anos, mas quer parecer 30. Ninfomaníaca. Fala muito palavrão quando está sozinha, em público jamais. Faz meditação, mas quando está com raiva, tem tiques nervosos.

Leandro Luna é Sara, 35 anos – Solteira. Executiva. A mais reservada. Parece ser fria, mas esconde grande esperança. Fuma descontroladamente. Não perdoa as amigas, mas pouco se importa com a opinião dos outros. Desconfiada. Odeia as hipocrisias de Fram.

Raphael Gama é Debora, 40 anos – Divorciada, sem filhos. Inteligente, perspicaz, irônica, mas tipo dona da verdade. Sempre tem uma consideração a fazer, tentando que sua opinião prevaleça. Idealiza o amor. Come compulsivamente.

Nilton Bicudo é Olívia, 40 anos – Casada com filhos. Foi rica, não é mais. Tem que dirigir sua VAN que leva crianças para a escola. Julga-se sempre perseguida. Está sempre perguntando: O que vocês estão falando de mim? Exalta o marido, Alfredo, para as amigas.

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Amigas, Pero no Mucho

Com Elias Andreato, Leandro Luna, Raphael Gama e Nilton Bicudo

Teatro Folha – Shopping Pátio Higienópolis (Av. Higienópolis, 618 – Santa Cecilia, São Paulo)

Duração 80 minutos

08/01 até 27/03

Terça e Quarta – 21h

$40/$50

Classificação 14 anos