AEROPLANOS

Na sexta-feira, 01 de fevereiro, reestreia no Teatro Municipal Alfredo Mesquita o espetáculo AEROPLANOS, escrito pelo premiado dramaturgo argentino Carlos Gorostiza. Com direção de Ednaldo Freire, a comédia traz no elenco os veteranos Antonio Petrin e Roberto Arduin e fica em cartaz até o dia 10 de março, de sexta a domingo.

Enquanto relembram o passado e discutem questões urgentes do presente, Chico (Petrin) e Cristo (Arduin), velhos amigos com mais de 70 anos e ex-jogadores de futebol, são surpreendidos por um convite inesperado, que poderá transformar suas vidas.

Ao retratar um dia especial na vida desta dupla inseparável, a peça propõe ao espectador uma delicada e divertida reflexão sobre a amizade e o envelhecimento. “Com humor, sensibilidade e diálogos inteligentes, o espetáculo reflete sobre a existência, a partir do ponto de vista dos idosos. O medo da morte, a solidão, a perda de independência e a sempre irrefreável e humana vontade de viver intensamente cada minuto são temas essenciais desse grande texto da dramaturgia argentina contemporânea”, lembra Petrin, que também assina a tradução e adaptação da obra.

Velhos Protagonistas

Primeira montagem brasileira do texto de Gorostiza, AEROPLANOS é o terceiro espetáculo do projeto Velhos Protagonistas iniciado em 2000, quando Antonio Petrin completou trinta e cinco anos de carreira profissional. A peça escolhida para abrir o projeto foi A Última Gravação de Krapp, de Samuel Beckett. Em 2004, o ator produziu e interpretou Um Merlin, texto escrito especialmente para ele por Luis Alberto de Abreu.

A escolha de AEROPLANOS para finalizar o projeto, segundo Petrin, é uma consequência natural, já que “essa é uma das mais profundas e comoventes peças da atual dramaturgia argentina, enfocando a velhice com humor, poesia e delicadeza”.

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Aeroplanos

Com Antonio Petrin e Roberto Arduin

Teatro Municipal de Santana Alfredo Mesquita (Avenida Santos Dumont, 1770 – Santana, São Paulo)

Duração 70 minutos

01/02 até 10/03 (EXCETO dias 15, 16 e 17 de fevereiro e 01, 02 e 03 de março)

Sexta e Sábado – 21h, Domingo – 19h

Entrada gratuita

Classificação 14 anos

LUGAR DE ESCUTA

Debatendo Após o sucesso de sua primeira temporada, realizada no final de 2018, o espetáculo “Lugar de Escuta” reestreia no Teatro do Núcleo Experimental, na Barra Funda (SP), de 5 de fevereiro a 27 de março, às terças e quartas, às 21h. A mulher, o feminismo e a busca por lugares de fala, de expressões e de reflexões são temas debatidos pelo musical que propõe um mergulho por esses temas.

“Lugar de Escuta” é uma produção do Projeto M.O.T.I.M (Mulheres Organizadas por um Teatro em Infinito Movimento) em parceria com a Arina Entretenimento. O musical tem em seu elenco somente mulheres, dirigidas por Fabiana Tolentino.

– A experiência da primeira temporada foi bastante intensa e transformadora. Como a peça é diferente a cada dia, era uma expectativa muito grande (inclusive para nós) de como iria ser aquele dia em específico. Teve cena que estreou na última sessão do último dia de temporada! Outra que só saiu uma vez e depois nunca mais. O Tarot sempre sabe o que é melhor para todos … Temos histórias incríveis de ‘coincidências’: no primeiro ensaio aberto, a primeira pessoa escolhida por uma das atrizes para sortear uma carta foi o Professor de Tarot da nossa taróloga (Luiza Luka), e a atriz que o escolheu não fazia ideia disso, só pra exemplificar – diz Fabiana Tolentino sobre a primeira temporada do espetáculo.

Lugar de Escuta é uma peça que se adapta a cada apresentação. As cenas, com diversos lugares de fala, buscam trazer um panorama sobre as infinitas questões e percalços que ser mulher e feminista nos dias de hoje representa, sem deixar de falar das delícias, por isso é também uma celebração. No total, são 22 cenas inspiradas pelos 22 arcanos maiores do tarô, porém somente oito delas serão apresentadas por sessão. Essas cenas serão selecionadas por um jogo de tarô com a seguinte pergunta: “Que peça de teatro a plateia de agora precisa assistir?” Sendo assim, a ausência de assuntos, de certa forma, também fala sobre eles.

Como na primeira temporada, a peça ganha um espaço, além dos palcos, onde haverá exposição de obras, especialmente criadas para o espetáculo, de cinco artistas. São elas: Beatriz Ghidalevich, Jessica Factor, Natalia Buell, Amanda Falcão e Mariana Rosa.

Temos os painéis de quatro metros, já conhecidos de quem foi assistir, é a união do trabalho de quatro jovens artistas feministas da Belas Artes, todas, em algum lugar de sua obra, abordam questões feministas. Elas se uniram e criaram os dois painéis, inspiradas pelos textos da peça. E a Mariana Rosa é atriz, começou a pintar influenciada pelo teatro, pelas cenas que queria viver nele. Seu trabalho é baseado, não só, pela forma física da mulher, mas pela forma abstrata do universo feminino, a aura intensa, a Mãe Terra, galhos, flores.

“Lugar de Escuta” conseguiu sua segunda temporada graças ao financiamento coletivo. Em tempos em que a cultura brasileira sofre com a falta de investimento, além da ausência de políticas públicas que fomentem o teatro, surge cada vez mais a necessidade das pessoas se unirem, a fim de discutirem sobre temas pertinentes ao que regem os valores humanos e culturais.

– Eu acredito que qualquer espetáculo teatral ajuda a desenvolver um pensamento crítico, o teatro é a comunhão das almas, é onde nos reconhecemos ou não, e isso já nos tira do lugar de conforto. Eu acho que peças como ‘Lugar de Escuta’ tem o diferencial de proporcionar, além dos mil questionamentos internos e externos, um espaço de cura. Cura de dores passadas, de assédios sofridos, de dificuldades de lidar com a competição feminina ensinada… ouvimos muita coisa nesse sentido da plateia. Infelizmente, o acesso ao teatro ainda é algo a ser pensado por todos nós artistas, por isso acredito que qualquer iniciativa independente deveria ser incentivada, principalmente pela classe, que sabe o quanto é difícil produzir alguma coisa sem incentivo fiscal nesse país – finaliza Fabiana.

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Lugar de Escuta

Com Ágata Matos, Fabiana Tolentino, Gabriela Medvedovski, Júlia Sanches, Letícia Soares, Lívia Graciano, Luisa Sabino, Luiza Borges Campos, Nani Porto e Pamella Machado

Teatro do Núcleo Experimental (Rua Barra Funda, 637 – Barra Funda, São Paulo)

Duração 70 minutos

05/02 até 27/03 (não haverá espetáculo nos dias 05/03 e 06/03 – Carnaval)

Terça e Quarta – 21h

$60

Classificação Livre

NA CAMA COM MOLIÈRE

Com trajetória consolidada no teatro, no cinema e na televisão, o ator Henrique Taubaté Lisboa comemora seus 50 anos de carreira no novo espetáculo da COMMUNE, a comédia “Na Cama Com Molière”, dirigida pelo encenador inglês John Mowat.  Estão previstas 30 apresentações, que acontecem no Teatro COMMUNE, entre 9 de fevereiro e 21 de abril, às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).

O texto é uma adaptação de “O Doente Imaginário”, a última peça escrita por Molière (1622-1673) e que marcou a derradeira vez que ele subiu aos palcos. O dramaturgo francês sofria de uma tuberculose em estágio avançado e morreu algumas horas depois de concluir a quarta apresentação da montagem original.

Publicada em 1673, a obra narra as peripécias de Aragão, um velho hipocondríaco que é incentivado por seu médico a testar novos tratamentos e remédios para todas as suas doenças imaginárias. Além disso, a segunda esposa de Aragão é a interesseira Beline e ele sonha casar sua filha Angélica com o filho de um amigo médico – só para ter um doutor na família.

A encenação, que acontece toda em cima de uma cama em um hospital, cria uma reflexão sobre o medo iminente da morte, a solidão do mundo contemporâneo e outros temas comuns à obra do autor, como a cobiça, o egoísmo, a charlatanice e a arrogância.  Trata-se de uma sátira bem atual sobre a poderosa indústria da medicina.

O diretor John Mowat desenvolve um teatro que comunica ideias levando em conta o aspecto visual da cena, sem deixar de criar um diálogo efetivo entre o lado cênico, o texto e as sonoridades das produções. Em suas montagens, nenhum elemento se sobrepõem ao outro. “Eu me interesso muito pelo equilíbrio entre o físico e o visual no teatro. A Commedia Dell ’Arte é algo que está sempre presente nas minhas montagens”, diz o diretor.

A maneira como o John conduz as improvisações do teatro físico é interessante. E, para mim, do alto dos meus 73 anos, tenho que prestar muita atenção para ir juntando tudo no cérebro, para filtrar e ver como conduzo, como resolvo. Trabalhar com o John é aquilo que eu digo: o ator tem sempre as suas surpresas. Seja de onde vier a opinião, o diretor ou o espectador, o ator está sempre aprendendo”, conta Taubaté.

Para dar vida à história, o elenco escolhido foi Henrique Taubaté Lisboa, Wilma de Souza, Augusto Marin, Fabricio Garelli, Dulcinéia Dibo e Paulo Dantas. “Nós trabalhamos juntos jogando e brincando até formarmos a peça a partir destas improvisações. Não tem truques ou segredos, é apenas uma questão de bagunçar tudo”, afirma Mowat.

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Na Cama com Molière

Com Henrique Taubaté Lisboa, Wilma de Souza, Augusto Marin, Fabricio Garelli, Dulcinéia Dibo e Paulo Dantas

Teatro Commune (Rua da Consolação, 1218 – Consolação, São Paulo)

Duração 80 minutos

09/02 até 21/04

Sexta e Sábado – 21h, Domingo – 20h

$30

Classificação 12 anos

O MÁGICO DE OZ

Baseado na obra original de Lian Frank Baum “ O MÁGICO DE OZ ” tem texto e direção geral de um dos nomes mais conceituados na dramaturgia do Teatro para Crianças , FERNANDO LYRA JÚNIOR , que ao longo de seus mais de 30 anos dedicados ao palco foi detentor de vários prêmios e críticas elogiosas.
A peça conta a história de Dorothy, uma garotinha que se perde no Mundo de Oz e para conseguir o caminho de volta para sua casa precisa encontrar o Grande Mágico de Oz. Com a ajuda da Bruxa do Norte , Dorothy, começa a sua procura no caminho até o Castelo do Mágico, onde muita coisa acontece. Ela conhece seus três inseparáveis amigos: O Espantalho , O Homem de Lata e o Leão, que ajudam a menina a atingir seus objetivos.
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O Mágico de Oz
Com Marina Ribeiro,  Giuliano Landim, Cibelle de Martin, Rebecca Etiene, Fernando Lyra Jr, Luciano Brandão e Dico Paz.
Teatro Ruth Escobar – sala Dinah Sfat (Rua dos Ingleses, 209 – Bela Vista, São Paulo)
Duração não informada
27/01 até 31/03
Domingo – 17h30
$40
Classificação Livre

BORBOLETA AZUL

O drama escrito pelo dramaturgo Paulo Faria, que está em temporada no Teatro da Cia. Pessoal do Faroeste,  é ambientado em uma área rural do Brasil e traz elementos do romance O Estrangeiro, de Albert Camus, além de influências da obra de Guimarães Rosa.

Com abordagem sensível (e que dispensa as referências intelectuais), Paulo Faria conta a história de mãe e filha que moram em uma pensão decadente, em uma cidade ameaçada pela construção de uma usina. A mãe, a amarga Cora (interpretada pela atriz Juliana Fagundes), e a filha caçula, Belbelita (Thais Aguiar), além de clientes, esperam uma visita. Há 30 anos, a mãe vendeu seu primogênito para que ele enriquecesse e voltasse para buscá-las. Surge um misterioso hóspede (Beto Magnani),viajante interessado em comprar as terras próximas à futura hidrelétrica, que pode ser a chave para que elas possam deixar a cidade.

Intimista, poética e, ao mesmo tempo, melodramática, Borboleta Azul aborda o universo mítico do Brasil sertanejo.

A época é indefinita e a geografia, imprecisa; sabemos apenas que o lugarejo onde se encontra a pensão de Cora (Juliana Fagundes) e sua filha Belbelita (Thaís Aguiar) será inundado pelas águas de uma represa. Os demais moradores já partiram, mas as duas mulheres  permaneceram ali, à espera do retorno incerto de José, filho de Cora, vendido a estranhos quando tinha 8 anos. Nesses anos todos, Belbelita cultiva um jardim na solidão e esperança de que as flores atraiam borboletas azuis para sua coleção.

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Borboleta Azul

Com Beto Magnani, Juliana Fagundes e Thaís Aguiar

Cia. Pessoal do Faroeste (Rua do Triunfo, 305, Luz – São Paulo)

Duração 70 minutos

19/01 até 20/04

Sábado – 21h

Pague quanto puder

Classificação 14 anos

A CARRUAGEM DE BERENICE

O diálogo entre o adulto e a criança é o tema do infantil A Carruagem de Berenicecom dramaturgia de Camila Appel, músicas originais de Zeca Baleiro e elenco composto pelas atrizes Luiza Micheletti (Moça da Carruagem) e Thay Bergamin (Berenice). A peça faz temporada no Teatro Alfa, e levanta questões comuns ao universo infantil – Berenice tem apenas oito anos, mas já lida com situações difíceis, como toda criança dessa idade.

Ela escuta os pais brigando, sofre bullying na escola por querer fugir de estereótipos, vê seu grande amigo mudar de cidade e questiona conceitos de vida e a morte ao saber que seu animal de estimação morreu. O espetáculo aborda questões que normalmente trariam constrangimento com naturalidade e diversão. Essa mensagem é o mote da peça, idealizada para mostrar que também há leveza nos desafios e que sofrer é um sentimento tão natural quanto se alegrar.

A trama conta a história da menina Berenice e a Moça da Carruagem. Berenice enfrenta suas primeiras situações difíceis e tem a ajuda da Moça da Carruagem, uma figura misteriosa que se espanta com a espontaneidade da criança. Juntas, partem em uma aventura que levanta noções de geografia, espaço, tempo e liberdade de expressão.

As músicas de Zeca Baleiro traduzem esse lema com maestria. A criança, na sua essência, recebe a visita de uma mulher em uma carruagem. Não existem opostos, mas sim momentos da vida. O espetáculo mostra que o tempo pode ser um caminho para compreender que a beleza da vida é viver.

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A Carruagem de Berenice

Com Luisa Micheletti e Thay Bergamim

Teatro Alfa – Sala B (R. Bento Branco de Andrade Filho, 722 – Santo Amaro, São Paulo)

Duração 50 minutos

02/02 até 17/03

Sábado e Domingo – 17h30

$40

Classificação 6 anos

AVALON

Avalon”é um texto original, baseado nas lendas inglesas medievais de Rei Arthur e nas crenças pagãs da época. Mostra, de maneira mística, a saga de um povo em busca de um rei que unifique a Bretanha política e religiosamente.

Quando Uther Pendragon toma Merlin por seu conselheiro, ele não imaginava que teria futuramente que entregar seu filho Arthur para ser criado pelo mago longe da corte.
Ao morrer, Uther finca a clássica espada na pedra e apenas o herdeiro do trono seria digno de tirá-la de lá. Arthur o faz! Vira o grande e esperado rei e casa-se com Guinevere; uma donzela altamente católica e que não aceita a antiga religião.

As coisas parecem cada vez mais complicadas; a rainha não engravida, o relacionamento dos dois encontra um terceiro elemento em Sir. Lancelot e a meia irmã de Arthur, Morgana, a sacerdotisa da ilha sagrada de Avalon, espera um filho do Rei.

Com dois atos e um elenco de 28 artistas entre músicos, atores, dançarinos e cantores, “Avalon” é um espetáculo misterioso e questionador. De romances, intrigas, magia, reviravoltas, batalhas, mulheres fortes e que traz o público a reflexões sobre o homem, sua religião e seu caminho hoje e sempre.

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Avalon

Com Mateus Polli, Hellen Kazan, Rafael Mallagutti, Maíra Natássia, Victor Garbossa, Augusto Portes, Taís Cristina Orlandi, Thais Coelho, Nina Vettá, Marcio Vidgóy, Renan Rezende, Bella Santos, Renata Mercado, Elizabeth Clini, Nathalie Ayres, Barbara Trabasso, João Pedro Uvo, Cleber Cley Braz, Otávio Santiago, Anthony Caio, Rhayssa Rodrigues Martins, Mariana Gimenes, Guilherme Brasil, Gregory Pena, Lucca Gusoni, Lucas Ribas, Renan Paz, Adriano Klinglebt, Fernanda Tardivo, Nicholas Carrer Guerreiro, Rodolfo Bairros

Teatro União Cultural (R. Mario Amaral, 209 – Paraíso, São Paulo)

Duração 120 minutos

15/02 até 26/04

Sexta – 20h30

$70

Classificação 14 anos

NOITE

Grupo Sobrevento traz histórias da vizinhança como mote em novo espetáculo de Teatro de Objetos

Divisor de águas na pesquisa de linguagem do teatro de animação, criador de festivais e ponto de referência nesta arte, dentro e fora do Brasil, o Grupo Sobrevento está em cartaz com o espetáculo adulto NOITE, no Espaço Sobrevento

Criado a partir do Teatro de Objetos – linguagem que o grupo pesquisa profundamente desde 2010 – o espetáculo NOITE tem uma dramaturgia que nasceu dos depoimentos dos seus vizinhos e as suas histórias secretas, escondidas em objetos guardados.

O Grupo Sobrevento está indicado ao Prêmio Shell de Teatro de 2018, na Categoria Inovação, pela sua pesquisa no Teatro de Animação e de Objetos.

NOITE é uma coleção de histórias rememoradas por um cego, na escuridão onde vive. “As pessoas pensam que a vida é um longo caminho para frente, mas ela não é mais do que um passeio pela vizinhança”, diz o protagonista.

Para compor o espetáculo, o Sobrevento conversou com dezenas de vizinhos acerca dos objetos que guardam em casa e de que nunca se desfariam. Surpresas, como descobrir objetos completamente insuspeitos, histórias inesperadas, objetos inexistentes e que continuam guardados na memória, objetos que o grupo jamais consideraria objetos, garantem a inovação – e a renovação do grupo, em um processo de criação teatral baseado na pesquisa e fundamentado na descoberta.

Depoimentos pessoais de vizinhos, histórias do bairro e dos arredores do Sobrevento reúnem-se para contar as lembranças de alguém que “já não vendo mais a luz que há, se apega a luz que havia”, memórias que lhe dão esperança e alegria, fantasmas que o perseguem na escuridão e que evocam o seu medo da morte, a dor das suas perdas, as suas fragilidades e a sua saudade.

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Noite

Com Grupo Sobrevento

Espaço Sobrevento (Rua Coronel Albino Bairao, 42 – Belenzinho, São Paulo)

Duração 60 minutos

01/02 até 24/03

Sexta e Sábado – 20h30, Domingo – 18h

Entrada gratuita (Reservas: info@sobrevento.com.br)

Classificação 14 anos

RUA AZUSA, O MUSICAL

Após temporada com sessões esgotadas, Rua Azusa – O Musical entra em cartaz no Teatro Procópio Ferreira, com apresentações às sextas (20h), sábados (14h30 e 19h30) e domingos (14h30).

Em 1906, em meio ao grande conflito da segregação que dividia os Estados Unidos, um homem negro, filho de escravos, chamado William Joseph Seymour é escolhido para liderar o movimento que quebrou barreiras raciais, criando um espaço onde não existia distinção entre brancos e negros. O movimento na Rua Azusa marcou gerações, e permanece vivo até os dias de hoje. 

Essa história centenária serve de inspiração para Elizabeth nos dias de hoje. A jovem sonhadora, impossibilitada de gerar um filho, luta para que seu marido aceite a adoção de Maria, uma criança negra de oito anos que carrega as marcas de uma sociedade preconceituosa em sua história. 

Rua Azusa – O Musical tem criação de Caíque Oliveira, que se aprofundou em uma pesquisa sobre a segregação racial da época e no impacto que o movimento pentecostal ocasionou na vida de negros e brancos. 

O roteiro começou a ser desenvolvido em outubro de 2018 e em meados de novembro já estava pronto para os ensaios. Para compor o elenco, Caique convidou nomes importantes da música gospel como Soraya Moraes (Laura Smith), vencedora de prêmios Grammy Latino; Adhemar de Campos (William Seymour), que revolucionou o estilo na década de 80; Benner Jacks (Sra. Dalila), que já se apresentou em concertos por toda Europa; e Jéssica Augusto (Miss California), cujo canal no YouTube soma mais de 7 milhões de visualizações. 

Com 47 atores dividindo o palco, o musical contou com a atriz da Broadway Patrice Covington , do musical “The Color Purple”, como preparadora de elenco. Ela veio dos EUA exclusivamente para ensinar técnicas aos atores de Rua Azusa. A direção geral é de Caíque Oliveira, diretor fundador da Cia. de Artes Nissi. Toda renda do musical, excluindo-se as despesas de produção, é revertida para a Aldeia Nissi.

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Rua Azusa – o Musical

Com Adhemar de Campos, Aline Menezes, Benner Jacks, Fabricio Bittencourt, Jéssica Augusto, Kaiky Mello, Otavio Menezes, Soraya Moraes, Thales César e grande elenco composto por 47 atores.

Teatro Procópio Ferreira (Rua Augusta, 2823 – Jardins, São Paulo)

Duração 180 minutos

08/02 até 07/04

Sexta – 20h, Sábado – 14h30 e 19h30, Domingo – 14h30

$50/$90

Classificação 12 anos

(IN)JUSTIÇA

A Companhia de Teatro Heliópolis estreia sua nova montagem, (IN)JUSTIÇA, no dia 25 de janeiro, sexta, na Casa de Teatro Maria José de Carvalho (sede do grupo), às 20 horas. A encenação é dirigida por Miguel Rocha, fundador e diretor do grupo; e Evill Rebouças assina o texto que foi criado em processo colaborativo com a Companhia.

(IN)JUSTIÇA é um ensaio cênico, guiado pela indagação ‘o que os veredictos não revelam?’, que reflete sobre aspectos do sistema jurídico brasileiro. Para tanto, conta a história do jovem Cerol que, involuntariamente, pratica um crime. A partir daí, surgem diversas concepções sobre o que é justiça, seja a praticada pelo judiciário ou aquela sentenciada pela sociedade.

Permeado por imagens-sínteses (característica da Companhia de Teatro Heliópolis) e explorando a performance corporal, o espetáculo coloca em cena a complexidade da justiça no país, deixando a plateia na posição de júri em um tribunal. O embate entre os dois lados da justiça – da vítima e do criminoso – se estabelece em um jogo contundente que expõe com originalidade a crua realidade dos jovens pobres e negros. A música ao vivo confere ainda mais densidade poética ao ‘relato’, que foge de qualquer abordagem clichê.

A história de Cerol é contada de forma não linear. Exímio empinador de pipas, ele vive com sua avó, pois a mãe morreu no parto e o pai, assassinado. Depois de uma briga por conta do alto volume da música na vizinhança, Cerol foge e acaba disparando involuntariamente um tiro em uma mulher, que morre em seguida. Ele acaba preso e é submetido ao julgamento da lei e da sociedade.

Com base nesse argumento, a Companhia de Teatro Heliópolis discute direitos humanos à luz da Constituição Nacional. A encenação recupera também a ancestralidade brasileira em passagens ritualísticas. “Queremos pensar o homem negro e a justiça, desde a nossa origem até os dias de hoje”, afirma o diretor Miguel Rocha.

Cenas impactantes e desconcertantes surpreendem todo o tempo. A encenação de Miguel Rocha, alinhavada pela dramaturgia de Evill Rebouças, mostra como a democracia pode ser manipulada. O crime versus a vítima ou o criminoso versus a justiça aparecem de forma não superficial nem previsível. A abordagem de (IN)JUSTIÇA parte do ponto de vista mais íntimo para aquele mais coletivo: da comunidade para a sociedade, da moral pessoal às convenções sociais. Isso permite, igualmente, as leituras de um mesmo caso jurídico, como no julgamento – defesa e promotoria -, onde ambos os discursos são tão contundentes quanto convincentes. “Para falar de justiça, temos que falar das relações humanas contraditórias, pois a justiça se apresenta pelas contradições”, reflete o diretor.

Permeado por emoções e sensações que fogem da obviedade, o espetáculo tem quadros coreografados que trazem o respiro necessário à dinâmica da encenação: cidadãos urbanos, policiais, advogados com suas togas desfilam pela área cênica e hipnotizam o espectador. Os depoimentos inseridos nas cenas humanizam e tornam crível a proposta da montagem, sejam eles densos, desconcertantes, ou mesmo lúdicos. Segundo o diretor, os três pontos de vista sobre justiça – “o pessoal, o divina e o do homem” – são considerados na concepção de (IN)JUSTIÇA, bem como a máxima que diz “só quem passou por uma injustiça sabe o que é justiça”.

O cenário (Marcelo Denny) situa a força da ancestralidade, presente na terra e no terreiro, na força fria do zinco, na estética religiosa que foge dos estereótipos. Traz também o símbolo da lentidão da justiça com toda sua burocracia em pilhas e pilhas de papéis e processos. Elementos como areia, terra, projéteis de bala e pipas compõem a área de encenação, onde predomina a cor cinza. A trilha (de Meno Del Picchia) e os efeitos sonoros são executados em sincronismo com as cenas. Os atores interpretam cantos de tradição que reforçam a busca pela humanização e pela ancestralidade propostas pelo espetáculo.

(IN)JUSTIÇA nasceu de um longo processo criativo, iniciado em fevereiro de 2018, disparado por encontros dos integrantes da Companhia de Teatro Heliópolis com pensadores ativistas que falaram sobre os vários aspectos da Justiça. Os convidados foram Viviane Mosé (filósofa), Gustavo Roberto Costa (promotor de justiça), Ana Lúcia Pastore (antropóloga) e Cristiano Burlan (cineasta), tendo Maria Fernanda Vomero (provocadora cênica, jornalista e pesquisadora teatral) como mediadora.

O espetáculo integra o projeto Justiça – O que os Vereditos Não Revelam, contemplado pela 31ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

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(In)Justiça

Com Alex Mendes, Cícero Junior, Dalma Régia, Danyel Freitas, David Guimarães, Gustavo Rocha, Karlla Queiroz e Walmir Bess

Casa de Teatro Maria José de Carvalho (Rua Silva Bueno, 1533 – Ipiranga, São Paulo)

Duração 90 minutos

25/01 até 19/05

Sexta e Sábado – 20h, Domingo – 19h

Pague quanto puder (bilheteria: 1h antes das sessões)

Classificação 14 anos